AVIVAMENTO MISSIONÁRIO - SEGUNDA PARTE

 



AVIVAMENTO E MISSÕES
Gedeon José Lidório Júnior
PARTE  DOIS
 
  
O avivamento consiste em transformar pessoas como eu e você em testemunhas verdadeiras de Cristo, através do poder do Espírito Santo para que este testemunho seja visto, ouvido e vivido entre todas as nações – isto é Missões!
Atos 2 Entre o capítulo primeiro do livro e o segundo há uma ruptura no entendimento do que seja a função da igreja por parte dos discípulos. 

Em Atos 1 eles entenderam que deveriam ( e seriam!) testemunhas de Jesus entre todas as nações, mas com certeza muito (ou quase tudo) o que ocorreu quando da descida do Espírito sobre a Igreja era lhes estranho – tanto para os discípulos como para todos que viram e ouviram neste dia. Eterais glossais – outras línguas.

O texto usado por Lucas expõe que as línguas (glosse) que foram usadas pelos discípulos ao receber o dom do Espírito eram línguas humanas ou idiomas conhecidos. É um fato notável esta expressão, posto que naquela festa (Pentecostes), que era a festa judaica mais freqüentada onde milhares de pessoas, judeus de toda parte do mundo afluíam para Jerusalém.

Para que não haja dúvidas que as línguas faladas ali no Pentecostes era um fenômeno de línguas humanas, no versículo 8 a expressão confirma ao dizer que cada um ouviu em sua própria língua – o termo usado aqui é dialektos – expressão usada para designar os dialetos humanos falados por aqueles que estavam ali presentes.

No meio da atordoante sensação de que o mar estava ruidoso (o termo usado para o som forte que ocorria no evento era “echos”, usado para designar o estrondo do mar) e adentrava os ouvidos de todos, o vento do Espírito sopra, derrama-se sobre aqueles homens e mulheres que ali se reuniam em nome de Jesus, dando-lhes condições sobrenaturais para que se transformem em testemunhas vivas do seu redentor – e como não poderia ser diferente, este ato, de capacitar a igreja sobrenaturalmente para ser testemunha de Jesus resulta (ou redunda) em uma pregação a respeito da vida do próprio Jesus, num testemunho proclamador a respeito do Filho de Deus e de sua obra – isso é Avivamento, isso é Missões!

O som abrupto e forte dos 120 discípulos chegava até a rua e atraía milhares dos que vieram para a festa judaica em Jerusalém e Deus queria com isso demonstrar que o poder que descia não era para a Igreja em primeiro lugar, no sentido de alegrá-los, confirmá-los ou mesmo produzir um culto “gostoso” em que se sentisse a presença, o toque e o poder do Espírito Santo, mas sim que a voz desta igreja agora revestida fosse ouvida pelos de perto, pelos de longe, por pessoas que representavam todas as nações da terra – a primeira ação da Igreja revestida foi a de proclamar a fé em Cristo e a sua salvação. O objetivo maior era que a igreja cumprisse a razão pela qual foi formada – uma ekklesia – um povo chamado por Deus para fora dos seus portões, um povo formado para Deus para que o seu reino fosse implantado em toda a terra, um povo capacitado por Deus para pregar o evangelho entre todos os povos – isso é Avivamento, isso é Missões!
Vicedom afirma que uma Igreja cheia do Espírito é uma igreja missionária, proclamadora do Evangelho, conduzida para as ruas (VICEDOM: 1965), portanto não é uma igreja que se aliena, se enclausura e fecha-se para o mundo que a cerca. Deus quer sua igreja nas RUAS e não fechada no CÉNACULO. Saiamos fora de nossos portões!  Vivendo em santidade de vida Após um evento tão ruidoso e grande, aonde milhares chegam-se ao Senhor, escutam sua voz (tem seus corações compungidos – a expressão em grego é de algo que ferroa e traz dor) a igreja começa a viver sua vida quotidiana, em meio à normalidade de alimentação, instrução, trabalho, lazer, comunhão, dificuldades, ansiedades e tudo o mais que faz da vida uma rotina – era uma igreja que, apesar de ter sido revestida com um grande poder, precisava continuar vivendo na terra, sendo ainda seres humanos com necessidades e perspectivas humanas das mais variadas. A sociedade local precisa ser impactada com a mensagem do evangelho que vêem e ouvem da igreja revestida, assim como as nações não alcançadas necessitam conhecer a Cristo e seu plano redentor – isso tudo como fruto do revestimento com o poder do Espírito Santo, numa demonstração do que Deus pensa sobre avivamento. “Entendo que se desejamos nos tornar uma Igreja visionária onde a sociedade local seja chocada com o evangelho, onde as etnias sejam conquistadas pela pregação da Palavra e onde todo o mundo seja impactado com a mensagem, necessitamos ter vida santa na presença do Senhor. Estratégias evangelísticas, preparação de obreiros e uma situação econômica estável ajudaria muito nossa Igreja tornar-se um verdadeiro celeiro missionário para o mundo.
Entretanto, se não houver santidade de vida nossas mensagens serão vazias e nossos esforços em vão. Teólogos poderão dar direcionamento à Igreja, porém somente homens cheios do Espírito Santo alcançarão o mundo. Costumo enfatizar que Deus nunca esteve, não está e nunca estará disposto a usar um povo que não seja santo” (LIDÓRIO: 2008, Atos: a história continua – não publicado).

Há algo muito interessante a notar em meio a esta vida comum da Igreja – Atos 2.42- 47 relata sistematicamente a vida que a igreja tinha nos dias que sucederam a descida do Espírito Santo e vemos que era uma igreja perseverante.

A expressão grega usada aqui nesta frase é “proskartereo” e significa dar continuidade a uma ação após intenso esforço e esta ação, extraordinariamente, não é relatada aqui como uma busca de  mais poder, de movimentos estáticos e estanques de manifestações sobrenaturais, mas era uma perseverança, um esforço imenso e intenso em buscar a “doutrina dos apóstolos” – essa igreja, revestida com o poder do Espírito que passara por um evento grandiosamente maravilhoso como o do Pentecoste não estava apegada apenas ao sobrenatural, mas reconhecia na naturalidade da exposição e do ensino da palavra de Deus por parte dos apóstolos como uma continuidade natural da vida cristã, uma continuidade do próprio revestimento do Espírito algum tempo atrás.

Eles esforçavam-se  imensa e intensamente para estarem aos pés dos apóstolos aprendendo mais de Jesus e de sua vontade. Essa ação era perseverante também na “comunhão e no partir do pão”: 

– as propriedades e bens que eram vendidos de acordo com a necessidade daqueles que estavam juntos e tinham tudo em comum mostrava que a igreja não apenas entregava tudo o que tinha como fruto de um movimento fanático empobrecedor, mas que estavam preocupados e atentos com as necessidades sociais daqueles que faziam parte da comunidade 

– e tudo era vendido de acordo com a necessidade e não de forma aleatória e descabida 

– esse também era um momento de perseverança 

– um movimento de esforço imenso e intenso de pensar em todos os que estão ao nosso lado devem ter suas necessidades supridas por aqueles que têm mais 

João afirma que se vemos um irmão necessitado e não compartilhamos com ele nossas posses é porque não entendemos o amor de Deus (I João 3.17). Esforço é que cada um estava olhando para o outro em primeiro lugar e depois para suas próprias necessidades isso não é natural em nós, por isso demanda um esforço perseverante

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