MISSÕES - UMA OBRA INACABADA
O QUE ACONTECERIA
SE NÃO HOUVESSE MISSÕES?
Que pergunta difícil! E
você acredita que tem muita gente que se questiona a respeito disso? A dúvida,
basicamente, é: o nosso mundo acabaria se missões findassem? Na verdade, eu
creio que ele nem existiria! De fato, a obra missionária surgiu em Gênesis.
No início de tudo já
estava lá o plano de resgate e reaproximação do homem ao Criador. Lembra de
Gênesis 3:16? Pois é, começa ali a Missio Dei, um jeito elegante de falar sobre
a Missão de Deus.
E aí vem outra pergunta:
afinal, o que é ou qual é a missão de Deus? De uma forma bem simples: se
reconectar com o homem. E como Ele faz isso? Por meio de Jesus. O mais
incrível, no entanto, é que Ele nos dá o privilégio de sermos colaboradores nessa
missão.
Somos os canais que
anunciam as boas novas. Podemos ser agentes de justiça, restaurar vista
aos cegos espirituais, saciar famintos, sarar contritos de coração, anunciar a
vinda de Jesus. Essa é (ou deveria ser) a essência da existência do crente,
como é a essência da missão de Deus.
Dá pra imaginar, agora, o
nosso mundo sem a obra missionária? Quase impossível, né? Isso significaria o
Deus todo poderoso nos entregando a nós mesmos. O Senhor do Universo virando as
costas, abandonando-nos a nossa própria sorte. Pelo que o Evangelho afirma e
nossa fé confirma, isso nunca vai acontecer porque a missão do Criador é o
resgate da criatura.
Mas ok, vamos fazer um
esforço de imaginação criativa e tentar conceber o nosso mundo sem missões.
Precisei parar para pensar alguns minutos e creio que nem mesmo a riqueza de
detalhes do Inferno de Dante, capaz de aterrorizar até os mais céticos, caberia
na concepção de um mundo sem a Missio Dei.
Recorro então ao texto
bíblico, já que o poema do século XIV não conseguiu suprir minha busca
imaginativa. Deparo-me com a assustadora descrição da impiedade dos últimos
dias feita pelo apóstolo Paulo a Timóteo: “Saiba disto: nos últimos
dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas,
avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais,
ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis,
caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do
bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do
que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu
poder.”
Fico pasmo. Haveria
descrição mais exata da sociedade moderna? Penso nos horrores do nosso
século e estremeço ao lembrar que, por pior que seja, tudo isso ainda não é o
mundo sem a missão de Deus. Afinal, apesar da impiedade o Espírito Santo ainda
está aqui para convencer-nos do pecado, da justiça e do juízo.
Por fim, reconheço:
imaginar o mundo sem missões está acima da minha vã filosofia. E me
entrego ao que pode me dar esperança: há um Deus que nos ama, nos segura pela
mão e nos mostra o caminho. A nós só nos cabe andar por ele para fazer missões.
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