MISSÕES DE CURTO PRAZO
Pastor: Temóteo klarkle
Fazer Missões requer residência e permanência entre o povo de
uma nação estrangeira, esta permanência deve ser de pelo menos uns quatro
semestres, isso mesmo, dois anos.
Passar 20 a 30 dias em outro país, mesmo que visitando igrejas
em formação e contribuir com pregações, cânticos e ofertas, é conhecer o
trrabalho dos missionários para se familiarizar com a obra.
Quando recebíamos mensagens online de pessoas que se ofereciam
ou pediam para visitar o Chile, país de nossa Missão ficávamos completamente
assustado com esse tipo de proposta. O motivo que nos levava ao ponto do susto
era que algumas amizades virtuais eram muito prematuras, para fazer uma
proposta de uma visita missionária, nem tínhamos conhecimento prévio dos irmãos
interessados em conhecer nossa obra.
Sem querer ofender a nenhuma pessoa interessada em viajar ao
Campo Missionário para fazer Turismo, mas este tipo de viagem vinha na maioria
das vezes acompanhado de vários fatores desagradáveis.
Nossa contraproposta diante de um oferecimento de uma visita,
sempre foi de colocar essa pessoa em oração. Com certeza, se Deus não tivesse
no propósito de uma viagem dessa natureza, ele não permitiria a saída deles
para com o destino do Campo de Missões.
NÃO PODEMOS MISTURAR PASSEIO COM MISSÕES.
Não deveríamos misturar passeio com Missões, as duas atividades
são divergentes. Quem passeia busca lugares lindos, boas hospedagens, boas
alimentações. E quem está em Missões, vive em outra realidade do turista, vive
em outro estremo, o lugar é feio, a hospedagem simples, a comida é
restringida.
Tenho ouvido varias pessoas falar e mostrar as fotos nas Redes
Sociais de seus Turismos Missionários.
Já observei pessoas oferecendo suas Férias, sua Licença Premio e
também o restante do seu Tempo de Aposentado para as Missões. Fazer
Missões em 30 dias de Férias fica uma coisa sem compromisso de permanência, não
alcançariam nem ver as sementes brotarem. Quando o compromisso é apenas um
tempo, qualquer motivo faz estas pessoas voltarem atrás e retomar suas vidas
comodamente no país de sua origem e na maioria das vezes esquecerem de suas
promessas para aqueles missionários deixados para trás.
O TEMPO E A PERMANÊNCIA SÃO FUNDAMENTAIS NAS MISSÕES.
Uma grande quantidade de nações oferece 90 dias aos Turistas
para permanecer no país sem necessidade de tramitação de documentos para a
residência definitiva.
Se para um Missionário verdadeiro, este prazo de 90 dias é um
pequeno período que muitas vezes não alcança nem iniciar sua Missão, imagina
para aquele que esta transitoriamente no país?
O tempo inicial é muito importante para a adaptação e aceitação
do Missionário no país da sua Missão, mas é bem possível que estes primeiros 90
dias no país só alcançariam ao Missionário conhecer seus lugares de tramitação
básica, saber onde se toma o ônibus, onde esta o banco, onde esta o melhor
mercado, e onde poderão dirigir-se quando tenha necessidade de alugar um imóvel
e pagar suas contas básicas.
Só depois de nove meses de Missões, e não noventa dias, dará aos
Missionários as devidas competências e autoridade para dirigir o povo sob sua
administração, isto é, se já tiver povo para administrar. São bem poucos os
Missionários que assumem uma obra aberta, pois na maioria das vezes o
Missionário é quem abrirá uma nova obra, podendo passar muitos meses com poucas
pessoas.
Todo Missionário se depara com muitas coisas erradas no inicio
da sua Missão, principalmente quando assume uma igreja já em andamento. O
desejo de corrigir esta igreja aflora na pele do Missionário, mas só será
possível isso, depois de 90 dias de Missões. Nenhum Missionário poderá chegar
corrigindo e nem colocando muito o Brasil como exemplo, isso poderá fechar as
portas.
