O QUE É A IGREJA? MISSIOLOGICAMENTE FALANDO
A Igreja é o LUZEIRO DE DEUS.
Quando Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo”, falava aos seus discípulos; portanto, à Igreja.
No apocalipse, último livro da revelação Divina, declarou o mesmo fato por outras palavras: “Os sete candeeiros(ou candelabros) são as sete igrejas” (Apoc.1:20). Então, nós os crentes, somos a luz do mundo, as igrejas são candeeiros; portanto as igrejas são luzeiros de Deus. No mundo para iluminar o mundo. Os luzeiros são de várias qualidades e aspectos, portanto, as luzes diferem de intensidade.
Um lampião – é um luzeiro.
Um farol de carro – é um luzeiro.
Um farol de uma ilha no meio do oceano – é um luzeiro.
Um holofote – é um luzeiro.
Uma lâmpada de um quarto – é um luzeiro.
O texto bíblico que nos dá o assunto diz que o candeeiro é de ouro, o material mais fino que se conhecia. Algo valioso! Assim, a igreja não só vale pelo que faz mas também pelo que é.
A Igreja é feita do melhor matérial que existe - o homem - a coroa da criação. O Salmos 8 define muito bem quem somos nós.
A função do luzeiro é ser um facho de luz conduzindo pessoas ao porto de salvação. Não existe função mais expressiva para a igreja.
A função do luzeiro também é de esclarecer. Não fosse a atividade da igreja certamente que o mundo viveria hoje em densas trevas espirituais.
Outra função do luzeiro é guiar. A igreja tem essa função, existe para guiar os homens ao porto do destino. Pela pregação da Palavra ela se constitui uma sentinela avançada do Reino de Deus aqui na terra.
Uma outra função do luzeiro é a de afastar o perigo. Quando as pessoas vivem na igreja em contato com os seus irmãos, conseguem vencer as tentações mais facilmente e levam uma vida mais santificada. Quando se afastam, logo se tornam prêsas fáceis do maligno.
As rádios costeiras, da marinha, emitem sinais e mensagens diuturnamente aos navegantes próximos de arrecifes. É que houve luzes de faróis que se apagaram, e um farol apagado pode ser sinal de naufrágio para os navios que caminham naquela direção. E quantas igrejas existem por aí que não passam de luzeiros apagados? Que é que fazem? Que serviço prestam ao Reino?
2.2. QUAL É A TRIPLICE MISSÃO DA IGREJA
Fazer discípulos(Pregar). Batizar e Ensinar. Mateus 28:19-20.
Uma das questões mais cruciais da missiologia, segundo Alderi Souza de Matos(Professor de História da Igreja - Universidade Mackenzie-SP), é a “definição do próprio conceito de missão”. O que se deve entender por MISSÕES CRISTÃS? Quais São a natureza e os objetivos da missão da Igreja?
Falar em evangelismo hoje é como se estivéssemos diante de um grande caleidoscópio de conceitos e pressupostos compromissos teológicos. Em Marcos 16:15-20, têm-se invertido esta missão, pois ela começa nos versos 17 e 18, ao invés de começar no 15 e 16. Na verdade este é um assunto controvertido e merece a nossa atenção se é que queremos, não ganhar o mundo para Jesus, mas proclamar a sua mensagem a este mundo e abreviar a sua volta.
Em 1966, realizou-se em Berlim o Primeiro Congresso Mundial de Evangelização sob os auspícios da Revista Christianity Today e daí surgiram vária outras Consultas sobre evangelização, Congressos e outros Encontros que se proporam discutir a Evangelização do Mundo, até o final do milênio. Participei de três deles(1983-1986 e 2000-Todos em Amsterdam, na Holanda) e fiz um Treinamento avançado em um Organismo de Liderança e Evangelização Avançada em Singapura, em 1985. As preocupações desses Encontros era o declínio da evangelização das igrejas cristãs, o avanço de outras religiões não cristãs e a Urgência da Volta de Jesus.
No Congresso Mundial de Evangelização, realizado pela Associação Evangelística Billy Graham em 1974, em Lausane-Suiça, foi a partida para que milh ões de cristãos analisassem seus planos de Missões ao redor do mundo.
Em 1960 começava-se a falar sobre os movimentos de crescimento de igrejas, a partir da ótica do vissionário McGavram, esses métodos só influenciaram movimentos à partir de dentro da própria igreja. Igrejas surgiram com poderes extraordinários mas era apenas um movimento de troca de membros e este tem sido um impecilho ao crescimento VIRGINAL da igreja. Não se fazem mais filhos como antigamente. Nos USA e na Ásia, vários movimentos surgiram e contaminaram a América Latina. “Pacotes” sobre métodos de crescimento de igreja foram exportados partindo dos modelos Americanos e Asiáticos e a igreja perdeu a sua “visão” Neo-Testamentária.
