APRENDENDO MISSÕES COM OS IRMÃOS MORÁVIOS

Gostaria de fazer uma conexão do movimento missionário no tempo dos irmãos Morávios com o trabalho que fazemos nos dias atuais. Os historiadores dizem que a obediência missionária dos irmãos Morávios era essencialmente alegre e espontânea. Dizem também que cada momento deles era luma celebração. Eles glorificavam ao Senhor cortando uma árvore, eles cantavam construindo suas casas, construindo a sua aldeia, construindo todo aquele movimento, aquela obra de Deus. Havia alegria, havia espontaneidade no coração deles exatamente por causa do senso de obediência. E a minha pergunta hoje, é: “Onde é que está a nossa motivação missionária?”. “Porque as igrejas não estão mobilizadas para Missões?”. Nós somos um povo de reclamação, um povo de murmuração. Nós murmuramos demais. Tudo está ruim, tudo está dificil. A gente tem dificuldade com o culto.
Se o culto demora é “porque demorou”, se o culto é curto “foi curto demais!”. Se o pastor prega muito “ele é chato”, se prega pouco, “esse não sabe falar nada”. Se o pastor visita, “ele não sai da casa dos outros! Ele é inconveniente”. Se não visita, “ele não liga para as ovelhas”. Se o pastor discípula é porque “quer controlar a vida do povo”, se não discípula “ele não é um servo de Deus”. “O banco esta duro...”. “Ai como está quente hoje!”. Meus irmãos é preciso resgatar a alegria no meio do povo de Deus. O culto tem que ser celebração.

O culto tem que ser celebração, nele tem que haver espontaneidade! Uma igreja missionária é uma igreja aberta. Uma igreja missionária é uma igreja que recebe os povos, com suas diferentes culturas e costumes. Uma igreja missionária é uma igreja que ama e que abençoa. É uma igreja que não tem dificuldade de se relacionar porque é uma igreja alegre, é uma igreja feliz, é uma igreja que celebra a Glória de Deus. Você já percebeu que, muitas vezes, nós fazemos o momento da ceia um ato fúnebre? Um dia eu estava orando e disse: “Senhor, por que a gente está tão triste?”. Eu estou feliz porque Jesus morreu na cruz, mas, ressuscitou, então há esperança. O culto tem que ser celebração, tem que ser alegria, tem que ter e ser, vida.

Uma atitude interessante do movimento Morávios é que eles nunca apresentavam os missionários como dignos de notoriedade, nem de admiração pública, jamais os elogiavam nem mesmo a devoção deles ao Senhor. Os missionários não eram apresentados como mártires e perseguidos antes de partirem para o trabalho.
Esta era uma boa maneira de despedir um missionário, aconselhá-los a partir silenciosamente, recomendando as fervorosas orações da igreja. Alegria, seriedade, compromisso. Sem brincadeiras, sem festa humana, mas com festa celestial.

Quão difíceis e, quão diferentes são as coisas nos dias de hoje. Quão triunfalistas nós somos. Saltamos, pulamos dizendo: “Ó, Aleluia! Temos mais um missionário!” “Igreja, este irmão é uma benção, e tal. E a pessoa, então, parte para o campo missionário pensando que lá será recebido assim. Pensando que na hora que chegar lá, vai ter banda e comitê de recepção, que as pessoas irão exaltá-lo... Eu acho tão engraçado quando as pessoas dizem assim: “Este aqui é um grande servo de Deus”. Só se for no tamanho, não é, irmãos? Porque, se é servo, não pode ser grande.

A igreja Moravia tinha um amor, uma paixão constante por Cristo. Na vida de Zinzendorf ele dizia assim: “Eu tenho uma paixão: Ele! Só Ele”. Você já parou para pensar que Jesus é nosso maior amigo?

A igreja missionária é uma igreja que não tem paixão por estatísticas. Não se faz Missões porque nós ficamos sabendo que tem gente morrendo. Fazem-se Missões porque amamos a Jesus. Porque Jesus é fantasticamente maravilhoso; maravilhosamente nosso amigo! Ele quebranta nossa vida. Às vezes, meus amados, eu tenho visto que nossa igreja tem sofrido muito porque não tem vivenciado o amor de Deus. Uma igreja missionária é uma igreja que ama os pecadores independente de quem seja ele. Mesmo sem conhecê-lo, o abraça. Ela vivencia o amor. A igreja missionária é uma Igreja que ama, porque se ela não se ama, se ela intrinsecamente não ama a Deus como é que vai amar ao perdido?

Eu penso que muitas vezes, temos preferido as polpudas estatísticas e preterido a missão amorosa e sacrificial da Igreja. Quantas comunidades tem se dividido por desamor... Não é pelo Espírito Santo não, porque, o Espírito Santo, nunca divide.

A igreja Moravia enfrentava as mais incríveis dificuldades e perigos com uma coragem tremenda. Era interessante porque, a maioria dos missionários, partia como fazedores de tendas e muitos se vendiam como escravos. Para serem escravos numa época de dominação branca faziam-se escravos. E isso impactava as pessoas que se indagavam: “Que bando de loucos é esse?”. Mas, eles enfrentavam a coragem com dedicação. Um dos hinos de um missionário que foi para a Groelândia diz:

“Vamos através do gelo e da neve.
Uma pobre alma perdida, para Cristo ganhar.
Alegres enfrentamos a necessidade e a aflição,
Para o Cordeiro que foi morto apresentar”

Eles dominavam as línguas, naquela época, sem todo este aparato tecnológico, de hoje, porque eles plantavam sua vida no campo.

É motivo de grande preocupação o que está acontecendo hoje em dia. O missionário fica um ano no campo e volta como professor de “Teologia de Missões”. E a igreja fica pensando que Missão é assim mesmo. O missionário chega, conta meia dúzia de experiências: “Ah, eu estive lá na África!” “Comi uma comida, gente!” “Comi macaco, comi insetos, vocês precisavam ver a comida que eu comi lá...!”. “Foi uma coisa terrível, mas comi...!”. “Vocês precisavam ver como foi difícil...” “Quando cheguei ao aeroporto, perdi a mala!”... E esse tipo de missionário volta, e é apresentado à igreja como professor de “Missões”.

Precisamos resgatar os princípios missiológico dos irmãos Morávios. Nós temos de plantar as nossas vidas no campo. Jesus disse, “A semente, caindo na terra, não morreu, ela ficou só; não produziu fruto”. Os missionários Morávios iam para viver lá. Eles iam para adotar aquele povo e viver no meio dele. Misturavam-se às pessoas, andavam com elas, comiam e serviam àquele povo. Ao refletir sobre os Morávios, eu fico pensando que nós temos muito que aprender!

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