O PREPARO ADEQUADO DO MISSIONÁRIO
Quando uma igreja tem diante de si um vocacionado são muitas as preocupações que surgem, contudo nada é mais crucial do que capacitar o futuro missionário corretamente antes de envia-lo.
Este ainda é um assunto relativamente novo para nós que fazemos parte de uma igreja que viu nascer um movimento missionário transcultural mais candente a partir da década de 80. O mesmo tem acontecido praticamente com outros países do chamado Terceiro Mundo, onde o crescimento da igreja tem sido vertiginoso.
Devemos confessar logo de início que esta área não é nosso forte, pois temos tido habilidade para pregar, plantar novas igrejas, identificarmos-nos com nossa própria cultura, mas temos sido por demais negligentes na questão da formação missiológica e o resultado disto tem sido catastrófico em muitos casos. Sabe-se hoje de casos onde missionários brasileiros têm cometido toda sorte de erros no campo, quebrando princípios culturais, demonstrando profunda insensibilidade para com os nacionais, entre outras coisas, e, ao buscarmos respostas para tal comportamento nos deparamos com uma capacitação missiológica insuficiente.
Um assunto que tem causado grande preocupação é o fato de muitos missionários abandonarem o campo prematuramente, estudos realizados em no encontro da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial, realizado na Inglaterra no ano de 1997, identificou a falta de um “treinamento apropriado”, como a principal causa para este fenômeno. Ainda hoje isto é uma realidade, pois não se tem dado o peso necessário à capacitação do missionário.
De que maneira uma igreja pode cumprir seu papel na formação adequada de seu futuro missionário incluindo esta parte fundamental da capacitação?
Não é nosso propósito aqui analisar detalhadamente a questão dos elementos da formação missionária, pois hoje, existe boa literatura sendo oferecida à igreja brasileira. Queremos apenas dar certo direcionamento à igreja no planejamento da caminhada do vocacionado, quando à sua formação correta, antes do momento de partir. Para isso apresentamos algumas alternativas.
A Preparação junto à Igreja Local
Será junto à comunidade, como já dissemos anteriormente, onde o candidato terá a oportunidade de receber os primeiros subsídios.
Quando faz uma análise do preparo anterior ao envio ao campo, a missionária e professora de missões Margaretha Adiwardana, chega a seguinte conclusão:
“A igreja local é vital porque provê o contexto para o preparo pessoal dos futuros missionários, ajudando os candidatos a confirmar seu chamado para missões. Uma igreja que discípula seus missionários conhece os bem. Ela pode acompanhar os candidatos pelo processo de treinamento anterior ao campo e dar sugestões especificas para o programa de cada um. Em seu contexto, os candidatos podem pôr em prática o que estão aprendendo.”
Vivendo grande parte de suas atividades através de programações, a igreja, hoje, enfrenta a ausência da prática do discipulado. Para crescer numericamente a igreja tem pago um preço alto. O que vale é reunir muita gente em programações estabelecidas de antemão, o que pode acontecer nos lcultos (durante a semana e vários aos domingos), encontros de louvor, acampamentos, etc., e isto até pode ser muito bom sob determinado prisma, mas, como promover maturidade de vida cristã às custas de simples ajuntamentos do povo de Deus? O resultado disto tem sido cristãos bastante superficiais no conhecimento da Palavra e com pouco comprometimento com o estilo de vida baseado na cruz.
Além de outros fatores, os vocacionados têm sentido certa falta de cuidado por parte daqueles que fazem parte de sua própria “casa”. O treinamento preliminar que deveria acontecer no ambiente mais próximo do candidato deixa muito a desejar, e gostaria de enfatizar que a igreja deve se tornar este laboratório no treinamento inicial do futuro missionário. A formação acadêmica sempre será essencial, e vamos falar dela em seguida, mas será na igreja que o candidato a missionário efetivamente dará, ou não, sinais de maturidade espiritual e emocional ao plantar uma nova igreja, dirigir um grupo de estudo bíblico, ajudar no aconselhamento, etc. Conheço igrejas que nessa área têm se esforçado para fazer um bom papel.
Além das tarefas já citadas, e que provavelmente o vocacionado tenha disposição para fazer, coloca-se diante dele outras atividades na igreja não tão atraentes: ajudar na limpeza, colaborar na pintura das dependências, atender aos pobres que vêm buscar alimento, cuidar dos adolescentes num acampamento, lavar os pratos depois de uma refeição, etc. Isto é muito importante para avaliar até que ponto esse futuro missionário estaria disposto a realizar tais tarefas e estar submisso à sua igreja.
Portanto, quando se inicia a trajetória de auxilio visando a formação do vocacionado, a igreja não pode, em hipótese alguma, renunciar às suas responsabilidades, nem tampouco transferi-las a outros, que, a seu ver, tenham mais experiência. Caso necessitem, estas igrejas devem procurar ajuda, através de outras igrejas e lideres de missões que já tenham maior experiência.