Samuel Escobar – um teólogo e missiológo peruano, identifica essa reflexão missiológica que está vindo, não só das Américas, mas também da África e da Ásia, como uma missiologia crítica da periferia, Ele observa que tal “MISSIOLOGIA” é caracterizada por uma forte ênfase hermenêutica que insiste na importância de ler o mundo e ler a Palavra, mesmo que essa leitura signifique um exame incômodo e sério da herança evangélica. Ele argumenta que seria grandemente desejável para a globalização das missões e da teologia evangélica se as diferentes correntes missiológicas do evangelicalismo (européias, crescimento da igreja, terceiro mundo) pudessem convergir em um crescimento mais articulado e cooperativo para enfrentar a evangelização do mundo do terceiro milênio.
Quero inserir aqui um texto do Pr. Ronaldo Lidório, presbiteriano, missionário por 9 anos em Gana-África, entre as tribos Konkomba e Chakali na plantação de igrejas e tradução do Novo Testamento para a língua Limomkpeln. Doutor em Antopologia Cultural, autor de livros entre os quais “Missões, a obra continua”, está hoje na Amazônia, trabalhando entre os indígenas. Vejam:
“Há um provérbio Gonja, tribo no oeste africano, que diz “Os cachorros de ontem não conseguem caçar os coelhos de hoje” mostrando que novos problemas demandam novas abordagens e concluindo simplesmente que os coelhos de hoje são mais espertos que os de ontem. A primeira Missão da igreja não é proclamar o evangelho, não é se expandir e nem mesmo conquistar a mídia ou impactar a sociedade. A primeira Missão da igreja é morrer. Perder os valores da carne e ser revestida dos valores de Deus. “Quem não perder a sua vida por amor de mim...”
Quando perguntaram a George Muller sobre o segredo do seu ministério, a sua resposta imediata foi: “O segredo de George Muller é que George Muller morreu já há alguns anos atrás”.
É preciso reafirmar em nossos dias o motivo de nossa existência: a glória de Jesus, senhor da Igreja! É tempo de reconhecer que Deus é maior do que nós.
Cirenius, teólogo bizantino, afirmou que “a igreja sofrera a tentação de desenvolver a sua personalidade e perder a sua finalidade. À imagem do primeiro homem, a igreja também peca quando esquece o porquê está aqui e imagina ser o suficiente apenas o existir...”
Percebo que vivenciamos a tendência da errática cristã a qual tenta incluir-se nas bênçãos do evangelho e se auto excluir de sua prática: a antibíblica vontade de ver a terra arada sem por as mãos no arado.”
2.3. DE ONDE A IGREJA RECEBE PODER PARA CUMPRIR SUA MISSÃO
Atos 1:8 “...Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo,...”
Missões é algo que começa no poder do Espírito Santo. Nenhum movimento espiritual no mundo teve êxito se não recebesse o aval do Espírito Santo.
Um dos textos mais fantásticos da Bíblia, falando sobre o derramar do Espírito, não está no Novo Testamento e sim no Velho Testamento. Está lá em Joel capítulo 2:28-32 e capítulo 3: 12-16, vale a pena lermos agora essa pérola. Podemos igualar o texto e inseri-lo somente no evento Messiânico, mas é muita mais que isso, a profecia alcança os nossos dias e dá ênfase à ação poderosa do Espírito Santo.
Vivemos dias em que algumas igrejas dizem que tem o poder do Espírito Santo. mas não tem visão missionária, o que é impossível, porque se de fato tivessem poder, automaticamente teriam visão missionária. Jesus conhece as nossas fraquezas, a incapacidade para cumprirmos a sua ordem. Por isso, todas as vezes que Êle nos ordenou que fôssemos por todo o mundo, pregando o Evangelho a toda a criatura, deu-nos também a certeza de nos capacitar com o poder do Espírito Santo.
É impossível fazer a obra de missões sem o poder do Espírito Santo. É impossível haver poder do Espírito Santo sem visão mundial.
A obra do Espírito Santo é tão necessária quanto a obra de Cristo.Talvez isto surpreenda você. Mas Jesus diz: “É necessário que eu vá, pois se eu não for, o Consolador não virá para vós outros.” (João 16:7). Jesus sempre ensinou ao seu povo a ansiar pela vinda do poder do Espírito Santo, isso é notório em todo o Velho Testamento e nas mensagens de Jesus.
