MISSÕES E O ENVOLVIMENTO DA IGREJA

 






 MISSÕES E O ENVOLVIMENTO DA IGREJA

A intenção deste texto, é despertar a comunidade local e conscientizar envolver mais pessoas da necessidade de envolvimento da igreja local em missões.

Nos últimos anos a igreja evangélica no Brasil vem enfrentando um grande crescimento em todo o seu território, mas será que isto tem contribuído para o crescimento do movimento missionário?

Sabemos que o “Evangelho não só deve servir para pregar e regular nossas relações com Deus, mas também é útil para nos ensinar como devemos nos comportar com os outros homens ou outras culturas; e isso não de maneira genérica e abstrata, mas sim de modo concreto, de acordo com a variação das circunstâncias e das situações históricas” e também das diferenças raciais e localizações geográficas.

A bíblia  nos mostra o exemplo de muitos homens que entenderam o chamado de Deus e  dispuseram sua vida para que fosse feita a vontade Senhor. Alguns largaram sua parentela, viajaram longas distâncias, aprenderam outra línguas, enfrentaram perseguições, e tudo isto para dar auxilio a outros povos e tornar o nome de Deus conhecido entre eles.

Sabemos que o conceito de ir e trabalhar em missões, não pode ser confundido com ajuda humanitária, assistência social ou evangelismo puro e simples, estas coisas fazem parte da vida cristã, conforme está registrado em Tiago 2.4: “a fé sem obras é morta”, quando falamos em obras devemos incluir também o desprendimento para as ofertas missionária.

Considerando a necessidade de um maior envolvimento e investimentos em missões, é preciso também ressaltar que a divulgação missionária tem um papel importantíssimo no desenvolvimento do trabalho de campo como:

O bom andamento do projeto que está sendo desenvolvido, as conversões de novos crentes, multiplicação e crescimento de novas igrejas, vidas transformadas e milagres que Deus tem operado através da pregação do evangelho.

Estes fatos geralmente não aparecem ou são pouco divulgados, por isto, o enfoque principal deste texto é mostrar a necessidade da divulgação missionária para que o assunto se torne mais comum e haja um maior envolvimento dentro da igreja local.

A PREPARAÇÃO DA IGREJA PARA SEU CRESCIMENTO

O Cristianismo tornou-se a maior religião mundial devido aos esforços incansáveis de seus missionários, um fator que vem mudando a história do mundo, e o resultado é a grande expansão missionária que aconteceu nos últimos  dois séculos. Qualquer que seja a nossa atitude para com o cristianismo, essa expansão é um dos fatos mais notáveis da história humana. Entretanto, a maneira como o evento tem sido constantemente ignorado ou subestimado precisa ser levado a sério.

Da mesma forma que a impressionante expansão do cristianismo tem sido ignorada e depreciada, foram também negligenciados os homens e mulheres responsáveis por este fenômeno. Estes indivíduos que estavam perfeitamente à altura da tarefa realizada, impelidos por um sentimento de urgência raramente vistos.

 

Hoje existem no mundo mais de 8 bilhões de habitantes, e fazendo referência a outras religiões, pode-se estimar que:

- A população sem religião está estimada em 938 milhões em todo o mundo.

- A população Hinduísta está estimada em quase 820 milhões de pessoas.

- Nas religiões chinesas a estimativa é de 383 milhões de adeptos em todo o mundo.  

- Os Budistas no Mundo são estimados em torno de 400 milhões de pessoas.  

         - O Islamismo, é a religião que mais cresce atualmente no mundo. Segundo o último censo Mundial realizado pela ONU, mais de um quarto da população Mundial, é Muçulmana. (ISLAM, 1992)

Quase um bilhão e quinhentos milhões dos habitantes da terra são muçulmanos, então podemos dizer que 25% da população mundial é Muçulmana.

Porque o islamismo é a religião que mais cresce?

Para entendermos mais sobre o Islamismo, podemos verificar que ele está baseado em cinco pilares, que são:

         1 - O Testemunho: O testemunho é a proclamação de fé, é a chave que faz com que o ser humano ingresse no Islã.

2- A Oração: A oração é a primeira das adorações instituídas por Deus no Islã.

         3- O Jejum no Mês de Ramadan: O Jejum no mês de Ramadan se tornou obrigatório, em 624, segundo ano da Hégira (Episódio que marca o início do Islamismo).

         4 - O Pagamento do Zakat: Que é um imposto anual de 2,5% do lucro pessoal, como forma de purificação e ajuda aos pobres.

         5 - A Peregrinação a Meca - (a cidade do profeta): "... A peregrinação a Casa é um dever para com Deus, por parte de todos os seres humanos, que estão em condições de empreendê-la; entretanto, quem se negar a isso saiba que Deus pode prescindir de toda a humanidade." (ALCORÃO 3.97)

 

Percebe-se que quando a pessoa se converte ao Islamismo, ela tem plena fé no seu chamado e passa a viver aquilo que prega, tendo muito zelo naquilo que a sua fé professa. Este pode ser um dos principais pontos para o crescimento desta religião.

         Segundo dados do IBGE, até 2010 o Brasil terá 55 milhões de evangélicos, podendo chegar a 50% da população em 2022. Qual é o preparo que a igreja evangélica brasileira tem para este crescimento? Qual a consciência missionária para a pregação do evangelho a todos os povos para abreviarmos a volta de Jesus, como Ele mesmo nos predisse em Mateus 24:14: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.

         Todos estes dados citados acima são pouco ou nunca divulgados dentro do contexto eclesiástico, por isto, muitas vezes, as pessoas acreditam ser desnecessário o seu envolvimento e o investimento em missões.

