NÃO EVANGELIZADOS x NÃO ALCANÇADOS. O QUE ISTO SIGNIFICA?
NÃO EVANGELIZADOS OU NÃO ALCANÇADOS: PORQUE A DIFERENÇA IMPORTA
Por Brian Zunigha
A ignorância é uma bênção, mas também
pode ser mortal. Um dos usos errôneos mais perigosos das frases cristãs que
tenho escutado recentemente é o uso excessivo da frase “grupo de pessoas não
alcançadas”.
Ouvi dizer que as pessoas usam essa
frase para falar dos esforços para chegar aos campi universitários,
amigos, clubes e bairros. É um termo que tem sido cada vez mais usado na
subcultura cristã para validar o status quo missionário
em vez de soar o alarme para grupos de pessoas que estão completamente
desconectados do evangelho.
DEFINIÇÕES CRUCIAIS
Precisamos entender o que é um grupo
de pessoas e como definir o que significa ser “alcançado” com o evangelho.
Um grupo de pessoas não é uma
subcultura, mas o grupo maior de pessoas dentro do qual as mensagens podem ser
trocadas sem encontrar limites de comunicação significativos. O fato de meu
vizinho de setenta anos de idade não ter um smartfone ou escutar a Adele não nos
coloca em grupos de pessoas diferentes.
Nossa linguajar pode ser diferente,
mas ambos falamos inglês (ou português) e não temos nenhum problema de
comunicação. Por outro lado, a família da rua que fala principalmente espanhol
faria parte de um grupo diferente de pessoas porque nossa capacidade de
comunicação está severamente limitada pelo idioma.
Um grupo de pessoas é considerado
“alcançado” ou “não alcançado”, com base no acesso público do grupo ao
evangelho. Por acesso público me refiro à presença de igrejas com a intenção e
a capacidade de compartilhar o evangelho com o resto do grupo de pessoas. O
fato de que possa haver pessoas dentro de um grupo específico de pessoas que
não tenham escutado pessoalmente o evangelho não significa que esse grupo não
tenha sido alcançado. Pode haver acesso público ao evangelho (igrejas que
compartilham o evangelho), mas nem todas as pessoas ouviram a mensagem. Sem
acesso público ao evangelho, as pessoas nunca ouvirão pessoalmente a mensagem.
Se queremos que todas as pessoas ouçam pessoalmente o evangelho, devemos usar
nossas vidas para plantar igrejas entre grupos de pessoas onde atualmente não
há acesso público ao evangelho.
GRUPO DE PESSOAS NÃO EVANGELIZADAS
A maioria dos integrantes de um grupo
de pessoas não evangelizadas não ouviu pessoalmente o evangelho, mas têm acesso
público à mensagem. Frequentemente têm amigos ou familiares que são seguidores
comprometidos de Jesus. Têm pelo menos uma vaga compreensão de Deus e de Jesus
e, se quiserem saber mais, só precisam aparecer em qualquer uma das dezenas (ou
tipicamente mais) de igrejas de sua comunidade. São como uma pessoa que precisa
de ajuda médica e têm um carro e um smartfone. Tudo o que precisam fazer é
encontrar um hospital e dirigir até lá, ou encontrar o número 192 e pedir
ajuda.
É possível que tenha passado pelo
prédio de um hospital sem saber que tipo de ajuda é oferecida lá, mas lá
existem pessoas dispostas a ajudar. Precisam de amigos e familiares que a
informem sobre o hospital e a ambulância à sua disposição.
As pessoas em um grupo de pessoas não
evangelizadas precisam do evangelho. Precisam, com urgência, ouvir pela
primeira vez de um amigo, colega de trabalho ou membro da família que tenha
sido tímido demais para compartilhar com eles. Precisam de uma explicação da
esperança que têm visto na vida dos crentes com os quais convivem.
Uma vez mais, há sempre a necessidade
de mais trabalhadores, mas sua necessidade maior não é de mais crentes em sua
comunidade; é ouvir o evangelho dos crentes que já estão lá.
GRUPO DE PESSOAS NÃO ALCANÇADAS
A grande maioria das pessoas de um
grupo étnico não alcançado não ouviram pessoalmente o evangelho porque o acesso
público à mensagem é extremamente limitado.
