MISSÕES UMA TAREFA INACABADA
MISSÕES TRANSCULTURAIS
A suprema tarefa da Igreja sem sombra
da dúvida é a Grande Comissão. As palavras de Jesus relatadas nos Evangelhos e
nos Atos dos Apóstolos apontam para o alvo para o qual a Igreja deve seguir e o
objetivo a ser alcançado.
Templos, escolas, orfanatos,
hospitais e creches, devem ser encarados no contexto da vida da igreja como
acessórios. Entretanto a evangelização dos povos deve ocupar a primazia
financeira e pessoal refiro a recursos. Missões é urgente e importante!
A Igreja fundada por Jesus Cristo, é um organismo vivo e atuante neste mundo de pecado e miséria, mas para que isto ocorra é necessário canalizar mais recursos, bem como colocar as missões no lugar de destaque que ela merece, uma vez que esta é sua principal tarefa estabelecida por Jesus Cristo.
A suprema tarefa da igreja:
• A Igreja deve fazer discípulos (Mt
28.19-20);
• A Igreja dispõe de sinais e maravilhas (Mc 16.15-18);
• A Igreja tem que pregar em todas as nações (Lc 24.47);
• A Igreja precisa enviar como Jesus
foi enviado (Jo 20.21);
• A Igreja tem que testemunhar ao
mundo (At 1.8)
Todas as orientações acima relatadas
foram proferidas pelo próprio Jesus após sua ressurreição, isto nos leva a
concluir que missões é o assunto principal da igreja na ótica do Mestre, o Primeiro
Missionário!
I – MISSÃO TRANSCULTURAL
1. Missionário (latim tem o mesmo sentido básico de apóstolo). Aquele que é
enviado com uma mensagem. Comissionado por uma Igreja local para evangelizar,
plantar igrejas e discipular pessoas longe de sua residência.
2. Missionário Transcultural. Obreiro cristão de tempo integral envia do por
sua igreja para trabalhar entre povos de outras culturas, quer dentro de sua
própria nação quer no exterior.
3. Missionário Nativo. Obreiro trabalhando como missionário no seu país de
origem ou enviado dele como tal.
4. No Exterior. Obreiro brasileiro evangelizando os povos de república do
Cazaquistão na Ásia Central:
5 línguas faladas. Língua oficial
Cazaque; população 12.606.000 habitantes; 40% muçulmanos e 0,73% evangélicos.
5. No Interior. Obreiro brasileiro evangelizando povos de cultura e língua
diferentes dentro do seu próprio pais. Ex. obreiro brasileiro de tempo integral
evangelizando os chineses que residem no Brasil em suas próprias línguas
(Mandarim, Cantonês, Hakka e Taiwanês).
6. Não é Missão Transcultural. Obreiro brasileiro residente na Austrália,
evangelizando brasileiros residentes lá.
II – A GRANDE RESPONSABILIDADE
1. O Obreiro e a Missão Transcultural
Pela grandiosidade da obra do Senhor para alcançar os povos do mundo, e pela
seriedade que deve ser encarada a obra missionária, não deve ser enviado ao
campo sob pena de graves consequências, o obreiro:
a)
Sem chamada confirmada pelo Espírito
Santo
b) Sem preparo teológico, espiritual e transcultural
c) Com autoridade moral e espiritual comprometidas
d) Para resolver um problema de disciplina na igreja
e)
Com a finalidade de se livrar de um obreiro problemático
f)Com relacionamento familiar deteriorado.
9)Emocionalmente instável ou inativo
na igreja
Lembre-se que o missionário no estrangeiro é o representante da sua igreja, sua
denominação que o enviou e seu próprio país. A Bíblia Sa grada é clara:
“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulenta mente” (Jr 49:10 a)
2. A Igreja e a Missão Transcultural Missão não pode ser utilizada como trampolim para galgar
objetivos pessoais. O padrão de envolvimento na realização da obra missionária
é a estabelecida nas Sagradas Escrituras:
“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à glória e poder para todo o sempre, Amém”. (l Pe 4.11).
Uma igreja não deve
fazer missões:
a)Para prestigio pessoal de seu
pastor.
b)Por ser um assunto do momento
c)Simplesmente por marketing
d)Para fortalecer a igreja politicamente
e) Para angariar fundos e arrecadar recursos financeiros –
f)Para projetar-se no cenário religioso mundial
g)Em país reconhecidamente apto a disseminação do Evangelho
A Grande Comissão não pode ser
negligenciada
A Grande Comissão não pode ser delegada
A grande comissão não pode ser tercerizada
A grande Comissão não pode e nem deve ser para a próxima geração.
