QUAL A MINHA PARTE NA TAREFA MISSIONÁRIA?


Missões é responsabilidade de todo cristão, não de uma parte da Igreja, de uma congregação, de um departamento ou de uma pessoa.

Como lido com este tema e circulo no meio missionário há duas décadas, posso falar com propriedade e tranqüilidade sobre o que incomoda principalmente aos pastores e demais líderes evangélicos que não estão nem aí para Missões.

Todo cristão desde os primeiros passos na fé já deveria ser treinado e ensinado de que precisa, de alguma forma, se envolver com os temas e as práticas missionárias. O correto é que cada crente descubra o mais cedo possível, ainda nos primeiros passos da fé, qual a sua parte no que diz respeito à proclamação do Evangelho.
Ao longo destes anos tenho pregado para diversos públicos de crentes e, após a pregação, volto para casa com a mórbida certeza de que nada do que preguei fez a mínima diferença para a esmagadora maioria daquelas pessoas. Quando muito, um ou outro preencherá um cupom comprometendo-se em interceder por missionários; um ou outro sentirá o desejo de contribuir para alguma causa e, numa probabilidade infinitamente remota, algum irmão ou irmão mostrará interesse em assumir que tem ou sente um chamado – minha experiência tem demonstrado que em alguns destes casos todas estas coisas não passam de romantismo e falsas sensações.

Penso que, as conferências, simpósios, workshops e qualquer outro evento com temáticas missionárias não são tão atraentes e eficientes em razão de batermos de frente com uma mentalidade, uma cultura totalmente apática quanto as necessidade dos povos que ainda não foram alcançados, ou onde a Igreja carece de reforço para cumprir a tarefa de evangelização.

É preciso haver uma conversão, uma mudança de mente nos crentes atuais, visto que há pouco ou nenhum interesse pela matéria! Aliás, quando alguns se interessam por Missões a gente até desconfia dependendo de onde vem este interesse. Existem igrejas em minha região, por exemplo, em que pastores promovem eventos “missionários” para arrecadar dinheiro para construção e reforma de templos! Num dos casos mais recentes, sem saber (talvez até hoje não saiba!), um missionário conhecido nem imaginava que seu testemunho de campo, as demonstrações do trabalho que realizou no Campo Missionário e sua pregação seriam usados para sensibilizar as pessoas a ofertarem para beneficiar única e exclusivamente a igreja local! Na mesma região conheço um caso – um dos mais graves – em que usaram o dinheiro que deveria ser destinado para para Missões para financiamento de imóvel! Lamentavelmente, enquanto as lideranças evangélicas não converterem seus corações para Missões isto vai continuar acontecendo.

Em resumo, depois de todo este tempo viajando, convivendo, ministrando e mobilizando em favor de Missões chego à conclusão que tenho dado murro em ponta de faca. Sinto que tenho batido em ferro frio e gasto muito do meu tempo quase que inutilmente em razão de convivermos com uma geração cristã que não tem a coragem nem a disposição de fazer uma simples pergunta para Deus em oração: “Qual a minha missão em Missões?”. Ele certamente responderá, então, todo aquele que ouvir Sua voz, não se contentará em ser só “membro de banco” ou contribuir com uma “ofertinha” em resposta aos apelos missionários!

Quando cada cristão desejar descobrir qual a sua missão em Missões, certamente teremos o maior e mais vibrante avivamento de todos os tempos na Igreja, pois deixaremos de ser meros espectadores de cultos e caçadores de bênçãos! Seremos todos missionários, intercessores e mantenedores engajados na Grande Comissão de Mateus 28.19!

IGREJA LOCAL E MISSÕES A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES LOCAIS PARA O ALCANCE MUNDIAL

A Igreja evangélica brasileira tem experimentado um crescimento sem precedentes nos últimos anos. Entretanto, tal crescimento ainda não tem sido suficiente para a conscientização de sua tarefa e conseqüente mobilização para a “Grande Comissão”. Esta afirmação pode ser facilmente constatada ao consultarmos os dados estatísticos que mostram as ações missionárias dentro e fora do país. Dentre outros os exemplos que mais chocam são: Número insignificante de missionários transculturais, proporcionalmente ao número de membros das igrejas; investimento irrisório em missões, comparativamente aos demais investimentos e gastos; baixo envolvimento dos crentes, principalmente das lideranças em eventos de cunho missionário.

O poeta disse “no meio do caminho tinha uma pedra”. O missionário diz “no meio do caminho tem uma igreja”! É isso, a igreja local se torna uma pedra (de tropeço) no meio o caminho, quando não cumpre seu devido papel no âmbito de missões.

Ao longo dos anos aprendi pelas observações, pesquisas e experiências que independente do tamanho ou da estrutura, qualquer igreja local pode contribuir significativamente para o avanço mundial do Evangelho. Isto é possível através de ações simples, porém efetivas, que possibilitarão resultados surpreendentes.

Estas ações podem ser iniciadas com a conscientização e a mobilização dos crentes. Devem ser implementadas com a captação e a aplicação de recursos. Precisa contemplar o despertamento e treinamento dos vocacionados. Por fim, faz-se necessário garantir o envio dos missionários, sustentando-os dignamente – isto é plenamente possível através de parcerias, caso a igreja não tenha muitos recursos.

Mesmo que algumas igrejas não achem tão fácil assim fazer missões, isto não reduz sua responsabilidade. Não devemos nos ater tampouco aos aspectos funcionais das ações missionárias, visto que existe uma ordem para alcançar as nações. Nossa parte e a mais importante é OBEDECER A ESTA ORDEM... O resto é conseqüência!

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