O Espírito na Orígem da Igreja
Em certo sentido a Igreja já existia embrionáriamente no Velho Testamento. Estêvão fala na “igreja do deserto” (Atos 7:38). A igreja consiste no povo de Deus, nascido de novo no Espírito, e salvo pela fé no Messias prometido. Assim algo especial aconteceu no dia do Pentecostes. Naquele dia começou a era do Espírito, e nasceu a igreja do Novo Testamento, da nova aliança. Existem milhares de pessoas que freqüentam nossos cultos, participam da vida da igreja, mas nunca foram batizados pelo Espírito Santo, isto é: Não nasceram de novo, e por esta razão não existe um compromisso com a Missão principal de Jesus.
O Espírito Santo Equipa a Igreja
A igreja toda é comparada a um corpo e os indivíduos são membros ou partes diferentes deste corpo. “A um é dada pelo Espírito a Palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito” etc, (I Cor.12:8-9 / I Cor. 12:11) O Espírito assegura que a igreja está plenamente equipada para a sua tarefa.
Os dons extraordinários passaram, pois o Senhor não os vê mais necessários para a sua Igreja, mas tudo que se requer para o bem da igreja é um EVANGELISMO de sucesso eficaz. E o Espírito equiparará a igreja para esta MISSÃO.
O Espírito Santo Ensina a Igreja
As Escrituras são o produto do Espírito por meio do qual Ele ensina à Igreja. “Homens santos de Deus falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo”(2ª. Pe.1:21). O Espírito não apenas dá a Bíblia, mas também abre mentes e corações às suas verdades. “O Espírito da verdade vos guiará à toda a verdade..., há de Receber o que é meu e vo-lo há de anunciar.”(João 16:13-15). O corpo de Cristo como um todo não precisa de gente de fora para ensiná-lo. Tudo o que ele precisa saber está na Bíblia, na Palavra, e o Espírito ajuda a igreja a entendê-la. Podemos entender que o Espírito também guia o desenvolvimento da obra: Em Atos 16:6-7, temos um texto maravilhoso de como isso acontece.
O Espírito Santo Governa a Igreja
Cristo é o cabeça e Rei da Igreja. Mas Cristo, porém, está nos céus. É através do Seu Espírito que Ele governa a Igreja no mundo. Quando a Igreja deixa-se governar pelo Espírito e não por idéias humanas somente, Ele, o Espírito, age de forma sobrenatural e audível. Vejam o texto de Atos 13:2, quando os profetas e mestres de Antioquia oraram e jejuaram ao Senhor. O Espírito Santo disse: “Separai-me agora Barnabé e Saulo para a obra que eu os tenho chamado...”. Foi da vontade do Espírito que o Evangelho fosse pregado na Europa. O Espírito governava e guiava a Igreja naqueles dias. Tem sido assim em nossa época?
O Espírito Santo Unifica a Igreja
O movimento ecumênico tenta unir a igreja, mas o melhor que ele consegue é um movimento organizacional, nada mais, é como “passar um verniz” sobre as várias diferenças. O Espírito, no entanto, verdadeiramente, une todos os cristãos em uma só igreja. Nesta igreja não existem hipócritas. A entrada é através de Cristo, a porta. O Espírito trabalha do lado de fora desta união trazendo as pessoas para dentro de uma forma irressistível. É o que nos diz Paulo em I Cor. 12:13. “Pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” Chegará o dia em que deveremos entender, literalmente, o que nos diz a Palavra em Efésios 4:3-4 “...esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Há somente um corpo e um Espírito.”
O Espírito Santo Reaviva a Igreja
Foi de Jonathan Edwards a seguinte afirmativa: “É claramente observável que desde a queda do homem até os nossos dias, a obra da redenção em seu efeito tem sido levada adiante principalmente por meios de comunicações extraordinárias do Espírito de Deus. Mesmo que haja uma influência mais constante do Espírito de Deus sempre em alguma medida, aguardando as Sua ordenanças, ainda assim, o meio através do qual as maiores coisas têm sido feitas no sentido de concretizar esta obra, sempre foi por meio de efusões extraordinárias em períodos especiais de misericórdia”. (História da Redenção, Período I, parte 1) Ele está falando aqui de reavivamentos.