         Pode-se fazer referência a uma falta de envolvimento da igreja e o descrédito em missões, a demora em se conhecer os frutos do trabalho, pois a evangelização em uma região geralmente necessita de grande desprendimento de tempo, ás vezes para o conhecimento da língua para o início do trabalho e também a dificuldade em pregar o evangelho pela distância, falta de recursos e também pela perseguição às pessoas que se dispõe a esta tarefa.

         Estes problemas não são encontrados somente no ambiente transcultural como também são reconhecidos em missões locais aqui no Brasil, muitas vezes pela religiosidade da região.

         O que faz a diferença, é que dentro do trabalho missionário, quando realmente existe uma conversão genuína, amigos, vizinhos e parentes notam a transformação na vida desta pessoa e também começam a seguir esta “nova fé”, por isto é necessário sempre ter uma retaguarda forte e segura daqueles que os enviam.

        

O MOTIVO PARA IR E A NECESSIDADE DE DIVULGAÇÃO.

 

Segundo a Bíblia Sagrada, no evangelho de Marcos no capítulo 16 e verso 15 Jesus diz: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.

No evangelho de Lucas Capitulo nove, verso três Jesus diz: “Nada leveis convosco para o caminho, nem bordões, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem tenhais duas túnicas”.

Outra citação bíblica que reforça o motivo para ir e menciona a missão que Jesus nos deixou, é o texto que mais tarde passou a ser chamado de “A Grande Comissão”:

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mateus 28:19-20

Mas não somente estes versículos, na Bíblia existem diversas passagens que podem ser entendidas dentro desta perspectiva missionária, trazendo para hoje este entendimento de que é uma lei de Deus e que os cristãos devem obedecer. São destacados abaixo, homens que obedeceram ao chamado de Deus, se dispondo a ir e romper barreiras geográficas, sociais, culturais e religiosas:

Abraão:

ORA, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Gn 12.1

Moisés:

Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.  Ex 3:10

Jonas:

Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença.  Jonas 1.2

Jeremias:

Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Jr 1.5

 

Paulo:

Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.  Atos 9.15

O próprio Jesus, deixou sua glória para vir nos anunciar que é chegado o reino de Deus e nos deixa o confirmação de nosso chamado à missões no evento de sua ascensão: “... e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. At 1.8

Um complemento ao nosso chamado vem da exortação de Paulo, em sua carta aos romanos, no capitulo 10 versos 13 ao 15:

Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram?

E como crerão naquele de quem não ouviram?

E como ouvirão, se não há quem pregue?

E como pregarão, se não forem enviados?

De acordo com os últimos dados estatísticos de 2001, no Brasil, existiam mais de 60.000 congregações de denominações evangélicas, para um total de 12.000 grupos étnicos (no mundo) que nunca ouviram o evangelho de Cristo.

Como proclamar o evangelho, frente às dificuldades encontradas para estes povos, se não houver disposição para ir?

Para que se entenda este mandamento para “ir a todo o mundo” faz-se necessário obter uma visualização muito maior que a própria circunvizinhança, e sim, olhar por sobre os muros e enxergar todas as nações e todos os povos.

A preocupação com a comunidade local deve sempre existir, mas existem ainda milhões de pessoas que ainda não conhecem a Deus, que não tem esta oportunidade de ouvir o evangelho e estão desesperadas por uma palavra que mude suas vidas.

Segundo o a Missão Porta Abertas (www.portasabertas.org.br), mais de 80.000 morrem a cada dia nos países asiáticos sem conhecer o amor de Jesus Cristo e 500.000 vilarejos, apenas na Índia, nunca ouviram falar do Evangelho.

Aqui no Brasil, existem mais de trezentas cidades com menos de três por cento de habitantes evangélicos e dezenove cidades sem nenhum trabalho ou igreja evangélica (SEPAL, 2006).

         Somente no Brasil, se cada congregação tivesse um envolvimento realmente efetivo e preocupado com os grupos que ainda não ouviram do evangelho, seriam cinco congregações envolvidas para cada grupo étnico.

O aprendizado para se fazer missões é algo que vem com o tempo, passo a passo, deixando que Deus vá aos poucos dando a instrução e a direção correta, bastando somente  a disposição pessoal como Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim...” (Isaías 6:8), que respondeu ao chamado de Deus: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”.

Normalmente não se fala nos púlpitos das igrejas, como se deve fazer missões, somente que todo cristão é um missionário ou que, quando se está fora da igreja, ali é o campo missionário.

O Interessado em missões, comumente tem que andar sozinho, buscando o conhecimento, só para depois, muito depois, ter algum apoio para seguir em frente, mas esta responsabilidade é de todos, e o que deve ser esclarecido, é que,  missão é pura e simplesmente a nossa missão de levar as boas novas de salvação. Não existe a necessidade de fazer uma diferenciação entre a missão que é nosso dever e o trabalhar em missões como ministério integral. O diferencial que pode existir, é o de trabalhar em unidade, um ajudando o outro, independente de placa denominacional.

Quem já trabalha na área de missões, tem que ter a consciência que também é um dever ajudar na divulgação de outros ministérios, pois se alguém deseja apoiar outro trabalho em outro local, cria-se uma ponte para isto. Quando é feita esta divulgação de missionária, esta ponte pode fazer a diferença na vida de quem está à frente na batalha.

Como diz o dito popular “A propaganda é a alma do negócio”, não querendo tratar o assunto como um negócio, mas usando este chavão para mostrar que “aquilo que não é visto, não é lembrado”.

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