UM GRANDE DESAFIO A SER ENFRENTADO...

 

POR QUE, POUCAS IGREJAS BRASILEIRAS  INVESTEM EM MISSÕES?

Quais são as principais razões que impedem a igreja brasileira de enviar mais missionários transculturais?

Como resultado de uma iniciativa promovida há oito anos pelas organizações evangélicas  Comibam, Sepal, AMTB e o Movimento de Lausanne, foi levada à cabo, com cerca de 40 líderes evangélicos conhecedores da realidade brasileira, uma pesquisa sobre o tema mencionado acima.

A seguir apresentamos um resumo dos principais pontos mencionados nas respostas, assim  como sugestões sobre os passos iniciais que deveriam ser  dados para  mudar a situação atual.

Este resumo, assim como as sugestões apresentadas, foram realizados pelos participantes da reunião que teve lugar no Seminário Servo de Cristo (SDC - SP) em novembro de 2012, sob os auspícios do “Centro de Reflexão Missiológica Martureo”  e convocados pela Sepal  e pelo Movimento de Lausanne.  

Razões Bíblicas ou Teológicas;

Teologia da Prosperidade;

Ausência da compreensão da centralidade do discipulado;

Falta de disposição para o sofrimento, como resultado de uma teologia equivocada.

Os três pontos mencionados acima, nos levavam ao egoísmo, individualismo e antropocentrismo, características estas ainda hoje, totalmente antagônicas à obediência Missionária.

A falta de uma Teologia Bíblica da Vocação que seja clara, o que gera confusão principalmente entre os mais jovens;

A  Pobreza bíblica: crescimento da igreja sem fundamentação bíblica e teológica, levando a uma falta de compreensão clara da MissioDei e à compreensão equivocada de que “tudo é Missão”;

Desobediência e  falta de compromisso para com a palavra  Missões  tornou-se um departamento e não a razão de ser da Igreja.

O “jeitinho brasileiro” afetando a teologia: no final Deus dará um jeito, portanto não precisamos nos preocupar; Resistência ao papel da mulher solteira em missões;

RAZÕES ECLESIOLÓGICAS ou SECULARIZAÇÃO DA IGREJA

Igrejas materialistas: Movimento de crescimento de igrejas, que enfatiza somente o crescimento local da mesma;

Igrejas não querem perder seus membros;

DENOMINACIONALISMO:

Que leva à falta de unidade entre as igrejas;  Igrejas frustradas com projetos missionários que não deram certo;  Grande investimento na construção de templos em detrimento da participação no envio de missionários;

Movimento de mega-igrejas, que gera igrejas que gastam grande parte da sua energia e recursos financeiros no funcionamento da própria máquina

“CUSTO/BENEFÍCIO” DO ENVIO:

 O que ao igreja local ganha com isto?   Razões Estratégicas, Treinamento e Ensino;

Carência de investimento na formação  missionária dos pastores; pastores não recebem treinamento sobre a Teologia  Bíblica  de Missões;   Teologia Bíblica de Missões desconectada da Teologia Sistematica e que já não é ensinada nas igrejas, gerando falta de visão;  Falta de unidade entre igrejas, agências  denominacionais e agências interdenominacionais;  Ausência de conscientização da responsabilidade missionária por parte da igreja;

O preparo missionário que está sendo oferecido é inadequado.

A liderança das igrejas e das agências missionárias não esta sabendo como lidar com as mudanças que estão ocorrendo no cenário mundial e que afetam a forma de fazer missões.

GERAÇÃO Y:

Falta de modernização das agências; agências missionárias não se adaptaram à realidade do século XXI e mantêm metodologias e currículos ultrapassados que não conseguem atrair a geração mais jovem.

Ausência de projetos consistentes que desafiem a geração atual;

A igreja não está sendo informada sobre o que está acontecendo no movimento missionário mundial.

Falta de ensino sobre a diferença entre missões transculturais e missões locais.

Falta de ensino sobre missões transculturais para as crianças.

Não há suficientes mobilizadores de missões, levando a uma grande deficiência na mobilização; poucos missionários  se tornam mobilizadores depois que retornam do campo.

A dicotômia curricular praticada nos Seminários Teológicos  não estão ensinando sobre missões.

Agências missionárias que não são servas da igreja local.

Falta de experiência missionária dos líderes que exercem a prática pedagógica mas sem experiência no campo missionário.

Envelhecimento da liderança de missões no Brasil, agravado pelo fato de que esta liderança não soube “passar o bastão”.

Insistência de que é necessário saber inglês para ser um missionário transcultural.

Falta de reconhecimento de novos modelos, como, por exemplo, a missão empresarial e missões de curto--prazo.  Não  está havendo uma ênfase específica no despertamento vocacional das novas gerações.

FORMAÇÃO MISSIONÁRIA A PARTIR DA IGREJA:

Falta programas de treinamento dentro das igrejas;

Razões Sociais e Econômicas;

Secularização da sociedade que afeta a Igreja;

Desenvolvimento econômico do país que, em vez de gerar um maior envolvimento financeiro com a obra missionária, levou os cristãos a uma atitude materialista.

FALTA CLAREZA VOCACIONAL PARA A GERAÇÃO ATUAL.

Faixa etária de 25-35 anos mais preocupada com a ascensão profissional; falta disposição para deixar tudo para trás.

SUGESTÕES

PASSOS INICIAIS -  Diante das questões mencionadas acima, o grupo de líderes de missões que se reuniu no Seminário Servo de Cristo entende que as lideranças eclesiásticas e missionárias precisam atuar para:

1)      Produzir novos cursos e projetos que, levando em conta as dificuldades mencionadas acima, promovam a formação missiológica de pastores e líderes das igrejas locais;

2)      Multiplicar o número de mobilizadores;

3)      Promover o ensino de missões nas centenas de instituições de ensino bíblico/teológico ao redor do Brasil;

4)      Promover um revisão do currículo, metodologia e pressupostos dos centros de treinamento missionários;

5)      Gerar reflexão teológica para a definição e divulgação de uma Teologia Bíblica da Vocação;

6)      Promover a ampliação da visão missionária transcultural

Nos grandes eventos nacionais para pastores e líderes, tais como Encontro de Pastores e Líderes da Sepal, encontros para pastores e líderes organizados pelas editoras Vida, Fiel, Hagnos, etc. ou   entre pastores chaves e   Organizando e publicando um livro, com capítulos escritos por diferentes líderes evangélicos, que trate sobre a vocação missionária.

Desenvolver cursos online para alcançar

 

(1) pastores e líderes;

(2) vocacionados;

 

Iniciar um processo de reflexão que ajude as agências missionárias na adaptação aos novos tempos e às características  da geração jovem.

 

PASTOR DAVID BOTELHO

Fonte: david@mhorizontes.org.br

 

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