MISSÕES RESPONSABILIDADE DE TODOS NÕS

 



MISSÕES COM "NOVO ARDOR"


FAZER MISSÕES - é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade.

Os métodos de apresentar o Evangelho mudaram, mas a paixão, o ardor, o fervor que devem acompanhar e motivar o anúncio e o testemunho são imutáveis e insubstituíveis. 

Se não existir uma profunda mística missionária que contagia e convence, nosso empenho, por mais que se oriente nas modernas técnicas de comunicação, não passará de um "marketing" religioso superficial. Estamos apenas formigando na crosta da sociedade contemporânea.

O ardor não surge por si mesmo. Só uma profunda experiência de Deus e a paixão pela causa de seu Reino podem suscitar o ardor, o "fervor do espírito" que animava Apolo (At. 8.25), a vibração, o entusiasmo, a alegria e a coragem de enfrentar todo tipo de conflito, dificuldade e até perseguição. 

É a convicção total de Paulo revelada a Timóteo "Eu sei, em quem coloquei minha fé" (2Tm 1,12) transformada em incondicional adesão a Cristo que o leva a exclamar: "Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!" (1Cor 9,16) e a sofrer por causa do Evangelho prisões, açoites, apedrejamento, fadigas e duros trabalhos, vigílias, fome e sede, frio e desnudamento, como ele mesmo nos relata e ainda acrescenta: "E isto, sem contar o mais: a minha preocupação cotidiana, a solicitude que tenho por todas as Igrejas!" (2Cor 11,23-28). 

O missionário e a missionária não são uma espécie de membros qualificados da Igreja, particularmente treinados, algo como "executivos" de programas e projetos elaborados por uma elite pensante. 

O que, desde os primórdios da Igreja, caracteriza o missionário e a missionária é sua profunda paixão pelo Cristo vivo, o Cristo pascal. São os apaixonados pelo Reino que até hoje contagiam homens e mulheres de todas as raças e culturas.

Este ardor missionário rompe com a acomodação e a rotina e impele a Igreja a ir ao encontro das pessoas e a inserir-se na realidade em que o povo vive, tornando-se "sal" (Mt 5,13), "luz" (Mt 5,14), "fermento" (Mt 13,33; Lc 13,21-22).


NOSSA ESPERANÇA - A RAZÃO DA NOSSA MISSÃO

A globalização aproximou-nos de uma maneira extraordinária aos confins do mundo. Esses confins, no entanto, atravessam não somente o continente latino-americano. Atravessam o nosso país e passam na frente de nossa casa. Por um lado, vivemos mais próximos, uns dos outros, mas, ao mesmo tempo, mais distantes daqueles próximos que foram excluídos do convívio social, porque perderam o seu trabalho, a sua casa ou a sua terra.

... À primeira vista, a globalização parece favorecer a missão universal do Povo de Deus. Diariamente chegam as notícias do mundo inteiro a nossos lares. As viagens a outros países e continentes são bastante cômodas se as compararmos com as viagens dos missionários que vieram evangelizar este continente. 

Mensagens de solidariedade podem ser enviadas com muita rapidez. Somos capazes de interligar e fortalecer-nos, mesmo vivendo longe um do outro. 

A globalização transformou a humanidade de um conjunto de ilhas, culturas distantes e povos separados em uma grande rede que nos conecta. Mas nem todos vivem conectados. 

A grande maioria da humanidade continua desconectada do progresso, da fartura e do bem-estar e luta diariamente por um pedaço de pão. O mundo globalizado cria vítimas e exclui, gera violência e desespero, despreza a vida dos inocentes e dos pacíficos...

...A nossa missão é universal porque não exclui ninguém. Se nossa missão fosse geográfica, cultural, étnica ou socialmente limitada e se ela se dirigisse somente a uma pequena clientela de "eleitos", ela seria também excludente, como a globalização neoliberal. Nossa missão universal é radicalmente diferente da globalização que nos rodeia. Nunca nos adaptaremos aos mecanismos de exclusão. Não flexibilizamos os princípios éticos ou a utopia do Reino que norteiam nossa caminhada. Vivemos no mundo, sem ser do mundo.

O mundo pode ser diferente! Missão é visão! A justiça de Deus não é a justiça daquela estátua que tem os olhos vedados. Nosso Deus ouve o clamor dos pobres, o sofrimento dos migrantes e convoca com a sua palavra os que a confusão babélica dos macro-discursos excluiu do convívio social. 

Os espaços de gratuidade que a arte e religião oferecem, podem ser espaços de resistência contra o axioma de hoje: "lucro logo existe", contra as contingências do "culturalmente correto", definido pelo neoliberalismo globalizado. 

Da Missão não se volta nunca mais do mesmo jeito agrave; própria pátria. Ao sair do nosso lugar, mudamos a perspectiva da nossa vida. A missão tem uma força transformadora sobre aqueles mecanismos que produzem a exclusão...

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