MISSÕES - UMA ATITUDE A SER TOMADA PELA IGREJA
Entre os versos 21 e 24 de 1 Samuel 30, o Rei Davi esclarece que, tanto os que desceram à peleja como os que ficaram guardando a bagagem, “receberão partes iguais”. Afinal, todos contribuíram para que a vitória contra o inimigo ocorresse.
Com base na Escritura Sagrada, entendo que o “contribuinte” de missões também é um missionário, e tanto o que tem o ministério de ficar quanto o que tem o ministério de ir receberão sua parte no galardão.
É aquela velha história: um vai, outro financia e o outro ora. De qualquer forma, todos são comissionados.
A pergunta é: qual a minha parte nessa história toda?
Um dia, ouvi, aliás com muita propriedade, uma pessoa dizer que na igreja você se enquadra em uma das duas úni-cas categorias de pessoas que existem: ou você é um missionário ou, então, um “campo missionário”. E eu, feliz da vida só pude dizer: “Amém!”
Ainda sobre esse assunto, há uma frase famosa e muito difundida no nosso meio, cuja autoria é atribuída a William Carey, que diz: “Existem dois tipos de missionários, aquele que desce o poço e o que segura a corda”.Sabedores, então, de que todos os homens e todas as mulheres que um dia foram lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro são missionários, fica mais fácil darmos continuidade a esse assunto. Contudo, em detrimento da conclusão que acabamos de ler, os crentes, de uma forma geral, se enquadram em certas categorias quando falamos sobre aquele que contribui.
Vejamos essas categorias.
1. O amigo – é aquele que contribui com o missionário porque é amigo pessoal dele. Já o conhecia antes de ir ao campo, já se relacionavam, sabe de sua seriedade e compromisso. Acima de tudo o considera um grande amigo.
2. O frustrado – é o que contribui porque ele mesmo gostaria de ser um missionário. Contudo, as coisas não saíram como ele queria e, contribuindo, ele sente que tal missionário está sendo missionário no lugar dele.
3. O visionário – esse contribuinte quer ver o propósito de Deus sendo cumprido no mundo e sente-se responsável por isso. Seu pressuposto está em textos como o de Mateus 28.19.
4. O constrangido – é o que sente desconforto em dizer “não” quando é desafiado a envolver-se num ministério.
5. O apaixonado – é motivado pelo amor que sente por Jesus. Além disso, acha que dando ao missionário está dando também a Deus.
6. O solidário – esse contribuinte é sensível à grande necessidade mundial do conhecimento de Cristo. Ademais, ele se sensibiliza com a miséria, menores abandonados, epidemias, guerras, etc. Ele também poderia ser chamado de o “empático”.
7. O paizão – geralmente é uma pessoa idosa que resolve “adotar” o missionário e trazê-lo guardado no coração como um filho. Pode ser também, a mãezona.
8. O abençoado – contribui porque recebe bênçãos as quais atribui ao fato de ter ofertado.
9. O transvisionário – ele já é um missionário atuante e, por admirar o ministério de alguém, quer abençoá-lo financeiramente.
10. O esclarecido – contribui por saber que o trabalho que determinado missionário realiza é, em última instância, um trabalho de Deus.
11. O corporativo – esse nem sequer conhece o missionário, mas conhece a missão ou organização a que ele pertence e a admira muito, por isso contribui.
12. O interesseiro – contribui para poder deduzir do imposto de renda.
13. O parente – contribui por ser parente do missionário. Ele pode nem ser crente, mas deseja participar daquele “trabalho”.
14. O vaidoso – quer ver seu nome publicado no jornal da denominação ou na lista dos contribuintes de determinado ministério.
15. O anônimo – em contrapartida, há aquele que deposita a oferta para alguém sem jamais se identificar, crendo que o importante mesmo é Deus saber sobre seu ato e suas intenções.
16. O articulador – é aquele que, além de contribuir, movimenta a igreja, faz campanhas e incentiva outros a contribuírem.
17. O indeciso – é o que, em cada mês, envia a oferta para um missionário diferente.
18. O Papai Noel – aquele que só contribui em dezembro.
19. O oportunista – só manda a oferta quando está bem financeiramente, sem dívidas, ou com algum dinheiro sobrando.
20. O ovelha – só contribui para os projetos ou missionários autorizados pelo pastor da igreja.
Observando essa lista, vemos que alguns contribuintes são louváveis e outros nem tanto. Um desafio para nós seria passar paulatinamente a visão correta para nossas igrejas e nossos contribuintes, não nos esquecendo de regar todo esse processo com muita oração.
O importante mesmo é oferecer à igreja um lenitivo que venha curar as seqüelas herdadas através dos anos – ou dos séculos – e que esclareça, de fato, quais devem ser as reais motivações daquele que contribui para missões, lembrando que os dois alicerces principais são: doar segundo a orientação do Espírito Santo e doar sem segundas intenções.
No mais, se o seu ministério for o de “ir” dou graças por isso, mas se o seu ministério for o de “ficar” não se permita deixar de ir, pois de alguma forma você vai estar lá.
A Deus toda a glória!
(Autoria: Mônica Mesquita é missionária da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais.
(Autoria: Mônica Mesquita é missionária da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais.
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