No entanto a caminhada do vocacionado em busca da sua formação deve prosseguir além daquilo que ele recebe de sua própria igreja local.
TREINAMENTO FORMAL
Trata-se de um modelo conhecido e aplicado particularmente no mundo ocidental. O treinando recebe basicamente o ensino teórico visando, com isso, alcançar seu credenciamente acadêmico.
Nesse sentido, o aluno recebe aulas de matérias pre determinadas de um curriculo previamente preparado. Sabe-se, portanto, as matérias que deverão ser estudadas, a carga horária de cada uma delas, os dias estabelecidos para que se frequente as aulas e o método de avaliação, em geral é feito através de testes ou provas escritas. Em ultima análise, a busca do conhecimento torna-se o fator preponderante neste tipo de treinamento.
Um dos pontos positivos deste tipo de treinamento formal é que ele estimula o aluno a reconhecer que não tem todas as informações que imaginava ter. Tem sido comum ouvir alguns dos vocacionados dizerem: "Ainda não sei porque não fui enviado... afina´l já tenho experiência suficiente e conheço a Palavra!". Quando este mesmo candidato inicia sua formação acadêmica formal na área da missiologia, rapidamente vai perceber que ainda resta muita coisa a aprender.
Além disso, nossa teologia de missões ainda é por demais pragmática, calcada, na maioria das vezes, em critérios experimentais, pois não somos muito habituados a fazer reflexão biblica sobre a missão da igreja. O ensino formal capacita o vocacionado a conhecer os pressupostos biblicos de missões e, assim, ter condições de praticar no futuro uma teologia biblica de missões saudável, sob as mais diferentes circunstâncias.
Por último, o ensino formal leva o lfuturo missionário a exercer disciplina e perseverança, porque vivendo no continente latino-americano, conhecemos bem nossa realidade de começar muitas coisas e concluir poucas; ter muitos sonhos, mas deix=a-los apenas na teoria, e o treinamento formal irá exigir do candidato a missionário uma vida de profunda disciplina, ao ter que cumprir com uma agenda de dias e horários de estudo, não somente no ambiente da escola, mas no preparo das tarefas, como também demonstrar perseverança para não desanimar lpois, certamente os obstáculos serão grandes e surgirá a tentação de parar no meio do caminho.
(Texto extraído do livro "Do Chamado ao Campo" de autoria de Oswaldo Prado, editora Sepal).
Este ainda é um assunto relativamente novo para nós que fazemos parte de uma igreja que viu nascer um movimento missionário transcultural mais candente a partir da década de 80. O mesmo tem acontecido praticamente com outros países do chamado Terceiro Mundo, onde o crescimento da igreja tem sido vertiginoso.
Devemos confessar logo de início que esta área não é nosso forte, pois temos tido habilidade para pregar, plantar novas igrejas, identificarmos-nos com nossa própria cultura, mas temos sido por demais negligentes na questão da formação missiológica e o resultado disto tem sido catastrófico em muitos casos. Sabe-se hoje de casos onde missionários brasileiros têm cometido toda sorte de erros no campo, quebrando princípios culturais, demonstrando profunda insensibilidade para com os nacionais, entre outras coisas, e, ao buscarmos respostas para tal comportamento nos deparamos com uma capacitação missiológica insuficiente.
Um assunto que tem causado grande preocupação é o fato de muitos missionários abandonarem o campo prematuramente, estudos realizados em no encontro da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial, realizado na Inglaterra no ano de 1997, identificou a falta de um “treinamento apropriado”, como a principal causa para este fenômeno. Ainda hoje isto é uma realidade, pois não se tem dado o peso necessário à capacitação do missionário.
De que maneira uma igreja pode cumprir seu papel na formação adequada de seu futuro missionário incluindo esta parte fundamental da capacitação?
Não é nosso propósito aqui analisar detalhadamente a questão dos elementos da formação missionária, pois hoje, existe boa literatura sendo oferecida à igreja brasileira. Queremos apenas dar certo direcionamento à igreja no planejamento da caminhada do vocacionado, quando à sua formação correta, antes do momento de partir. Para isso apresentamos algumas alternativas.
A Preparação junto à Igreja Local
Será junto à comunidade, como já dissemos anteriormente, onde o candidato terá a oportunidade de receber os primeiros subsídios.
Quando faz uma análise do preparo anterior ao envio ao campo, a missionária e professora de missões Margaretha Adiwardana, chega a seguinte conclusão:
“A igreja local é vital porque provê o contexto para o preparo pessoal dos futuros missionários, ajudando os candidatos a confirmar seu chamado para missões. Uma igreja que discípula seus missionários conhece os bem. Ela pode acompanhar os candidatos pelo processo de treinamento anterior ao campo e dar sugestões especificas para o programa de cada um. Em seu contexto, os candidatos podem pôr em prática o que estão aprendendo.”