Na Grande Comissão nenhuma desculpa
para não fazê-la é aceita pelo Mestre
A Grande Comissão é uma questão de vida ou morte (simplesmente faça)
III – MISSÃO TRANSCULTURAL A LUZ
DAS ESCRITURAS SAGRADAS
1. MISSÃO NO PLANO DIVINO
Desde a queda do homem no Jardim do
Éden e a conseqüente entrada do pecado no mundo, Deus planejou o resgate do
homem e prometeu o primeiro missionário – Jesus Cristo (Gn 3.15).
A orientação e vontade de Deus
através dos tempos e séculos foram sempre no sentido de sal var todos os povos,
tribos, línguas e etnias (Ap 5.9), para que estes lhe glorifiquem na glória.
a)
Deus chama Abrão para ser uma bênção
para todas as famílias (Gn 12.1-3)
b)
Deus chama Abraão para abençoar as
nações da terra (Gn 18.18)
c)
Israel chamada para ser uma nação
sacerdotal (Ex 19.5-6)
d)
Deus oferece ao seu Filho as nações por
herança (Sl 2.8)
e)
O Messias triunfará sobre todas as
nações (S1 2:.27-28)
f)
Deus quer que o seu nome seja
anunciado a todas as nações (Sl 96.1-13)
g)
Deus procura um homem para fazer Sua
obra (Is 6.1-8)
h)
A luz do evangelho deve brilhar até
aos confins da terra (Is 49.6)
2. JESUS CRISTO E O SEU MINISTÉRIO TERRENO
a) Ele anuncia o plano de Deus a um príncipe (Jo 3.1-21)
b) Ele se compadece de uma mulher pecadora (Jo 4.1-30).
c) Ele evangeliza um coletor de impostos (Lc 19.1-10)
d) Ele evangeliza aos amigos (Jo 15.15).
e) Ele salva um ladrão na cruz do
calvário (Lc 23.40-43)
f) Ele determina a missão dos doze (Mt 10.1-16)
g) Ele envia setenta para a seara (Lc 10.1-16)
3.A IGREJA PRIMITIVA E A MISSÃO
TRANSCULTURAL
Foi a geração pós-pentecostes que tumultuou o mundo de então, levando o
evangelho da salvação além dos limites da Palestina (At 17.6).
Em apenas 30 anos o que era
inicialmente considerada uma seita judaica, tornou-se uma religião mundial (ano
30 a 60 a.D.).
FATORES CONTRIBUINTES
3.1 Espiritual
a) o derramamento do Espírito Santo (At 2.14)
b) Sinais e maravilhas no seio da igreja (At 2.43)
c) A presença divina no meio da igreja (Mc 16.20)
d) Obediência irrestrita à Grande Comissão (l Co 9.16)
e) Visão e audição santa da liderança da igreja (At 13.2)
f) A unidade do
corpo de Cristo (At 4.32)
Cada cristão era uma testemunha.
Muitos evangelistas treinados e leigos cheios do Espírito do Senhor se
espalharam levando com eles a mensagem salvadora de Jesus Cristo. Muitos desses
primeiros missionários permanecem no anonimato, e os seus nomes serão relata
dos no Tribunal de Cristo. Seus nomes não constam nas crônicas missionárias,
entretanto, foram alguns dos obreiros mais eficazes de todos os tempos. A
maioria mártires.
3.2 Material
a) Construção de estradas pelos
romanos
b) Universalização da língua grega
c) Paz relativa que prevalecia
d) Disponibilidade de sinagogas para
ensino da Palavra (At 18.26)
3.3 Atitudes e Sensibilidade da
Comunidade Cristã
a)A pregação e o ensino dos evangelistas (At 13.13)
b) O testemunho pessoal dos crentes (At 2.47)
c) Atos de bondade e amor (At 4.34-35)
d) Fé mostrada na perseguição e morte (At 7.60)
e) Raciocínio intelectual dos principais apologistas (At 17.15-34)
“Nos relatos contemporâneos dos
cristãos dos primeiros séculos sentiam a necessidade, a responsabilidade e amor
em compartilhar a sua fé com outros. Neste período todo crente era um
missionário. O soldado tentava ganhar os recrutas para o exército de Cristo; o
prisioneiro procurava levar o carcereiro ao Senhor, havia um ardor em tornar o
evangelho conhecido”.