Num reavivamento, uma igreja seca e sem vida é despertada. O Espírito Santo traz novo arrependimento, isto é, volta ao primeiro amor(Apoc.2:4). Aliás, o segundo arrependimento de que fala a Bíblia, foi o próprio Cristo que exortou a sua igreja a fazê-lo, pois isso está inserido em todas as cartas escritas às sete Igrejas da Ásia, símbolos de sua Igreja militante na terra desde Jerusalém até os tempos finais. O Espírito Santo está entristecido com a Igreja e por esta razão ele se retira dela, pois a igreja hoje está cheia de ídolos, materialismo, mundanismo e falta de oração verdadeira e da busca do poder do alto. Ele permanece fora até que o povo de Deus se arrependa. Por esta razão Jesus está batendo à porta da Igreja. (Apoc.3:20) “Eis que estou à porta e bato...”
O Espírito Santo Age na Evangelização
Antes de subir aos céus Jesus Cristo deixou a grande comissão com a sua Igreja, está em Mateus 28:19-20. Eu tenho dúvidas se hoje perguntasse aos jovens dessa geração se eles conhecem este texto da Bíblia, de que eles me respondessem afirmativamente. É a tragédia desse século!
Mas sabemos que o Espírito Santo sempre agirá no meio da igreja porque foi o dono da Igreja que prometeu “... eis que estarei convosco...”. Foi Jesus também que disse “Êle, o Espírito, vos convencerá da Justiça, do pecado e do juizo” . Jesus continuará salvando e isso Ele faz por meio do Espírito Santo, que é vital para o programa de evangelização da Igreja no mundo.
2.4. PERIGOS À EVITAR
1. O Secularismo
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do criador...” (Romanos 1:25).
Este perigo tem sempre rondado a igreja desde os primeiros dias e por esta razão Paulo enfatiza isso aos Romanos, uma sociedade avançada e altamente politizada. O Secularismo, como filosofia abrangente de vida, expressa um entusiasmo sem reservas pelo processo da secularização em todas as esferas da vida, inclusive a religiosa. Vivemos dias em que muitas igrejas estão vivendo diferente das idéias de um defensor dessa filosofia – Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano. A secularização é uma ameaça provocante, que deve ser levada à sério.
2. O Pobre Entendimento do Evangelho
Muitas igrejas evangélicas dão pouca ênfase sobre o real significado do Evangelho. Esse triste fato, gera, por conseguinte, igrejas repletas de pessoas com pouco ou nenhum interesse na evangelização – que seria a proclamação do Evangelho que eles pouco conhecem. Para muitos o evangelho é apenas uma forma mais rápida de escapar do inferno, ou de resolver um problema conjugal, ou de buscar cura para uma enfermidade, ou de encontrar sucesso na vida financeira, etc...
Para combater este problema é necessário que voltemos a exaltar a obra redentora de Jesus Cristo e sua suficiência para nossas vidas. Precisamos ficar conscientes do real problema do pecado e da necessidade do arrependimento. As mais belas palavras que podemos ouvir de alguém deverão ser parecidas com aquelas do cego de nascença registradas por João: “Eu sei que era cego e agora vejo!”
3. Pouca Glorificação Para com o Nome de Deus
Conhecí um pastor, grande evangelista, que dizia sempre em todas as realizações e cruzadas que realizava, ao final do apelo, quando multidões aceitavam a Jesus como Salvador: “A Deus toda a Glória, toda a Honra e todo o Louvor!”
A Evangelização enfrenta muitos perigos que devem ser evitados, porque existem prioridades equivocadas. As pessoas não querem glorificar o nome de Deus e as suas prioridades se tornam outras em suas vidas. As pessoas estão sem tempo, sem dinheiro, sem paciência, sem alegria suficiente e sem coragem para glorificar o Nome de Deus através da evangelização. Se falamos em evangelizar surge logo a idéia de fazermos um GRANDE PROGRAMA musical, um GRANDE ORADOR deve ser convidado e um GRANDE ESTÁDIO deve ser locado. O que deveria estar em jogo nesta hora é a Glória de Deus e em Ele nos usar, individualmente, para evangelizarmos as pessoas ao nosso redor.
4. Falta de Amor Pelas Pessoas
João 3:16. Aqui está o maior exemplo de amor que Deus demonstrou. O amor ao próximo é um distintivo da fé cristã, de acordo com Paulo em Romanos 5:8. Jesus é a maior prova e o melhor exemplo do verdadeiro amor. João, em suas cartas, repete isso quase que sistemáticamente. Não temos amado o suficiente e isso tem causado uma barreira quase que instransponível a realizarmos A TAREFA AINDA INACABADA – A Evangelização do Mundo!
