O QUE É SER MISSIONÁRIO/A?

 

Hoje em dia está na moda usar o título de missionário. Mas será mesmo que todos(as) que são chamados assim realmente são missionários? Não. Certamente que não.

Missionário pode significar ao pé da letra: Aquele que tem uma missão. Porém, o termo dentro da cristandade é algo muito mais amplo que ter uma missão qualquer.

Missionário significa o homem ou a mulher que sai do seu país de origem, vai morar numa outra nação, aprende o idioma daquele lugar e funda uma igreja ali. Uma igreja completa, autóctone e estruturada com membros, colaboradores (obreiros, diáconos) e pelo menos um pastor (para que logo em sua ausência, a igreja sobreviva por si só). Quem não cumpre com esses requisitos jamais pode ser considerado missionário/a.

E por que não? Para não vulgarizar o termo e o ofício. Se qualquer um pode ser considerado missionário, então qualquer um tb pode ser considerado médico, ainda que apenas seja balconista de farmácia!

Há um líder de uma organização neopentecostal aqui no Brasil que é chamado de missionário e se apresenta assim na TV. Na minha humilde opinião, ele nunca o foi. Primeiro pq nunca se soube que ele começou uma igreja fora do seu país (talvez até mesmo os seus subordinados o fizeram, mas ele mesmo nunca!). Depois que ele prega fora do seu país com auxilio de tradutor! Isso até pode ser considerado evangelista internacional, mas missionário não.

Lamento em dizer aos supostos missionários que leiam isso que: Se vc não sabe falar bem um outro idioma diferente do seu português e se mal evangelizou no bairro vizinho, você pode ser considerado qualquer coisa menos um missionário.

Me lembro que em nosso seminário no México, tivemos a matéria “Missões”, e alguns mexicanos diziam: “Nós, missionários do Senhor…”. Aquilo me incomodava um pouquinho até que perguntei qual deles viveu fora do seu país. Um deles me disse: “Certa vez fui a Miami!”.

– E o que voce fez lá?

Ele disse: “Fui fazer compras”.

Então, isso não é ser missionário.

O brilhante evangelista internacional T. L. Osborn considerado o “pai da evangelização em massa” (falecido em 2013), nos seus maravilhosos livros “Impacto” e “Conquistando almas lá fora onde os pecadores estão” cunhou uma expressão curiosa: “Missionários nacionais”. Mas com todo o meu respeito ao mui admirável servo de Deus, o termo não deve ser aplicado. Exceto em casos como o de um jovem mexicano que me ajudava e que aprendeu a língua nauhatl para ir pregar à indígenas de seu próprio país.

Missionário é um formador de igrejas internacionais e formador de pastores internacionais. Para isso, cálculo de no mínimo se viver 2-3 anos numa outra nação!

Ainda que você tenha vivido (não apenas feito turismo), mas mesmo assim você não justifica o título se você não esteve fora do país numa missão espiritual, passando dificuldades, aprendendo culturas e idiomas alheios, e principalmente plantando igrejas em solo estrangeiro. Se você, amigo ou amiga, não fez isso, você não tem direito de usar o título de missionário/a.

Como missionários, minha esposa e eu, recomendamos que você se aprofunda mais no tema lendo pelo menos dois livros:

– O Fator Melqusedeque de Don Richardson

– Hasta lo último de la tierra de Ruth A Tucker