ENTENDENDO O CHAMADO MISSIONÁRIO



RECEBI O CHAMADO. O QUE FAÇO AGORA?

Provavelmente seja esta a pergunta mais inquietante que os jovens fazem aos seus líderes, tão logo são desafiados a levarem o evangelho aos povos que ainda não foram alcançados.

Mas provavelmente seja esta a pergunta que a igreja e muitos líderes tenham mais dificuldade em responder.

Geralmente quando alguém que sente o chamado para a Obra Missionária procura a liderança da igreja, quase sempre ouve a resposta: “Não estou preparado para responder ou ajudar nesta área”.

Agora pare um pouco e pense comigo. Dizemos que missões é a tarefa mais importante da igreja além de outras atividades a que ela está envolvida.

E quando uma pessoa torna-se alvo do chamado de Deus, e vamos imaginar que este chamado seja verdadeiro, deixamos ou transferimos nossa responsabilidade para outros, mesmo sabendo que missão é a atividades mais importantes da igreja.

Na verdade o que mais desejamos ouvir da boca dos nossos membros é esta frase: “Recebi um chamado, o que faço agora?”

Mas na realidade quando isto acontece, o sentimento que invade o nosso coração, não é um sentimento de alegria, mas de grande preocupação.

A obra missionária é um trabalho que exige muita preocupação aos líderes. Por isto, muitos fogem de assumir compromisso com esta área. É um trabalho que do ponto de vista humano, não traz retorno para a igreja, embora muitos achem que da STATUS.

Mas posso afirmar que é o investimento mais seguro que a igreja pode fazer. É um investimento, que envia seus dividendos para o reino dos céus. Ou seja, o resultado é almas para o reino de Deus.


O CHAMADO MISSIONÁRIO DE JESUS
(Texto: Isaias 49.1-2)

Antes de tecer quaisquer comentários a respeito de respostas que poderiam ser dada a alguém que procura a liderança da igreja e afirma ter recebido um chamado missionário, seria muito importante olharmos um pouco para Aquele que um dia também passou por esta mesma experiência. Estamos falando de Jesus o Messias de Deus, enviado ao mundo para cumprir Sua missão de salvar a humanidade.

Além de Jesus ter sido enviado por Deus para cumprir a missão de salvar a humanidade Ele passou por todos os problemas que nós temos que passar.


1º) Jesus veio a este mundo como resultado de um
comissionamento divino.

Ou seja, a Jesus, o enviado de Deus foi chamado pelo próprio Pai. Não há nenhuma possibilidade de Jesus tomar a decisão de vir ao mundo por si mesmo. Ele foi comissionado pelo próprio Pai.

Fica claro, portanto que a escolha daquele que vai servir ao Senhor no campo missionário é de total responsabilidade de Deus.

Neste caso, não conta habilidade, talento ou mesmo reconhecimento por parte dos homens deste mundo. Toda decisão é unilateral da parte do pai.

Veja em Isaias 49.1, que nem Jesus assume responsabilidade no seu chamado. Ele mesmo reconhece que foi chamado pelo Pai, e pronto.

Diante das dificuldades que surgem no ministério missionário é comum encontrarmos obreiros vivendo uma verdadeira crise de identidade, sem saber se foram ou não chamados por Deus.

Por causa do medo de assumir o seu ministério profético, Jeremias também viveu esta crise. Mas o conflito de Jeremias foi resolvido quando ele ouviu do próprio Deus que havia sido comissionado pelo próprio Senhor

“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei e te constituí profeta às nações (Jr: 1.2)”

Portanto ninguém tem o direito de se auto proclamar nem igrejas de se anunciarem recrutadores, antes que haja provas irrefutáveis do chamado de Deus na vida do missionário.


2º) Jesus recebeu a promessa de que seria capacitado
pelo próprio Deus.

O texto que lemos também nos oferece outra lição que certamente vem ao encontro de tantos que se sentem vocacionados para missões.

Aquele que chama é quem vai capacitar e cuidar de você.

Infelizmente o medo e a insegurança tem sido fator determinante para que muitos se recuem e deixem de obedecer.

Jovens e adultos casados ou não, recém formados profissionalmente, sofrem inúmeras pressões interna e externa para que negligenciem ao chamado de Deus.

Dúvidas vêm a sua mente, medo de que algo vai acontecer, e desta maneira sentem-se enormente fragilizados e tendem a s acovardar.

Gostaria de convidá-los a observar alguns aspectos de Isaias 49, que trata desta área e que têm afastado tantos do trabalho missionário.


3º) Deus prometeu que abençoaria a boca de Jesus.

As Escrituras afirmam que quando Jesus andou neste mundo a sua voz era ouvida. Não encontramos nenhum relato de como era a sua voz. Se ele falava alto ou baixo, Se falava rápido ou lentamente. Falava-se grave ou agudo.

Mas quando ele abria sua boca as palavras saiam como espada aguda capaz de penetrar os corações mais endurecidos.

O Evangelista Mateus diz que, quando ele falava a multidão ficava maravilhada porque ele falava como quem tem autoridade.

Até a natureza ouvia a sua voz. Diante do paralítico ele ordenou que se levantasse e o paralítico andou. Diante do endemoniado ele ordenou aos espíritos imundos que saísses e eles saíram.