Quando Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo”, falava aos seus discípulos; portanto, à Igreja.
No apocalipse, último livro da revelação Divina, declarou o mesmo fato por outras palavras: “Os sete candeeiros(ou candelabros) são as sete igrejas” (Apoc.1:20). Então, nós os crentes, somos a luz do mundo, as igrejas são candeeiros; portanto as igrejas são luzeiros de Deus. No mundo para iluminar o mundo. Os luzeiros são de várias qualidades e aspectos, portanto, as luzes diferem de intensidade.
Um lampião – é um luzeiro.
Um farol de carro – é um luzeiro.
Um farol de uma ilha no meio do oceano – é um luzeiro.
Um holofote – é um luzeiro.
Uma lâmpada de um quarto – é um luzeiro.
O texto bíblico que nos dá o assunto diz que o candeeiro é de ouro, o material mais fino que se conhecia. Algo valioso! Assim, a igreja não só vale pelo que faz mas também pelo que é.
A Igreja é feita do melhor matérial que existe - o homem - a coroa da criação. O Salmos 8 define muito bem quem somos nós.
A função do luzeiro é ser um facho de luz conduzindo pessoas ao porto de salvação. Não existe função mais expressiva para a igreja.
A função do luzeiro também é de esclarecer. Não fosse a atividade da igreja certamente que o mundo viveria hoje em densas trevas espirituais.
Outra função do luzeiro é guiar. A igreja tem essa função, existe para guiar os homens ao porto do destino. Pela pregação da Palavra ela se constitui uma sentinela avançada do Reino de Deus aqui na terra.
Uma outra função do luzeiro é a de afastar o perigo. Quando as pessoas vivem na igreja em contato com os seus irmãos, conseguem vencer as tentações mais facilmente e levam uma vida mais santificada. Quando se afastam, logo se tornam prêsas fáceis do maligno.
As rádios costeiras, da marinha, emitem sinais e mensagens diuturnamente aos navegantes próximos de arrecifes. É que houve luzes de faróis que se apagaram, e um farol apagado pode ser sinal de naufrágio para os navios que caminham naquela direção. E quantas igrejas existem por aí que não passam de luzeiros apagados? Que é que fazem? Que serviço prestam ao Reino?
2.2. QUAL É A TRIPLICE MISSÃO DA IGREJA
Fazer discípulos(Pregar). Batizar e Ensinar. Mateus 28:19-20.
Uma das questões mais cruciais da missiologia, segundo Alderi Souza de Matos(Professor de História da Igreja - Universidade Mackenzie-SP), é a “definição do próprio conceito de missão”. O que se deve entender por MISSÕES CRISTÃS? Quais São a natureza e os objetivos da missão da Igreja?
Falar em evangelismo hoje é como se estivéssemos diante de um grande caleidoscópio de conceitos e pressupostos compromissos teológicos. Em Marcos 16:15-20, têm-se invertido esta missão, pois ela começa nos versos 17 e 18, ao invés de começar no 15 e 16. Na verdade este é um assunto controvertido e merece a nossa atenção se é que queremos, não ganhar o mundo para Jesus, mas proclamar a sua mensagem a este mundo e abreviar a sua volta.
Em 1966, realizou-se em Berlim o Primeiro Congresso Mundial de Evangelização sob os auspícios da Revista Christianity Today e daí surgiram vária outras Consultas sobre evangelização, Congressos e outros Encontros que se proporam discutir a Evangelização do Mundo, até o final do milênio. Participei de três deles(1983-1986 e 2000-Todos em Amsterdam, na Holanda) e fiz um Treinamento avançado em um Organismo de Liderança e Evangelização Avançada em Singapura, em 1985. As preocupações desses Encontros era o declínio da evangelização das igrejas cristãs, o avanço de outras religiões não cristãs e a Urgência da Volta de Jesus.
No Congresso Mundial de Evangelização, realizado pela Associação Evangelística Billy Graham em 1974, em Lausane-Suiça, foi a partida para que milh ões de cristãos analisassem seus planos de Missões ao redor do mundo.
Em 1960 começava-se a falar sobre os movimentos de crescimento de igrejas, a partir da ótica do vissionário McGavram, esses métodos só influenciaram movimentos à partir de dentro da própria igreja. Igrejas surgiram com poderes extraordinários mas era apenas um movimento de troca de membros e este tem sido um impecilho ao crescimento VIRGINAL da igreja. Não se fazem mais filhos como antigamente. Nos USA e na Ásia, vários movimentos surgiram e contaminaram a América Latina. “Pacotes” sobre métodos de crescimento de igreja foram exportados partindo dos modelos Americanos e Asiáticos e a igreja perdeu a sua “visão” Neo-Testamentária.
