O PASTOR E O PASSO SEGUINTE




























Referindo-se as obras da igreja em Filadélfia, uma das setes igrejas da Ásia Menor, no Novo Testamento, o Senhor disse: “eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar” (Ap: 3.8).

A porta aberta continua sendo um fato verdadeiro para a Igreja no tempo atual. Porta pode ser figura de oportunidade, chance, trabalho ou projetos. Ninguém constrói uma casa sem ter pelo menos luma porta para entrar e sair. Imagine uma casa sem portas, não passaria de uma grande caixa com apenas quatro paredes. Visto que a palavra porta na referência bíblica citada acima se relaciona com obras, trabalho, atividade, pode-se concluir que uma igreja sem porta aberta é uma igreja sem trabalho, sem atividade. Mas a hipótese de uma igreja assim não é possível porque o trabalho do Senhor está sendo realizado independente da quantidade de crentes envolvidos.

A porta aberta diante de cada igreja significa a marcha da realização da sua tarefa principal – a evangelização. É por isso que o Irmão André, fundador da Missão Portas Abertas, pregava que não há portas fechadas enquanto toda a igreja do ocidente encarava os países comunistas e muçulmanos como barreiras intransponíveis para se levar o evangelho. Nada e nem ninguém podem impedir a marcha da igreja.

No entanto, essa marcha em cada igreja local pode ter o seu próprio ritmo, dependendo do nível de envolvimento de seus membros e do seu pastor. No que diz respeito à obra missionária, há igrejas em vários lugares que apresentam um alto nível de envolvimento missionário por parte de seus membros, mas os seus pastores estão aquém. Conferências, seminários e cultos missionários resultam em crentes motivados, interessados e chamados, mas dependentes do passo seguinte do seu pastor. O famoso conferencista Andrew Murray escreveu um livro intitulado “A chave do problema missionário”. Nesse livro, Murray prova que o pastor é a chave para resolver de uma vez por todas a tarefa inacabada da evangelização mundial.

Não se trata de condenar ou culpar os pastores por ainda existir “terras e conquistar”, mas ressaltar que a visão de Deus para a igreja local começa pelo líder e que cabe ao pastor conduzir o povo de Deus na marcha da evangelização. Pode uma igreja ter até mesmo um departamento de Missões, mas não será o suficiente se o seu pastor não tiver visão missionária.

A tarefa vai ser mais uma entre tantas outras que a sua igreja executa. Em todo o país, várias igrejas estão a beira de ser, de fato, missionárias, mas aguardam o seu pastor se integrar. Essas igrejas têm crentes para orar, contribuir e ir ao campo missionário. Não podem e nem devem fazer essas coisas por conta própria. Mas a realidade atual contraria o ideal missionário.

O papel do pastor é fundamental para que uma igreja local ultrapasse a fase pré-missionária. O que cabe ao pastor, ele não pode transferir para o Secretário de Missões ou para o irmão mais interessado em assuntos missionários. É ele quem deve ensinar pregar e tomar as decisões missionárias. Deve buscar assessoria nessa área, mas o empreendimento missionário precisa ter origem nele. Do contrário, tornar-se algo de propriedade de alguns poucos, fora da dimensão pastoral e, consequentemente, sem relação com a dimensão espiritual de toda a igreja.

Não como incluir uma igreja no rol de igrejas missionárias se o seu pastor não estiver à frente do empreendimento missionário. Não se está pedindo que ele exerça o trabalho de um missionário, embora também esteja sujeito a ser chamado pelo Senhor para isso, mas que restaure a responsabilidade missionária de todos os crentes que estão sob a sua liderança.

Talvez isso implique no retorno às tarefas bíblicas para a Igreja e a eliminação de atividades que não têm relação direta com a tarefa missionária. Só falta os pastores darem o passo seguinte para que aconteça a virada missionária dentro das igrejas locais.

Que isso não demore acontecer ou será tarde demais para alguns.

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