Também existem Missionários que ficam três a seis meses no país
que eles disseram ser da vontade de Deus e que Deus estava enviando para lá,
mas por falta de experiência e sabedoria, logo regressam ao seu país de origem.
Já aconteceu de Missionários voltarem precocemente, mas antes fotografaram algumas
obras existentes com a intenção de postar na internet como sendo obra própria,
causando desconforto para todas as pessoas que o conhecem.
OS PONTOS NEGATIVOS DO TURISMO MISSIONÁRIO.
Todos os turistas são livres para gastar o dinheiro e o tempo em
viagens pelo mundo, alguns vão para Miami, outros para Bariloche, Veneza,
Disney, outros gostam de Safáris pela África, outros de fazer fogueira na Terra
Santa, como se lá o fogo queimasse melhor.
Alguns gostam de comprar nas zonas francas, outros preferem
conhecer as nações com suas belezas naturais ou com suas belezas históricas.
Mas quando o tema é Turismo Missionário prevalecem mais fatores negativos que
positivos.
Como somos defensores da ecologia, nem podemos citar o
provérbio: ‘Matar dois coelhos com um só tiro’
Fazer Turismo Missionário e aproveitar a viagem de passeio, de
compras, de descobrimentos, para fazer algo para as Missões, será querer matar
dois coelhos com um só tiro. Não conseguimos ver os benefícios para as Missões
ou para os Missionários que recebem estas visitas transitórias.
Ditas pessoas ou caravanas falham nas suas visitas expressa de
Missões, quando querem fazer alguma pregação aos nativos, sem dominar uma
vírgula daquele idioma. Ainda que os idiomas Português e Espanhol sejam de uma
mesma raiz latina, mas não podemos evangelizar em português se estamos entre os
latinos, nem evangelizar em espanhol se estamos entre os lusos falantes.
A Bíblia nos fala do que poderia suceder a um estrangeiro
tratando de evangelizar no seu idioma materno. (1 Coríntios 14.8) “Porque,
se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?”
Imagina você dizer a um latino: Tua vida errada, sem Jesus esta
muito esquisita! Este latino poderia entender errado a palavra esquisito, pois
no espanhol, exquisito (com x) é uma coisa deliciosa algo que é bom.
O latino poderia responder ao turista brasileiro: você é um
pregador fome! Ser fome no espanhol é ser uma pessoa sem graça, desorientada.
Por experiência própria em Missões, em cada visita recebida
tivemos mais problemas que bênçãos.
Primeiro porque não havia um pregador que dominava o idioma
espanhol entre as caravanas brasileiras que recebemos.
Segundo as caravanas não tinham senso de horário, quando levamos
as caravanas em certos lugares de passeio, eles atrasavam completamente a
viagem, não conseguiam chegar ao lugar de encontro na hora marcada, atrasando
tudo, principalmente o horário do culto.
As ofertas que poderiam ser generosas de uma caravana
brasileira, com ônibus lotados que recebíamos, não faziam muita diferença na
hora de contabilizar, pois as caravanas gastam seus recursos nas compras de
lembranças, vestimentas e alimentações, não ficando um bom dinheiro para a
Oferta Missionária.
Os mais liberais chegam a comprar até garrafas de vinho, os
músicos compravam um instrumento típico chamado pau d’água, as mulheres compram
roupas, os mais idosos compram postais, outros bandeiras, pedras vulcânicas e
outros chaveiros esquecendo completamente de reservarem alguma oferta para
abençoar a Igreja Missionária.
Outra questão foi que alguns casais de ‘cantores’ de algumas
igrejas viajam pensando em tirar as despesas da viagem nos seus CDs, louvores
em português, de repente não são bem aceitos e os CDs que deveriam costear os
gastos da viagem, acabam voltando sem resultado algum. Como as igrejas no Chile
são pequenas, os cantores terão dificuldades para venderem seus CDs.