Samuel Escobar – um teólogo e missiológo peruano, identifica essa reflexão missiológica que está vindo, não só das Américas, mas também da África e da Ásia, como uma missiologia crítica da periferia, Ele observa que tal “MISSIOLOGIA” é caracterizada por uma forte ênfase hermenêutica que insiste na importância de ler o mundo e ler a Palavra, mesmo que essa leitura signifique um exame incômodo e sério da herança evangélica. Ele argumenta que seria grandemente desejável para a globalização das missões e da teologia evangélica se as diferentes correntes missiológicas do evangelicalismo (européias, crescimento da igreja, terceiro mundo) pudessem convergir em um crescimento mais articulado e cooperativo para enfrentar a evangelização do mundo do terceiro milênio.
Quero inserir aqui um texto do Pr. Ronaldo Lidório, presbiteriano, missionário por 9 anos em Gana-África, entre as tribos Konkomba e Chakali na plantação de igrejas e tradução do Novo Testamento para a língua Limomkpeln. Doutor em Antopologia Cultural, autor de livros entre os quais “Missões, a obra continua”, está hoje na Amazônia, trabalhando entre os indígenas. Vejam:
“Há um provérbio Gonja, tribo no oeste africano, que diz “Os cachorros de ontem não conseguem caçar os coelhos de hoje” mostrando que novos problemas demandam novas abordagens e concluindo simplesmente que os coelhos de hoje são mais espertos que os de ontem. A primeira Missão da igreja não é proclamar o evangelho, não é se expandir e nem mesmo conquistar a mídia ou impactar a sociedade. A primeira Missão da igreja é morrer. Perder os valores da carne e ser revestida dos valores de Deus. “Quem não perder a sua vida por amor de mim...”
Quando perguntaram a George Muller sobre o segredo do seu ministério, a sua resposta imediata foi: “O segredo de George Muller é que George Muller morreu já há alguns anos atrás”.
É preciso reafirmar em nossos dias o motivo de nossa existência: a glória de Jesus, senhor da Igreja! É tempo de reconhecer que Deus é maior do que nós.
Cirenius, teólogo bizantino, afirmou que “a igreja sofrera a tentação de desenvolver a sua personalidade e perder a sua finalidade. À imagem do primeiro homem, a igreja também peca quando esquece o porquê está aqui e imagina ser o suficiente apenas o existir...”
Percebo que vivenciamos a tendência da errática cristã a qual tenta incluir-se nas bênçãos do evangelho e se auto excluir de sua prática: a antibíblica vontade de ver a terra arada sem por as mãos no arado.”
2.3. DE ONDE A IGREJA RECEBE PODER PARA CUMPRIR SUA MISSÃO
Atos 1:8 “...Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo,...”
Missões é algo que começa no poder do Espírito Santo. Nenhum movimento espiritual no mundo teve êxito se não recebesse o aval do Espírito Santo.
Um dos textos mais fantásticos da Bíblia, falando sobre o derramar do Espírito, não está no Novo Testamento e sim no Velho Testamento. Está lá em Joel capítulo 2:28-32 e capítulo 3: 12-16, vale a pena lermos agora essa pérola. Podemos igualar o texto e inseri-lo somente no evento Messiânico, mas é muita mais que isso, a profecia alcança os nossos dias e dá ênfase à ação poderosa do Espírito Santo.
Vivemos dias em que algumas igrejas dizem que tem o poder do Espírito Santo. mas não tem visão missionária, o que é impossível, porque se de fato tivessem poder, automaticamente teriam visão missionária. Jesus conhece as nossas fraquezas, a incapacidade para cumprirmos a sua ordem. Por isso, todas as vezes que Êle nos ordenou que fôssemos por todo o mundo, pregando o Evangelho a toda a criatura, deu-nos também a certeza de nos capacitar com o poder do Espírito Santo.
É impossível fazer a obra de missões sem o poder do Espírito Santo. É impossível haver poder do Espírito Santo sem visão mundial.
A obra do Espírito Santo é tão necessária quanto a obra de Cristo.Talvez isto surpreenda você. Mas Jesus diz: “É necessário que eu vá, pois se eu não for, o Consolador não virá para vós outros.” (João 16:7). Jesus sempre ensinou ao seu povo a ansiar pela vinda do poder do Espírito Santo, isso é notório em todo o Velho Testamento e nas mensagens de Jesus.
