MITOS DA MISSÃO TRANSCULTURAL
ALGUNS MITOS SOBRE
MISSÃO TRANSCULTURAL
Para fazer missão
transcultural, necessitamos entender a natureza de uma cultura. Segundo o
Aurélio, cultura é “o complexo dos padrões de comportamento, das crenças,
das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos
coletivamente e característicos de uma sociedade.”
Observemos esta definição
dada no século XIX por antropólogos da Alemanha. “Cultura é a herança total do
homem não transmitida biologicamente”. Cultura é o sistema total de normas
de conduta aprendidas que são comuns aos membros de uma sociedade em
particular, e que não são o resultado da natureza biológica do homem.
Em termo mais popular,
pode ser definido como a totalidade do modo de vida de um grupo étnico
determinado, isto inclui, a forma que este povo vê a realidade cósmica, os
valores que lhe são comuns, e as normas de conduta que aceitam como normais em
seu meio. Inclui também a forma como considera a existência do mundo e da
humanidade, as coisas que lhe custam muito trabalho obter e manter, e a forma
em que se trata entre os parentes e os vizinhos.
Toda pessoa tem uma
maneira mental de ser, uma forma diferente de ver as coisas e de reagir frente
a elas, isto quer dizer, que vai sendo moldado pela cultura em que vive, e isto
o afeta desde a sua infância até a sua morte.
O QUE É TRANSCULTURAÇÃO
Vamos nos valer outra vez
de Aurélio. Eis o que ele diz: Transculturação é o “processo de
transformação cultural caracterizado pela influência de elementos de outra
cultura, com a perda ou alteração dos já existentes”.
Aqui fica bem claro, de
início, que evangelização transcultural não é substituir valores de uma cultura
por outros de cultura diferente. O que importa, na evangelização, são os
princípios bíblicos. Estes, sim, podem exercer influência a alterar situações
contrárias à fé cristã.
O QUE É MISSÃO
TRANSCULTURAL
O
prefixo trans deriva-se do latim e significa “movimento para além de”,
“através de”. Portanto, em linhas gerais, missão transcultural é um
movimento que, pelo caráter universal de sua mensagem, não se restringe a uma
só cultura, mas tem alcance abrangente, em todos os quadrantes da terra, onde
quer que haja uma etnia que ainda não tenha ouvido o evangelho.
Em Mt.28:18-20
descobre-se que “toda” é a palavra chave. Isto implica na afirmação
de que o princípio da universalidade está implícito no Evangelho, que deve ser
pregado a todos os povos, para, igualmente, resultar na conversão aos milhões
de pessoas oriundas de todas as raças.
A ideia de
universalidade, globalidade ou totalidade transparece, ainda, quando o número
quatro salta diante dos nossos olhos na expressão aparentemente repetitiva de
Ap.5:9 “tribo, língua, povo e nação.” Aqui o mundo está dividido em
quatro áreas para reforçar a perspectiva do que será o resultado do alcance
globalizado da pregação em todo o mundo.
Outro ponto no mesmo
texto é que a palavra nação é a mesma usada em Mt.28:19, que se traduz do
grego “ethnos” de onde se deriva a expressão portuguesa “etnia”.
ETNIA tem a ver com grupo
biológico e culturalmente homogêneo. No aspecto antropológico, a definição da
palavra “etnia” ultrapassa o nosso conceito formal sobre fronteiras
geográficas nas quais se assentam politicamente os países do mundo. Cerca de 12
mil povos distintos estão distribuídos em pouco mais de 250 países.
Em suma, missão
transcultural, no dizer de Larry Pate, autor do livro Missiologia, é a
proclamação do amor de Deus, que ultrapassa as fronteiras culturais, raciais e
linguísticas. Ele deseja que todos, “sejam os pigmeus da África ou os
homens de negócios da Ásia, tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo”.
DESTRUINDO OS MITOS DA
MISSÃO TRANSCULTURAL NA IGREJA LOCAL
Quais seriam esses mitos
no âmbito da Igreja local?
SÓ IGREJAS GRANDES OU
RICAS PODEM FAZER MISSÃO TRANSCULTURAL
Esta é uma falsa ideia
que circula em muitas Igrejas de porte médio ou pequeno, como justificativa
para o seu não envolvimento. Segundo este conceito, Igrejas que disponham de
poucos recursos jamais poderão comprometer-se com o trabalho missionário e nem
mesmo enviar missionários.
Mas a prática de países
onde a tarefa de fazer Missões já está consolidada revela que os maiores
recursos saem exatamente de Igrejas pequenas, que, somadas, conseguem superar
muitas vezes os alvos de Igrejas grandes ou ricas. A Igreja de Antioquia não
esperou enriquecer-se para enviar os seus primeiros missionários, Barnabé e
Paulo (At.13:2).
SÓ PESSOAS DE BASTANTE
RECURSOS FINANCEIROS TÊM CONDIÇÕES DE CONTRIBUIR PARA A MISSÃO TRANSCULTURAL
A visão bíblica sobre,
contribuição é clara: deve ser proporcional à renda de cada um, seja pobre ou
rico. Este princípio transparece em diversos textos bíblicos, como, por
exemplo, em 1Co.16:2.
Paulo está tratando,
neste texto, de contribuições destinadas aos irmãos de Jerusalém, que
enfrentavam circunstancialmente uma crise econômica. Na recomendação do
apóstolo está implícita a ideia de proporcionalidade, quando ele afirma: “
… ponha de parte o que puder ajuntar, segundo a sua prosperidade”.
As contribuições para
missão transcultural se regem pelo mesmo princípio. Mesmo que os recursos
pessoais sejam menores, cada um poderá estabelecer o valor da contribuição
proporcionalmente à sua remuneração mensal.
A história de missões
mostra que, na maioria dos casos, não foram os ricos os únicos responsáveis
pelo envio de recursos para a evangelização transcultural. Muitos missionários
foram e têm sido sustentados pela oferta da viúva pobre, da lavadeira do
trabalhador braçal e de outros irmãos de menor poder aquisitivo.
A IGREJA LOCAL DEVE
PRIMEIRO EVANGELIZAR SUA CIDADE PARA DEPOIS VOLTAR-SE PARA A EVANGELIZAÇÃO
TRANSCULTURAL
Este é outro mito muito
difundido por desconhecimento da interpretação correta de At.1:8. Em alguns
casos é, somente, uma justificativa pouca convincente para a indiferença.
A ideia de At.1:8 é de
simultaneidade. “Tanto em… como em…” é a expressão que
aclara o sentido do texto. Não há aqui nenhuma alusão a um processo
gradativo, ou seja, à ideia de se evangelizar primeiro a área local para depois
pensar-se em terras de além-mar. A evangelização transcultural tem que ser
vista sob enfoque mundial, incluindo-se aí o trabalho local da Igreja. É ação
simultânea.
É PRECISO ANTES LEVANTAR RECURSOS
SUFICIENTES PARA ENTÃO INVESTIR EM MISSÃO TRANSCULTURAL.
Esta é também, uma premissa falsa. A Igreja que esperar ter recursos suficientes nunca vai investir na evangelização transcultural. É uma questão de lógica. Os recursos são rotativos, isto é, entram e saem. Sempre há despesas “prioritárias” para serem cobertas pelo caixa.
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