UM CAMPO MISSIONÁRIO
MIANMAR
O cristianismo chegou ao território birmanês no século X,
levado por discípulos de Nestório*. Mais tarde chegou o catolicismo romano, no
século XVI, e o protestantismo, em 1813. As reações ao cristianismo têm variado
grandemente, mas o país continua sendo uma importante base para o ministério
cristão na Ásia.
A Igreja se divide em três grandes grupos: batistas,
católicos romanos e anglicanos. Além desses, há outras pequenas denominações
protestantes.
*Nestório (em grego: Νεστόριος;
ca. 386 – ca. 451) foi um monge, oriundo da Anatólia, que se tornou arcebispo
de Constantinopla entre 10 de abril de 428 e 22 de junho de 431.
Acreditava que em Cristo há
duas pessoas (ou naturezas) distintas, uma humana e outra divina, completas de
tal forma que constituem dois entes independentes. A sua crença tornou-se a
base do nestorianismo.
A
PERSEGUIÇÃO
O governo ainda interfere nas reuniões e atividades de
praticamente todas as organizações, inclusive as religiosas, de maneira
explícita e implícita.
O governo impede clérigos budistas de promoverem os
direitos humanos e a liberdade política, mas, ao mesmo tempo, promove o budismo
theravada sobre as outras religiões, principalmente entre as minorias étnicas.
As autoridades também desestimulam, e até proíbem, a
construção de templos entre as religiões menores. Em alguns casos, funcionários
do governo destroem os templos construídos sem autorização. Também é necessário
solicitar a permissão do governo para reformar e fazer melhorias nos templos já
existentes.
Os cristãos das áreas rurais são perseguidos com
frequência pelos governantes, que se alinham com poderosos grupos budistas e
tentam utilizar a religião como forma de controlar a população local. No país,
diferentes grupos étnicos se utilizam da religião com o propósito de atacar
pessoas de outras etnias.
Cerca de 90 % dos 56 milhões de habitantes de Mianmar são
budistas. A maioria da população é dividida em diversas etnias, que têm
formado grupos armados e desarmados para lutar pela independência ou autonomia
do país.
A igreja sofre muita pressão e discriminação no Estado de
Kachin, região de conflito onde grupos insurgentes de diferentes
etnias lutam contra o governo, normalmente os cristãos, que são maioria em
Kachin, são associados pelo exercito do país a estes grupos e acabam sofrendo as
consequências.
HISTÓRIA
E POLÍTICA
Mianmar, antiga Birmânia, é conhecida como a “terra dos
templos” e está localizado às margens do Golfo de Bengala e do Mar de Andaman,
entre Bangladesh e a Tailândia.
Seu território apresenta densas florestas e é caracterizado
por uma região central de terras baixas, cercadas por um anel de montanhas
íngremes e elevadas. Seu verdadeiro nome, Birmânia, devida de Brahmadesh, que
significa “Terra do deus Brahma”. Além disso, faz referência ao principal grupo
étnico do país, o Burman. Mianmar é também conhecida como a “Terra do Ouro”,
devido à variedade de suas riquezas naturais.
Acredita-se que os primeiros habitantes do território onde
hoje se encontra Mianmar foram os Mons, que chegaram à região aproximadamente
em 900 a.C. Já no século XII d.C., foi introduzido o budismo therevada.
O Estado foi unificado em 1054, com a fundação da dinastia
Pagan pelo rei Anawrahta. Durante essa dinastia, os birmaneses prosperaram no
comércio e construíram muitos templos e pagodes budistas; além disso,
desenvolveram a escrita birmanesa baseada no idioma Mon. Com a invasão dos
mongóis no século XIII d.C., a dinastia Pagan chegou ao fim.
As primeiras guerras anglo-birmanesas ocorreram em 1824 e
1853. Em 1885, a Grã-Bretanha venceu a terceira guerra anglo-birmanesa e
assumiu totalmente o controle do país.