O Espírito na Orígem da Igreja
Em certo sentido a Igreja já existia embrionáriamente no Velho Testamento. Estêvão fala na “igreja do deserto” (Atos 7:38). A igreja consiste no povo de Deus, nascido de novo no Espírito, e salvo pela fé no Messias prometido. Assim algo especial aconteceu no dia do Pentecostes. Naquele dia começou a era do Espírito, e nasceu a igreja do Novo Testamento, da nova aliança. Existem milhares de pessoas que freqüentam nossos cultos, participam da vida da igreja, mas nunca foram batizados pelo Espírito Santo, isto é: Não nasceram de novo, e por esta razão não existe um compromisso com a Missão principal de Jesus.
O Espírito Santo Equipa a Igreja
A igreja toda é comparada a um corpo e os indivíduos são membros ou partes diferentes deste corpo. “A um é dada pelo Espírito a Palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento pelo mesmo Espírito” etc, (I Cor.12:8-9 / I Cor. 12:11) O Espírito assegura que a igreja está plenamente equipada para a sua tarefa.
Os dons extraordinários passaram, pois o Senhor não os vê mais necessários para a sua Igreja, mas tudo que se requer para o bem da igreja é um EVANGELISMO de sucesso eficaz. E o Espírito equiparará a igreja para esta MISSÃO.
O Espírito Santo Ensina a Igreja
As Escrituras são o produto do Espírito por meio do qual Ele ensina à Igreja. “Homens santos de Deus falaram ao serem movidos pelo Espírito Santo”(2ª. Pe.1:21). O Espírito não apenas dá a Bíblia, mas também abre mentes e corações às suas verdades. “O Espírito da verdade vos guiará à toda a verdade..., há de Receber o que é meu e vo-lo há de anunciar.”(João 16:13-15). O corpo de Cristo como um todo não precisa de gente de fora para ensiná-lo. Tudo o que ele precisa saber está na Bíblia, na Palavra, e o Espírito ajuda a igreja a entendê-la. Podemos entender que o Espírito também guia o desenvolvimento da obra: Em Atos 16:6-7, temos um texto maravilhoso de como isso acontece.
O Espírito Santo Governa a Igreja
Cristo é o cabeça e Rei da Igreja. Mas Cristo, porém, está nos céus. É através do Seu Espírito que Ele governa a Igreja no mundo. Quando a Igreja deixa-se governar pelo Espírito e não por idéias humanas somente, Ele, o Espírito, age de forma sobrenatural e audível. Vejam o texto de Atos 13:2, quando os profetas e mestres de Antioquia oraram e jejuaram ao Senhor. O Espírito Santo disse: “Separai-me agora Barnabé e Saulo para a obra que eu os tenho chamado...”. Foi da vontade do Espírito que o Evangelho fosse pregado na Europa. O Espírito governava e guiava a Igreja naqueles dias. Tem sido assim em nossa época?
O Espírito Santo Unifica a Igreja
O movimento ecumênico tenta unir a igreja, mas o melhor que ele consegue é um movimento organizacional, nada mais, é como “passar um verniz” sobre as várias diferenças. O Espírito, no entanto, verdadeiramente, une todos os cristãos em uma só igreja. Nesta igreja não existem hipócritas. A entrada é através de Cristo, a porta. O Espírito trabalha do lado de fora desta união trazendo as pessoas para dentro de uma forma irressistível. É o que nos diz Paulo em I Cor. 12:13. “Pois em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.” Chegará o dia em que deveremos entender, literalmente, o que nos diz a Palavra em Efésios 4:3-4 “...esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Há somente um corpo e um Espírito.”
O Espírito Santo Reaviva a Igreja
Foi de Jonathan Edwards a seguinte afirmativa: “É claramente observável que desde a queda do homem até os nossos dias, a obra da redenção em seu efeito tem sido levada adiante principalmente por meios de comunicações extraordinárias do Espírito de Deus. Mesmo que haja uma influência mais constante do Espírito de Deus sempre em alguma medida, aguardando as Sua ordenanças, ainda assim, o meio através do qual as maiores coisas têm sido feitas no sentido de concretizar esta obra, sempre foi por meio de efusões extraordinárias em períodos especiais de misericórdia”. (História da Redenção, Período I, parte 1) Ele está falando aqui de reavivamentos.
