RESPONSABILIDADE DA IGREJA NO PREPARO DO MISSIONÁRIO

 

A IGREJA LOCAL DEVE TREINAR SEUS FUTUROS MISSIONÁRIOS 

 

Geralmente quando afirmamos que o Senhor é quem nos chama para a sua obra, costumamos de igual modo afirmar que o Senhor, por sua soberana autoridade chama quem Ele quer, usa quem Ele quer, pois afinal é Ele quem através do Espírito Santo capacita àqueles que são chamados. 

Por outro lado, cremos que seja desnecessário enfatizarmos que todos que foram vocacionados para o campo missionário, devem passar por algum tipo de treinamento. Esta não é apenas a minha preocupação, é o que têm afligido o coração de muitos que foram chamados para servir ao Senhor e estão desorientados sem saber por onde começar. 

A minha preocupação é saber se a igreja local possui algum programa de treinamento para os candidatos ao campo e, caso possua, que tipo de ensinamento está sendo proporcionado. Este assunto é de importância fundamental e por isso julgo oportuno abordá-lo no Blog:  Aprendendo a Fazer Missões . 

Inicialmente quero afirmar ser responsabilidade da igreja local treinar seus candidatos ao campo missionário. Para mim, esta preparação inicial básica  deve acontecer na igreja de origem do missionário e isto é importante porque ali é que ele foi chamado e vocacionado para o trabalho no campo e consequentemente reconhecido pelos irmãos. 

Assim, julgo ser justo que haja um início na preparação do mesmo em sua igreja.  Sem ignorarmos que o Senhor é soberano e têm controle de toda situação. Ele chama quem Ele quer, Usa quuem Ele quer, no tempo que Ele quer.

Que este treinamento seja abrangente, embora nem sempre possa ser  aprofundado. Isto nos parece interessante pensarmos na necessidade de fazermos parcerias entre as igrejas locais e as agências missionárias. 

É na igreja local, que deve acontecer a preparação inicial, muito necessária como procedimento para confirmar ou não o chamado do candidato. Na agência missionária ou numa Escola Missiológica ocorrerá o aprofundamento, o aperfeiçoamento deste treinamento inicial na vida do vocacionado. 

QUAIS ÁREAS PODEM SER ABORDADAS NESSE TREINAMENTO NA IGREJA LOCAL? 

Vamos enumerá-las: 

1) Área missiológica e bíblico/teológica;

2) Espiritualidade e vida devocional;

3) Caráter e vida familiar do missionário;

4) Corpo, mente e emoções. 

É perfeitamente possível se elaborar um currículo mínimo e efetivar um ensino que pode dar uma base fundamental ao vocacionado. Se a igreja tiver a graça de ter mestres na congregação (e não somente o pastor) pode organizar um currículo mínimo conforme as áreas expostas acima e colocar em ação este plano que ajudará em muito o futuro missionário em seu trabalho.

Houve um tempo em que, àquele que era chamado por Deus pegava seus apetrechos e por mais bem intencionados que fossem, partiam imediatamente rumo ao campo missionário. Hoje já não é mais admissível aceitarmos o argumento de que, tão logo alguém declare ao pastor e à igreja o seu chamado para o campo, ser enviado sem que haja um treinamento adequado. 

É urgente e necessário o preparo do futuro missionário na igreja local, exatamente porque é ali que o vocacionado é conhecido e, sendo assim, seus defeitos, suas falhas, bem como suas qualidades e talentos, podem melhor ser reconhecidos, avaliados e aperfeiçoados. 

Também é necessário dizer que o treinamento é importante devido às complexidades na obra de Deus a qual todos se defrontarão, mesmo aqueles que ficam na retaguarda da igreja local. Pense bem, se é importante um treinamento especifico para alguém com um chamado ministerial, o que dizer do missionário, visto que ele tem a responsabilidade de sair do meio cultural em que vive e ir para outro lugar de cultura diferente da sua e ali pregar o Evangelho? 

Algo importante a frisar é quanto à metodologia. Aulas teóricas e práticas. Debates. Painéis. Leitura de textos. Resumos e na maioria dos casos o estudo de um idioma específico.  Alias é bom que se diga que Cultura e aprendizagem linguistica não é fruto de uma produção acadêmica, ou seja, não se aprende um idioma fora do ambiente cultural respectivo).

Os recursos para isso serão os convencionais (salas de aula) e a utilização de multimeios. 

Quanto ao tempo de duração, é necessário se aquilatar muito bem isso. Visto que, nem se pode ter pressa porque isto poderá descambar para a superficialidade no ensino, bem como não se pode empregar um tempo demasiadamente longo, para não desmotivar os alunos e assim se perder o foco inicial. O tempo para esse treinamento deve ser muito bem dosado. 

É possível que algum líder entenda que tal empreendimento não seja necessário. 

Que basta o crente ter aprendido ali na igreja no dia-a-dia durante alguns anos e assim este estaria pronto para ir ao campo missionário tão logo manifestasse sua vocação. O pastor pode argumentar de que não se encontra mandamento específico algum no Novo Testamento sobre o assunto. Não podemos esquecer que o Senhor Jesus andou durante três anos com os doze e que isto foi uma preparação para o que viria depois que eles, os apóstolos, espalhassem aos quatro cantos a mensagem do Evangelho. 

Mesmo no decorrer deste fantástico ensino com o Mestre, este os enviou para praticarem o que aprendiam e viam em Jesus todos os dias (Mt 10). 

Sendo assim, e juntando-se às complexidades do mundo atual, devemos pensar em um treinamento para nossos missionários, que lhes dê ferramentas para desenvolverem seu trabalho, mesmo que esse ensino seja  inicialmente na congregação e depois seja aprofundado em alguma agência missionária ou numa Escola Missiológica. 

Também penso que uma parceria entre a igreja local e a agência missionaria pode ser muito frutífero porque um missionário tem de ser formado no seio de sua igreja de origem, mas deve receber um ensinamento mais aprofundado que somente obterá em instituições especializadas. 

Louvamos ao Senhor porque a publicação de livros pelo mercado editorial evangélico em nosso país tem sido muito grande e com textos de grandes autores e materiais de excelente qualidade. 

Na área teológica e/ou missiológica, poderemos encontrar o necessário para a formação de nossos futuros obreiros e missionários. Além disso, fartos recursos humanos estão disponíveis no país inteiro. E que Deus tem chamado e capacitado muitos de Seus filhos para que ensinem a outros. 

Muitos mestres na Palavra têm sido levantados pelo Espírito Santo e ajudado no treinamento teológico e missiológico. 

Querido pastor, não menospreze o ensino em sua igreja. 

E, particularmente, não negligencie sua responsabilidade quanto ao preparo dos vocacionados em sua congregação. 

Proporcione os meios e as condições para que eles recebam esse primeiro treinamento especifico de tal forma que confirmem seu chamado e ainda possam continuar crescendo na graça e no conhecimento daquele que lhes chamou, o Senhor Jesus Cristo (2Pe 3.18).   

Pense nisso.