Não há igreja nem cristãos em sua
comunidade adequadamente equipados para alcançá-los. Podem praticar outras
religiões ou ser ateus, mas geralmente têm uma compreensão muito imperfeita ou
inexistente do cristianismo.
A grande maioria das pessoas desses
grupos nunca ouviram o evangelho e nunca o ouvirão até que alguém intencionalmente
ultrapasse as fronteiras culturais e linguísticas para levá-lo até essas
pessoas. São como alguém que precisa de ajuda médica em um lugar sem acesso a
um hospital. Pode haver alguns médicos locais, mas geralmente operam na
obscuridade e não se sabe se estão disponíveis para ajudar.
Existe uma pequena possibilidade de
conhecerem alguém que possa ajudar, mas para 98% da comunidade qualquer coisa
que precise de atenção médica não será tratada devido à falta de recursos.
Precisam de um hospital.
As pessoas de um grupo étnico não
alcançado precisam do evangelho. A menos que algo mude, elas têm uma pequena
possibilidade de ouvi-lo. Precisam ouvi-lo pela primeira vez de um dos poucos
crentes de sua cidade ou grupo étnico, ou de um dos poucos missionários que
trabalham entre eles. Como o acesso ao evangelho é um problema para elas,
precisam de mais trabalhadores, pois é provável que passem a vida inteira sem
interagir com algum dos poucos crentes em sua comunidade.
Grupo de pessoas sem qualquer esforço
de alcance
Ninguém em um grupo étnico sem algum
esforço de divulgação tem atualmente a oportunidade de ouvir o evangelho porque
não há acesso público à mensagem. Não há igrejas ou cristãos em sua comunidade.
São como uma pessoa que precisa de ajuda médica em um lugar sem acesso a
hospitais ou clínicas, sem médicos ou enfermeiras que viajem, sem alguém com
preparo formal ou informal de primeiros socorros em sua comunidade. Ninguém
está planejando ou pensando em levar ajuda médica para sua comunidade. Não há absolutamente
nenhuma possibilidade de que recebam a ajuda de que necessitam. Precisam que
alguém vá até eles com ajuda médica.
As pessoas de um grupo étnico sem
nenhum esforço de alcance precisam do evangelho. Mas, a menos que algo mude,
têm zero possibilidade de ouvi-lo. A menos que algo mude, não o ouvirão porque
nenhuma igreja ou crentes iniciou intencionalmente o processo de aprendizagem
da língua e da cultura para que possam explicar o evangelho de uma forma que as
pessoas dentro deste grupo compreendam. O acesso ao evangelho é inexistente e,
por isso, sua maior necessidade é que os crentes cruzem fronteiras culturais,
étnicas, geográficas e linguísticas para serem as primeiras pessoas a
compartilhar o evangelho com as pessoas de sua comunidade.
A NECESSIDADE DE ACESSO
Não se trata de que as pessoas
precisem do evangelho, mas da necessidade das pessoas de terem acesso ao
evangelho. Todo mundo tem a necessidade de ouvir o evangelho, desde a pessoa
tribal sem qualquer esforço de divulgação na Papua Nova Guiné até o pastor de
cinco décadas, que precisa ser lembrado diariamente do que Cristo tem feito por
ele. Entretanto, a menos que alguém se transfira especificamente, as pessoas
sem qualquer esforço de alcance no mundo têm zero possibilidade de ouvi-lo.
Em Apocalipse 7:9 João compartilha
uma visão do reino eterno de Deus. É um belo mosaico de pessoas de toda tribo,
língua, nação e povo, que adoram Cristo, o Cordeiro de Deus. No momento, essa
imagem está incompleta. Há tribos, línguas, nações e povos que não têm
representantes presentes no Reino de Deus. A obediência aos mandatos de Cristo
nos obriga a aproveitar nossos recursos e nossas vidas para completar esta
cena. E nesse belo dia, os povos não alcançados deixarão de existir.
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BRIAN ZUNIGHA, Diretor de Ministérios
de Discipulado na Universidade Batista da Califórnia.
Fonte: www.thetravelingteam.org
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