IV- A ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA DO
APÓSTOLO PAULO
Sem dúvida nenhuma o apóstolo Paulo foi a maior expressão em missão
transcultural na igreja primitiva. Em menos de 10 anos ele estabeleceu a igreja
em quatro províncias do império, Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Entre 47 e
57 a.D. Parece incrível que igrejas fossem fundadas com tanta rapidez e
segurança, diante das dificuldades, incertezas e fracassos no passado.
Paulo se sentia devedor da graça que havia recebido (Rm 15.15-33); ele sentia
um peso no coração (Rm 9.1-3); ele sentia-se na obrigação (l Co 9.16).
4.1 A Estratégia de
Paulo
a) Seu objetivo era centros de comércio e de influência política
b) Concentrava seus esforços em centros populacionais
estratégicos.
c) Ele abordava todas as pessoas de todos os níveis sociais
d) Estabeleceu igreja independente e não estações
missionárias
e) Ele não reuniu congregações – plantou igrejas
4.2 O Método de
Paulo
a) Priorizava as regiões não alcançadas pela Palavra (2 Co10:16)
b) Edificava sobre fundamento lançado
por ele mesmo (Rm 15:20)
c) Plantava igreja em áreas
estratégicas.(At 14.6; Rm 15:19)
d) Dependia totalmente da oração e
intercessão (Ef 6:19)
e) Sua visão era alcançar “…até os
confins da terra” (At 13:47)
V. ESTRATÉGIA NA MISSÃO TRANSCULTURAL
1. Os Alvos Certos
A Grande Comissão determinada por Jesus Cristo encontra-se em (Mt 28.19-20),
(Mc 16.15-16); (Lc 24.47) (Jo 20.21) e (At 1.8).
Se tomarmos Mt 28.19—20 como ponto de partida: “Ide, portanto, fazei discípulos
de todas as nações, batizando—as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
ensinando a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado e eis que estou
convoco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém”.
Nesta passagem existem quatro verbos
de ação: ir, fazer discípulos, batizar e ensinar. No original grego um está no
modo imperativo e os outros três são particípios presentes (semelhante ao
gerúndio).O imperativo, fazer discípulos, é o âmago da ordem. Os particípios
presentes, indo, batizando e ensinando, são verbos que estão subordinados ao
verbo principal.
Fazer discípulos é, portanto, o
objetivo, o fim. E o alvo certo da estratégia de missões. Ir, batizar e ensinar
são os meios a serem usados na consecução do fim. São também componentes
necessários da estratégia missionária, mas não são fins em si mesmos.
As passagens da Grande Comissão em
(Mc 16.15-16) repete batizar, e acrescenta pregar. (Lc 24.47) repete e
acrescenta testemunhar. (Jo 20:21) menciona enviar. (Atos 1: 8) repete
testemunhar e acrescenta o aspecto geográfico de Jerusalém, Judéia, Samaria e
até aos confins da terra.
Segundo a ótica de Edward R. Dayton:
“O erro maior na estratégia missionária contemporânea é a confusão dos meios
com o fim na interpretação da Grande Comissão”.
Pregar o evangelho a multidões quer sua pregação faça ou não discípulos. Uns
contam com avidez as decisões muito cuidadosamente, mas não empreende o mesmo
esforço para apresentar relatório estatístico sobre discípulos. Quanto à luz da
Grande Comissão, o Senhor da Seara está mais interessado em discípulos e não
simplesmente em decisões.
Objetivo fim da Grande Comissão é,
portanto fazer discípulos. No Novo Testamento o significado básico é o do
cristão verdadeiro, regenerado. Toda pessoa cujo nome está escrito no Livro da
Vida do Cordeiro é discípulo.
Há uma grande diferença entre “fazer
discípulos” com discipulado. O primeiro é o alvo certo da Grande Comissão, a
seguir eles começam a trilhar a estrada do discipulado que dura a vida inteira.
(Atos 2.41) quase 3.000 discípulos. Por quê? Confira (Atos 2.42) e (João
13.35); logo não foram simples decisões.
BIBLIOGRAFIA
A Bíblia Sagrada
Ruth A. Tucker, Até aos Confins da
Terra.
Ralph O. Winter e Steven C. Hawthorne, Missões Tranculturais uma Perspectiva
Estratégica.
Patrick
Johnstone, Intercessão Mundial.
Foreign Mission Board, Status Of Global Evangelization.
~~~~~~~~~~~~~~~~
Pr Anísio do Nascimento. Secretario
Executivo da SENAMI
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