DESAFIO DE FAZER MISSÕES NO BRASIL E SEUS CONFINS
Em diversas ocasiões, ao pensar
missões pode parecer que é uma tarefa para com povos estrangeiros, longe do
território brasileiro. Sim, é verdade, há milhares de povos não alcançados, sem
acesso ao evangelho que urgem nossa atenção para levar-lhes as boas novas de
salvação. Porém, não se restringe a locais fora de nossas fronteiras nacionais.
Conhecemos a realidade missionária de
nosso país? Todos têm acesso ao evangelho?
Pode-se objetar que o Brasil é um
país cristão e que a maioria de sua população (89%) já ouviu acerca de Jesus. É
uma argumentação plausível, mas insuficiente. Ainda há povos não alcançados no
país. Há algumas estatísticas e dentre elas, a do Projeto Josué que registra 48
grupos desses povos. Há um Brasil profundo a ser explorado.
Recentemente, encontramos em uma das
publicações da Fundação CrossOver Global: “necessidades espirituais estão em
todos os lugares porém o acesso ao evangelho não está!” (Instagram da CrossOver
Global) Quanta verdade em um único período!!
Todos os rincões do Brasil aguardam
aqueles dispostos a cumprirem a missão de Deus. O desafio dos grupos
minoritários que clamam atenção, tanto em grandes centros urbanos como na densa
floresta. O acesso ao evangelho é desigual. Pode causar surpresa saber que o
Rio Grande do Sul é o estado menos evangelizado do país, sendo que 55 de seus
municípios tem menos de 5% de evangélicos (clique aqui e confira o site “como
ouvirão”). Possivelmente, se disséssemos que é o Piauí, que ocupa a segunda
posição nesse ranking, não causaria tanto espanto por pertencer ao nordeste e
todas as decorrências (um tanto estereotipadas) dessa vinculação geográfica e
social. E não é somente isto, Minas Gerais está em terceiro lugar entre os
menos evangelizados, com uma de suas centenas de cidades, Madre de Deus, que
não possui 2% de cristãos protestantes.
Habitar uma grande cidade não implica
acesso automático ao evangelho. Na maior metrópole do país, São Paulo, encontra-se
pessoas reais que ainda não sabem quem, realmente, é Jesus. Estados e cidades
possuem carências dignas de atenção. E as razões que explicam esse entrave são
complexas. Questões econômicas que impossibilitam o deslocamento para encontrar
pessoas ou mesmo a conexão com as mídias; questões sociais e culturais que
interditam o diálogo com o novo ou o diferente. E se há falta, o excesso também
é prejudicial.
Na sociedade contemporânea em que a
quantidade de informação, de diferentes formatos, é abundante, parte
considerável das pessoas não sabe transformar a informação em conhecimento
relevante, deixando-se levar por distorções e inverdades.
O número de convertidos tem aumentado
ao longo dos anos, no entanto, é preciso fazer mais e alcançar o que está
próximo – em nosso país – e o distante – além fronteiras. Antes de ascender ao
céu, nosso Mestre disse aos seus discípulos: “mas recebereis a virtude do
Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra”. (At 1.8,
RC) A expressão tanto…como… expressa simultaneidade, ou seja, devemos cuidar da
nossa terra no mesmo instante que alçamos os olhos e vislumbramos campos
longínquos.
Parece que reside aí o grande
desafio: atentar para o Brasil e seus rincões e não se esquecer de ultrapassar
divisas e alcançar povos em diferentes regiões geográficas do planeta.
Há cerca de três décadas um jargão
era bastante proclamado pelos cristãos protestantes brasileiros: “o Brasil é do
Senhor Jesus” como a sinalizar que o país se converteria e seria uma nação
predominantemente evangélica. Não é uma declaração que irá provocar a
conversão, é o trabalho de anúncio das boas novas, é a obediência à grande
comissão; é o trabalho missionário.
Seja o habitante da maior cidade do
país, seja de um dos povoados do interior – Ladeira no Piauí –, ambos têm o
mesmo destaque no propósito de Deus (Jo 3.16). Aqui não se despreza que as
necessidades espirituais sejam imensas e que precisam ser tratadas, e só em Jesus
há resposta para os diferentes dissabores, traumas e dores com refrigério, paz,
cura e vida abundante. Mais do que resolver esse aspecto, o foco está em
assegurar que todos os povos conheçam o evangelho. Nesse vasto território de
mais de oito milhões de quilômetros quadrados que é o Brasil, independentemente
do local, da condição socioeconômica, das particularidades culturais, os grupos
de povos (etnolinguísticos e/ou socioculturais) precisam ouvir para invocar
Jesus. “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14)
A indagação continua a ecoar e cabe a você, a mim, a nós a decisão em
respondê-la e ser obediente ao IDE do nosso Mestre.
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Fonte: Radar Missionário
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