É comum depararmos com cristãos que receberam o chamado missionário, mas que se confessam totalmente incapazes para falar. (Ex: Jeremias).

É importante nesta hora, o vocacionado sabe que a igreja esta pronta ar incentivá-lo a prossegui, porque, sem sombra de dúvida é o ES que colocará as palavras em sua boca.

E serão palavras de autoridade, como uma espada aguda, serão bocas abençoadas e usadas par a glória do Senhor.


4º) A proteção do Senhor Deus sobre a vida de Jesus
também o livraria de todo mal.

Cumprir a tarefa missionária é estar disposto a correr todos os riscos possíveis e imagináveis. É estar preparado para dar a própria vida, enfrentando situações limite a cada momento. Por outro lado, quem melhor conhece o cuidado e o livramento do Senhor, provavelmente, seja o missionário, pois está distante daqueles que lhe são caros, sem o apoio espiritual direto de sua igreja local, fragilizado emocionalmente por estar em uma outra cultura e, muitas vezes, aberto para receber também ataque satânico, situações que não se podem negar especialmente no campo missionário.

Com Jesus não foi diferente, pois, como verdadeiro Deus e, também, como verdadeiro homem, Ele estaria sujeito a todas as dimensões do sofrimento humano. Nasceria como uma criança qualquer, teria feições humanas, passaria pela experiência da dor, da tristeza, sentiria fome e sede, contudo havia a promessa do Pai, registrada na profecia messiânica de Isaías.


“O Senhor na sombra da sua mão me escondeu...Isaias 49.2”

Quantos temores nascem no coração daquele que recebe o chamado missionário. Ao longo de minha vida tive oportunidade de conhecer jovens que se diziam vocacionados e posso recordar de vários deles que pararam no meio do caminho por absoluto receio de que não teriam forças para enfrentar o que viria pela frente.

É nossa responsabilidade incentivar o vocacionado a prosseguir nos passos que deve dar em direção ao alvo de chegar ao campo.

Mas de maneira alguma devemos romantizar a missão para o qual está sendo chamado. É necessária uma conscientização clara, tanto da parte da igreja como do vocacionado, dos obstáculos que surgirão no meio do caminho. Contudo, posso afirmar que a missão a ser cumprida tem e terá sempre o cuidado e a proteção do Senhor.


5º) O chamado de Jesus se concretizou no tempo devido, e
foi exercido com poder e glória.

Além de ter na sua boca uma espada aguda, e estar protegido de todo o mal, ainda as Escrituras afirmam que Ele cumpriria sua missão com poder e glória no tempo determinado.

Uma das questões que mais preocupa o chamado é esta: Quando devo ser enviado?

“Is: 49.2 – O Senhor fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava...”.

À semelhança de um guerreiro que se apronta para a luta, Jesus teria suas armas devidamente prontas, mas Deus só o enviaria no tempo certo. (Veja Gálatas 4.4).

No entanto, não há tempo determinado para cada missionário deixar sua igreja e partir para o campo, pois são inúmeros os fatores a serem considerados.

Quando uma igreja decide cuidar corretamente de seus vocacionados, ela deve ter em mente que no tempo determinado por Deus esse obreiro estará também exercendo o seu trabalho missionário em toda a sua plenitude.

Muitas vezes os futuros missionários são tomados por uma pressa sem nenhum sentido. Sentem-se culpados por que acham que já deveriam ter sido enviados. Parece que não desejam ser flechas guardadas na aljava.

Vale sempre a pena reafirmar aos vocacionados que a atitude de obediência ao chamado diante do Senhor é o fator mais importante de tudo. O que virá depois será conseqüência da decisão de terem respondido afirmativamente.

O imediatismo tem sido uma marca na vida dos brasileiros. E infelizmente, muitas vezes somos obrigados a queimar etapas, achando que as coisas têm que ser resolvidas no menor espaço de tempo, e como não poderia deixar de acontecer, as conseqüências às vezes são trágicas.

No meio missionário há uma forte tendência de apressar seus candidatos à missões para que sejam logo enviados. O melhor seria que eles pudessem aguardar o tempo do envio enquanto se preparam adequadamente para o trabalho que vão exercer.

Quando alguém chega a nós afirmando ter recebido um chamado de Deus, precisamos buscar direção e sabedoria do alto para avaliar se isto verdadeiramente aconteceu.

A expressão “recebi um chamado” simplesmente não pode nos levar a uma conclusão apressada. É necessário separar tempo em oração e também em entrevista com o candidato, para poder tomar uma decisão correta.

Outra palavra que deve ser lembrada é que o Senhor suprirá todas as suas necessidades. A boca de Jesus foi abençoada, como serão as de tantos quantos forem chamados e enviados. A proteção será uma constante, mesmo em meio a todas as tensões possíveis e imagináveis e, tudo isto, feito no tempo certo, redundará em glória e honra ao nome do Senhor.

Aquele que se acha muito capacitado, provavelmente, não esteja qualificado para ir. Hoje em dia, notam-se duas tendências: alguns desistindo do chamado por absoluto temor do que venha a acontecer; por outro lado, outros, que demonstram exagerada confiança em si mesmos, esquecendo-se que todo suprimento vem do nosso Deus.





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