Vivendo grande parte de suas atividades através de programações, a igreja, hoje, enfrenta a ausência da prática do discipulado. Para crescer numericamente a igreja tem pago um preço alto. O que vale é reunir muita gente em programações estabelecidas de antemão, o que pode acontecer nos lcultos (durante a semana e vários aos domingos), encontros de louvor, acampamentos, etc., e isto até pode ser muito bom sob determinado prisma, mas, como promover maturidade de vida cristã às custas de simples ajuntamentos do povo de Deus? O resultado disto tem sido cristãos bastante superficiais no conhecimento da Palavra e com pouco comprometimento com o estilo de vida baseado na cruz.
Além de outros fatores, os vocacionados têm sentido certa falta de cuidado por parte daqueles que fazem parte de sua própria “casa”. O treinamento preliminar que deveria acontecer no ambiente mais próximo do candidato deixa muito a desejar, e gostaria de enfatizar que a igreja deve se tornar este laboratório no treinamento inicial do futuro missionário. A formação acadêmica sempre será essencial, e vamos falar dela em seguida, mas será na igreja que o candidato a missionário efetivamente dará, ou não, sinais de maturidade espiritual e emocional ao plantar uma nova igreja, dirigir um grupo de estudo bíblico, ajudar no aconselhamento, etc. Conheço igrejas que nessa área têm se esforçado para fazer um bom papel.
Além das tarefas já citadas, e que provavelmente o vocacionado tenha disposição para fazer, coloca-se diante dele outras atividades na igreja não tão atraentes: ajudar na limpeza, colaborar na pintura das dependências, atender aos pobres que vêm buscar alimento, cuidar dos adolescentes num acampamento, lavar os pratos depois de uma refeição, etc. Isto é muito importante para avaliar até que ponto esse futuro missionário estaria disposto a realizar tais tarefas e estar submisso à sua igreja.
Portanto, quando se inicia a trajetória de auxilio visando a formação do vocacionado, a igreja não pode, em hipótese alguma, renunciar às suas responsabilidades, nem tampouco transferi-las a outros, que, a seu ver, tenham mais experiência. Caso necessitem, estas igrejas devem procurar ajuda, através de outras igrejas e lideres de missões que já tenham maior experiência.
No entanto a caminhada do vocacionado em busca da sua formação deve prosseguir além daquilo que ele recebe de sua própria igreja local.
TREINAMENTO FORMAL
Trata-se de um modelo conhecido e aplicado particularmente no mundo ocidental. O treinando recebe basicamente o ensino teórico visando, com isso, alcançar seu credenciamente acadêmico.
Nesse sentido, o aluno recebe aulas de matérias pre determinadas de um curriculo previamente preparado. Sabe-se, portanto, as matérias que deverão ser estudadas, a carga horária de cada uma delas, os dias estabelecidos para que se frequente as aulas e o método de avaliação, em geral é feito através de testes ou provas escritas. Em ultima análise, a busca do conhecimento torna-se o fator preponderante neste tipo de treinamento.
Um dos pontos positivos deste tipo de treinamento formal é que ele estimula o aluno a reconhecer que não tem todas as informações que imaginava ter. Tem sido comum ouvir alguns dos vocacionados dizerem: "Ainda não sei porque não fui enviado... afina´l já tenho experiência suficiente e conheço a Palavra!". Quando este mesmo candidato inicia sua formação acadêmica formal na área da missiologia, rapidamente vai perceber que ainda resta muita coisa a aprender.
Além disso, nossa teologia de missões ainda é por demais pragmática, calcada, na maioria das vezes, em critérios experimentais, pois não somos muito habituados a fazer reflexão biblica sobre a missão da igreja. O ensino formal capacita o vocacionado a conhecer os pressupostos biblicos de missões e, assim, ter condições de praticar no futuro uma teologia biblica de missões saudável, sob as mais diferentes circunstâncias.
Por último, o ensino formal leva o lfuturo missionário a exercer disciplina e perseverança, porque vivendo no continente latino-americano, conhecemos bem nossa realidade de começar muitas coisas e concluir poucas; ter muitos sonhos, mas deix=a-los apenas na teoria, e o treinamento formal irá exigir do candidato a missionário uma vida de profunda disciplina, ao ter que cumprir com uma agenda de dias e horários de estudo, não somente no ambiente da escola, mas no preparo das tarefas, como também demonstrar perseverança para não desanimar lpois, certamente os obstáculos serão grandes e surgirá a tentação de parar no meio do caminho.
(Texto extraído do livro "Do Chamado ao Campo" de autoria de Oswaldo Prado, editora Sepal).
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