Já no século XX, com o início da II Guerra Mundial, os
birmaneses chegaram a auxiliar o Japão em uma tentativa de expulsar os
colonizadores ingleses. Finalmente, em 1947, o país obteve sua independência,
tornando-se uma união federativa de sete distritos e sete Estados minoritários.
Em 1962, o Partido do Programa Socialista da Birmânia
(PPSB) assumiu o poder e instaurou o socialismo. Decisões do governo
deterioraram a situação econômica, e as mudanças de chefes de Estado, nomeados
pelo PPSB, deixaram a população extremamente insatisfeita.
Foram marcadas eleições para 1990, em que o PPSB foi
derrotado por 80%. O governo, entretanto, ignorou o resultado, proibiu as
atividades da oposição, prendeu e exilou os oponentes e reprimiu as
manifestações do povo.
Ainda hoje há oponentes presos. A mais famosa é Aung San Suu Kyi, líder da oposição Liga
Nacional Pró-Democracia. Ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991. Sua popularidade impede o governo de executá-la, mas ele a
mantém incomunicável em sua prisão domiciliar.
Depois que a junta militar aumentou o preço dos
combustíveis, em agosto de 2007, milhares de birmaneses marcharam em protesto,
liderados por pró-democratas e monges budistas. No final de setembro de 2007, o
governo massacrou os manifestantes, assassinando 13 pessoas e detendo milhares
por participar dos protestos.
Desde então, o regime vem invadindo casas e mosteiros,
detendo suspeitos de atividades pró-democráticas.
**Theravada ( Pali : थेरवाद Theravada, sânscrito : स्थविरवाद Sthaviravada ), literalmente, “o ensino dos sábios” ou “Ensinando
a antiga”, é o mais velho sobrevivente da escola budista. Foi fundada na
Índia. É relativamente conservadora e geralmente mais próxima ao budismo
cedo; por muitos séculos tem sido a religião predominante no Sri Lanka (hoje
cerca de 70% da população) e na maioria das nações continentais do sudeste da
Ásia (Camboja, Laos, Mianmar, Tailândia).
POPULAÇÃO
A população de Mianmar é composta de diversas minorias
étnicas, cerca de 140; entre as principais estão os birmaneses, os shan, os
karen e os rakhine. Muitas dessas etnias formam exércitos paralelos com a
finalidade de defender suas terras e recursos naturais dos abusos do regime
ditatorial do país.
Há uma alta taxa de mortalidade no país devido à AIDS. A
doença diminuiu a expectativa de vida para 64 anos e elevou a taxa de
mortalidade infantil. A taxa de crescimento demográfico também é afetada pelo
vírus, sendo a segunda mais baixa da região.
A maioria dos birmaneses é adepta do budismo, que entrou
no país durante os primeiros séculos da era cristã e tem sido a religião
dominante desde o século IX. Ele exerce enorme influência sobre a nação.
Os muçulmanos se encontram na região do Arakan, próxima à
fronteira com Bangladesh, no extremo sudoeste do país. Crenças tradicionais são
praticadas por minorias étnicas e influenciam a prática do budismo.
ECONOMIA
A economia de Mianmar é uma das menos desenvolvidas do
mundo e muito disso se deve ao endurecimento das políticas econômicas do país
por parte de seu governo. Os principais setores econômicos do país são a
agricultura, a indústria leve e pesada e o comércio de arroz. Parte de sua
economia é dominada pelo setor privado e parte pelo Estado.
Apesar das sanções impostas pelos EUA
e outros países do ocidente, devido às violações dos direitos humanos por parte
do governo, potências da Ásia, como China e Tailândia, têm investido pesado no
país, com a finalidade de explorar seus recursos naturais: petróleo, gás, madeira,
pedras preciosas, minérios e energia hidrelétrica. A agricultura corresponde a
42% do PIB do país e a indústria, a 20%.
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