DESAFIOS MISSIONÁRIOS
Colunista: Mônica
Mesquita (Radar Missionário)
Minhas forças estão se esvaindo… Não sei mais em
que fazer ou pensar. A situação aqui está bastante difícil. Se não bastasse o desgaste que passamos
ontem no Departamento de Imigração em mais uma tentativa de renovação de nosso
visto, ainda chega toda essa papelada do governo para preenchermos, com tantos
campos complicados e pedindo pela enésima vez para anexarmos cópias de tantos
documentos. E tudo isso em 48 horas!
Minha esposa sempre me ajuda com essas coisas, pois
estou constantemente ocupado com os afazeres da igreja, mas nos últimos dias,
com a nossa caçulinha doente, praticamente não posso contar com ela.
Voltamos hoje cedo ao hospital aqui da cidade. Na verdade não é um hospital, e
sim um posto de saúde. Não havia médico por lá, apenas um atendente.
Ainda bem que já dominamos a língua daqui, pois
numa hora dessas seria difícil se não pudéssemos nos comunicar.
O rapaz nos informou que em três dias virá um
médico, mas precisamos de um agora! Ela está tossindo muito e a febre não
baixa.
O último frasquinho de Tylenol que trouxemos do
Brasil está se acabando. Ah Senhor, como dependemos de Ti! Gostaria de dar à
minha filhinha o melhor médico, o melhor hospital, mas para isso precisaríamos
de um bom plano de saúde. Só que é caríssimo! Não temos recursos para isso.
Além do mais, nosso sustento desse mês já se acabou e para irmos à outra cidade
precisaríamos de uma boa soma de dinheiro. Temos orado por ela e feito o que
podemos. Talvez um simples remédio, facilmente encontrado em qualquer farmácia
do Brasil, já tivesse mudado esse quadro.
Ajude-me Senhor! Meu coração ficou partido quando o
Paulinho disse hoje de manhã: “Papai, se estivéssemos no Brasil a vovó ajudava
a cuidar da neném e ela ficava boa logo”.
Parece que estou num dia nublado… Olho para todos
os lados e não vejo saída. Para piorar, a tela do computador me mostra um
e-mail, dizendo que uma das nossas igrejas parceiras, a que mais investia
financeiramente, decidiu cortar o nosso sustento a partir do mês que vem.
Eu aqui, a milhares de quilômetros, sem poder olhar
àqueles irmãos face a face, entender suas razões e poder fazê-los ouvir uma
palavra da minha parte. Sempre fui fiel no envio dos relatórios, sempre
compartilhei o caminhar do ministério em minhas cartas de oração, parecia que
tudo corria bem.
O que será que houve? Onde eu errei? Se eu tivesse
recursos entrava no primeiro avião e ia até lá visitá-los para esclarecer tudo.
Sei que o Senhor está no pleno controle de toda
essa situação, mas me sinto fraco e abatido. Perdoa-me Senhor!
Lembro-me dos apertos de mãos, dos abraços, das
lágrimas, das mãos impostas sobre nós quando, ajoelhados, chorávamos de emoção
à frente da igreja antes de vir para cá.
Não quero desanimar. Não quero voltar para o
Brasil. Amo esse povo. Amo o que faço. Meu lugar é aqui. Talvez eu esteja mesmo
é precisando de uma boa noite de sono para, renovado pelas Tuas misericórdias,
olhar tudo por outra perspectiva.
Acabei
de conferir na minha lista aqui no computador e tenho marcados os nomes de 67
intercessores que se comprometeram a orar por nós. Será que eles estão se
lembrando disso? Um Desabafo como esse pode ser real hoje nas vidas de muitos missionários em campos transculturais. Precisamos, como Igreja do Senhor Jesus, rever nossa postura, nossas ações e nossa omissão para saber se o compromisso que dizemos ter com a obra missionária é, antes de tudo, um compromisso direto e inegociável feito com Deus. |
Colunista: Mônica Mesquita
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