A COMPLEXIDADE DO ENVIO MISSIONÁRIO

 



O INVESTIMENTO E O PREPARO PARA O ENVIO MISSIONÁRIO

  

Nos últimos tempos apesar das crises sociais, sanitárias, políticas e econômicas, tem sido possível notar uma crescente iniciativa de pastores e líderes que, há alguns anos, não tinham experiência com missões transculturais, nem incluíam esse conhecimento no universo das ‘coisas que um pastor precisa saber”. Esse interesse surgiu graças ao tempo natural de amadurecimento ministerial. 

Essa inclinação decorre também do surgimento de frentes de mobilização percorrendo as igrejas locais e devido ao amplo acesso às redes sociais às notícias sobre o que acontece em volta do mundo. 

Diante disso, a figura do missionário está sendo cada vez mais difundida e as oportunidades de se envolver  em uma iniciativa missionária está paulatinamente chegando ao alcance de todas as igrejas no Brasil. 

Quanto mais a igreja desmistificar a figura e a vida do missionário, mais ela vai se envolver com ele e de fato,  fazer parte do “Ide por todo mundo...” (Mt: 28.19). 

Neste quadro é importante que formas engessadas de fazer missões transculturais sejam revistas. É tempo de agir de maneira mais desafiadora. Talvez seja preciso lançar mão de métodos mais práticos para se fazer discípulos, desmistificando alguns as questões relacionadas com os campos e aceitando sugestões. 

É tempo de perguntar o que posso fazer para me tornar um melhor comunicador do Evangelho? Do  mesmo jeito não devemos permitir que sejamos tomados por orgulho, altivez ou segurança. Assim a gente evita uma análise mais profunda da nossa dinâmica. É preciso orar ao Senhor que nos enviou ao campo e nos dispor a rever nossa rota e o plano de ação, sem abrir mão,  é claro da nossa dinâmica. 

É  possível notar que a igreja local está se interessando cada vez mais pelo campo transcultural, algo vai ser criado para atender a essa demanda.  Tudo o que existe tornar-se-á absoleto ou já se tornou. Será que a antiga visão de missões vai ser tragada da nossa teologia prática de missões? Creio que ao. Pelo contrário vai ser potencializada. Há variadas frentes no universo missionário que são autoridades em sua esfera de atuação de uma forma bem clara.  As ações de uma não interferem no desenvolvimento da outra antes, contribuem  para o resultado final. 

Quando se pensa no envio missionário a partir da igreja brasileira, é possível dividir esta tarefa em três níveis de complexidade (entende-se como “missionário” aquele que prioriza d oportunidade de se fazer discípulo de Jesus Cristo. Independentemente de quanto tempo tenha para isso).    Senão vejamos: 

a) BAIXA COMPLEXIDADE

Alguns missionários que vão para o campo dedicando suas férias para realizar atividades como uma viagem missionária a um país africano, ao sertão brasileiro ou marcam visitas em um hospital infantil para desenvolver dinâmicas para comunicar o amor, a misericórdia e a graça de Deus. Exige-se pouco dessas obras missionárias, pois são seguras para seus participantes. Nesses locais há plena liberdade para falar de Jesus. 

Esse tipo de ação gera frutos positivos, pois é uma forma de levar a igreja a olhar para  fora das quatro paredes, despertando pessoas que, no primeiro momento, eram indiferentes  à missões. 

b) MÉDIA COMPLEXIDADE

São missionários que  partem para iniciar algum projeto exclusivo da igreja local, como plantar hospitais, templos, escolas, pastorear, ensinar em um seminário, fixar uma base missionária para receber outros para um treinamento de médio e longo prazo. Esses missionários necessitam de maior preparação teológica e transcultural. 

Eles moram em lugares privados de grande conforto ou vivem sob forte pressão cultural e precisam de vistos específicos, movimentam grandes valores financeiros de igrejas e organizações missionárias. Despertam menos interesse e curiosidade da parte dos que enxergam missões como algo contagiante e românico. Geralmente são missionários eu têm uma forte habilidade de esperar com paciência o mover de Deus. 

c) ALTA COMPLEXIDADE

O último perfil de dificuldade refere-se ao envio de missionários que moram em tribos indígenas distantes, traduzem a Bíblia para a língua local ou vão para países com altos índices de perseguição religiosa, como Irã, Egito, Índia e Sudão e tantos outros. 

São profissionais em missão com técnicas de empreendedorismo comercial, fazem transporte  (ilegal)de Biblias ou se infiltram em corporações internacionais com a objetivo de levar o Evangelho. 

Esse nível exige um condicionamento até mesmo da própria igreja local. São missionários que podem ser chamados de ousados ou até responsáveis aos olhos humanos. Contudo, são enviados por Deus aos povos não alcançados. Alguns irmãos estão nesses países como fabricante de sapatos ou trabalham com o desenvolvimento de tecnologia da informação. Caso sejam descobertos são lançados em capôs de concentração e fuzilados. 

Os níveis não estão relacionados com a qualidade já que a alma  que se alcança por meio do envio de baixa complexidade tem o mesmo valor que uma vida salva por meio do envio de alta complexidade. Nesse caso, o que varia são as problemáticas envolvidas. 

O sistema que rege para atuação é diferente. Depois de identifica em qual nível de complexidade o enviado está torna-se possível entender o tipo de capacitação necessário para o desenvolvimento de um trabalho eficaz. 

Já no caso do envio de baixa complexidade, é importante se submeter a uma liderança local a igreja com a qual o missionário vai estar ligado para poder levar os novos convertidos para um pastoreio seguro. O missionário precisa compreender os rudimentos do Evangelho para responder a todos os que o argüirem sobre a razão da sua fé, ser batizado e dar bom testemunho entre familiares e amigos, na empresa e entre os irmãos da igreja que o enviou.  Esse missionário vai ter diversas oportunidades de comunicar amor do Senhor a todos os que cruzarem seu caminho. 

O  envio de média complexidade o missionário deve ter a perícia necessária para conseguir concluir a missão. Ele precisa passa por um excelente treinamento teológico, dominar dois ou mais idiomas, pertencer a uma junta missionária e ter apurado tino de liderança. Ele deve trabalhar por uma liderança autóctone em um projeto de longo prazo elaborado com a igreja. 

Ele precisa ser acompanhado, reconhecido e legitimado  pela igreja local e ser uma voz audível entre os anciãos. 

Nos casos em que for necessário, o missionário deve receber um salário digno para se manter em atividade.  Nas questões familiares é preciso ajustar a escola dos filhos e manter vínculos familiares no Brasil. Deve cultivar uma rede de relacionamentos proporcional à segurança que precisa ter. 

É fundamental que o missionário conheça as leis do país. Outro fator importante é a construção de relacionamentos com outras instituições e a geração de pontes para arregimentar a ação de agências missionárias. Neste nível, os missionários são capazes de sustentar uma plataforma para que outros, em curto ou médio prazo, possam ir e pregar o Evangelho. 

...Se entendermos que juntos podemos ir mais longe com certeza esta geração não vai passar até que, da parte do Senhor aconteça a maior colheita que o mundo já viu. 

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