Também não foram de benção alguns grupos menores de Pastores que
recebíamos. Os pastores, pela sua vez ficaram em hotéis internacionais. Fica
difícil para qualquer pastor que sai de um ambiente requintado de um hotel,
desfrutar o ambiente do local de cultos da igreja de um Missionário, pois na
maioria dos casos, os Missionários alugam lugares simples e pequenos.
Certa oportunidade servimos alguns pedaços de bolos, comprado
com dificuldade nos supermercado a certos pastores brasileiros que estavam
hospedados em um hotel de luxo. Nossa intenção era fazer uma pequena cortesia,
mas enquanto comiam escutei um deles dizer que não gostavam desse tipo de bolo.
Não citamos os seus nomes nem suas cidades e igrejas por não envergonhar o nome
de Deus, mas isso foi marcante, que alguém tivesse desprezado nosso pedaço de
bolo não.
VISITAS DEVERIAM DEIXAR BENEFÍCIOS NAS IGREJAS MISSIONÁRIAS.
As visitas mesmo tendo condições de hospedagens em hotéis,
deveriam deixar alguma utilidade à igreja local, abençoando com a presença, com
a participação pregando ou cantando no idioma nativo, e deixando alguma oferta
para a igreja local, ou para o Missionário anfitrião.
Fora do hotel, essa caravana deveria conhecer a vida nativa
daquele país, andar pelas ruas populares e se alimentar da mesma forma que os
nativos. Como sempre trabalhamos no Chile, pensamos que a boa visita se
esforçará em comer como comem os chilenos, caminhar onde eles caminham, não
necessariamente ou só em lugares elegantes.
Existe nações que seria impossível alguém fora do Missionário,
fazer uma Visita Missionária, muito menos fazer Turismo Missionário, onde não
há liberdade de culto, onde os Missionários são perseguidos. Onde os
Missionários até mudam de nome como uma forma de proteção, deixam a barba
crescer, usam as vestimentas do lugar para poder viver entre os nativos ou
iguais aos nativos e assim levar o Evangelho.
Seria de maior proveito aos Missionários se os Turistas
Missionários em vez de viajarem para conhecer as terras das Missões, enviassem
todo o dinheiro que gastariam nas passagens, nos hotéis, para que fossem
aplicados na obra de Deus, dirigida pelo Missionário em questão.
O Missionário em gratidão enviaria um DVD com as imagens
inéditas do país, ou uma bandeira, ou uma revista com fotografias, para ser
colocado em exposição na casa, no escritório ou na sua igreja, destes irmãos
que doaram o dinheiro das suas viagens.
MISSÕES NÃO SE FAZEM COM AS MÃOS VAZIAS.
O hino nacional dos evangélicos no Brasil é o numero 15 da Harpa
Crista, muito lindo não é verdade? Mas o hino vizinho da esquerda o numero 16 é
um Hino totalmente Missionário que nos indaga com cinco perguntas que poucos
conseguem responder.
1.Posso tendo as mãos
vazias, com Jesus eu me encontrar?
2.Nada fiz, e vão-se os
dias, que lhe posso apresentar?
3.Quantas almas poderiam ao
Senhor apresentar?
4.Qual será a minha sorte,
se no céu vazio entrar?
5.Quantas almas irei
levando, para meu fiel Senhor?
Se fizermos Turismo não vamos conseguir responder nenhuma das
perguntas do hino 16.
Existem pessoas que conseguem cantar o hino 16 tirando os pontos
de interrogação e colocam pontos de exclamações, como afirmando estas cinco
verdades, ficando da seguinte maneira:
Posso tendo as mãos vazias, com Jesus eu me encontrar!
Nada fiz, e vão-se os dias! Será a minha sorte no céu vazio
entrar!
Finalizamos dizendo que precisamos de Ajuda Missionária, estamos
falando a verdade e estamos postando fotos reais e vídeos reais, vividos na
prática, em total Ação Missionária, sem ter a necessidade de investigação para
saber se o dinheiro recebido está sendo bem aplicado.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura. (Marcos 16:15)
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