Num reavivamento, uma igreja seca e sem vida é despertada. O Espírito Santo traz novo arrependimento, isto é, volta ao primeiro amor(Apoc.2:4). Aliás, o segundo arrependimento de que fala a Bíblia, foi o próprio Cristo que exortou a sua igreja a fazê-lo, pois isso está inserido em todas as cartas escritas às sete Igrejas da Ásia, símbolos de sua Igreja militante na terra desde Jerusalém até os tempos finais. O Espírito Santo está entristecido com a Igreja e por esta razão ele se retira dela, pois a igreja hoje está cheia de ídolos, materialismo, mundanismo e falta de oração verdadeira e da busca do poder do alto. Ele permanece fora até que o povo de Deus se arrependa. Por esta razão Jesus está batendo à porta da Igreja. (Apoc.3:20) “Eis que estou à porta e bato...”
O Espírito Santo Age na Evangelização
Antes de subir aos céus Jesus Cristo deixou a grande comissão com a sua Igreja, está em Mateus 28:19-20. Eu tenho dúvidas se hoje perguntasse aos jovens dessa geração se eles conhecem este texto da Bíblia, de que eles me respondessem afirmativamente. É a tragédia desse século!
Mas sabemos que o Espírito Santo sempre agirá no meio da igreja porque foi o dono da Igreja que prometeu “... eis que estarei convosco...”. Foi Jesus também que disse “Êle, o Espírito, vos convencerá da Justiça, do pecado e do juizo” . Jesus continuará salvando e isso Ele faz por meio do Espírito Santo, que é vital para o programa de evangelização da Igreja no mundo.
2.4. PERIGOS À EVITAR
1. O Secularismo
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do criador...” (Romanos 1:25).
Este perigo tem sempre rondado a igreja desde os primeiros dias e por esta razão Paulo enfatiza isso aos Romanos, uma sociedade avançada e altamente politizada. O Secularismo, como filosofia abrangente de vida, expressa um entusiasmo sem reservas pelo processo da secularização em todas as esferas da vida, inclusive a religiosa. Vivemos dias em que muitas igrejas estão vivendo diferente das idéias de um defensor dessa filosofia – Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano. A secularização é uma ameaça provocante, que deve ser levada à sério.
2. O Pobre Entendimento do Evangelho
Muitas igrejas evangélicas dão pouca ênfase sobre o real significado do Evangelho. Esse triste fato, gera, por conseguinte, igrejas repletas de pessoas com pouco ou nenhum interesse na evangelização – que seria a proclamação do Evangelho que eles pouco conhecem. Para muitos o evangelho é apenas uma forma mais rápida de escapar do inferno, ou de resolver um problema conjugal, ou de buscar cura para uma enfermidade, ou de encontrar sucesso na vida financeira, etc...
Para combater este problema é necessário que voltemos a exaltar a obra redentora de Jesus Cristo e sua suficiência para nossas vidas. Precisamos ficar conscientes do real problema do pecado e da necessidade do arrependimento. As mais belas palavras que podemos ouvir de alguém deverão ser parecidas com aquelas do cego de nascença registradas por João: “Eu sei que era cego e agora vejo!”
3. Pouca Glorificação Para com o Nome de Deus
Conhecí um pastor, grande evangelista, que dizia sempre em todas as realizações e cruzadas que realizava, ao final do apelo, quando multidões aceitavam a Jesus como Salvador: “A Deus toda a Glória, toda a Honra e todo o Louvor!”
A Evangelização enfrenta muitos perigos que devem ser evitados, porque existem prioridades equivocadas. As pessoas não querem glorificar o nome de Deus e as suas prioridades se tornam outras em suas vidas. As pessoas estão sem tempo, sem dinheiro, sem paciência, sem alegria suficiente e sem coragem para glorificar o Nome de Deus através da evangelização. Se falamos em evangelizar surge logo a idéia de fazermos um GRANDE PROGRAMA musical, um GRANDE ORADOR deve ser convidado e um GRANDE ESTÁDIO deve ser locado. O que deveria estar em jogo nesta hora é a Glória de Deus e em Ele nos usar, individualmente, para evangelizarmos as pessoas ao nosso redor.
4. Falta de Amor Pelas Pessoas
João 3:16. Aqui está o maior exemplo de amor que Deus demonstrou. O amor ao próximo é um distintivo da fé cristã, de acordo com Paulo em Romanos 5:8. Jesus é a maior prova e o melhor exemplo do verdadeiro amor. João, em suas cartas, repete isso quase que sistemáticamente. Não temos amado o suficiente e isso tem causado uma barreira quase que instransponível a realizarmos A TAREFA AINDA INACABADA – A Evangelização do Mundo!
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