A TEOLOGIA BÍBLICA DA VOCAÇÃO E CHAMADA - PARTE 5
A IGREJA E A GRANDE COMISSÃO
Que a Grande Comissão foi dada à igreja, é ponto pacífico. Porém, tal qual a chamada geral, a Grande Comissão pressupõe que a igreja é composta por pessoas dotadas. Pessoas que receberam, cada uma delas, os seus dons espirituais através dos quais servir a Deus, tanto quanto pressupõe também o envio de missionários.
Em Atos 1.8, por exemplo, “Mas recebereis poder quando o Espírito Santo descer
sobre vós; e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria, e até os confins da terra.”, a parte sobre receber o poder do
Espírito Santo e a incumbência de ser testemunha de Jesus Cristo, se aplica a
todos, tanto aos que ficam em Jerusalém como aos que vão para a Judéia, Samaria
e Confins da Terra. Mas, o deslocamento geográfico, a partir de Jerusalém, ou
mesmo da Judéia e Samaria, não tem como se aplicar a todos indistintamente. Não
dá para a igreja mandar toda a sua membresia para os confins da terra. Ela só
pode fazer isso através do envio de missionários.
Quando a igreja de Antioquia enviou Paulo
e Barnabé para os gentios, por exemplo, ela estava cumprindo essa parte da
Grande Comissão indo aos “gentios de longe” nas pessoas daqueles dois
missionários.
Em Mateus 28.19,20 temos, em
complementação, a tarefa de “fazer discípulos” tarefa essa expressa nas
palavras de Jesus: “ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos
ordenei;’”. Ora, fazer discípulos implica em dom de ensinar.
Se tomarmos 2Timóteo 2.2, a tarefa fica um tanto mais específica, porque o discipulador, ali, está sendo incumbido de ensinar outros que tenham também o dom de ensinar outros, formando, assim, uma cadeia de pessoas com dom de ensino: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros’” Essa conjuntura, implica, no mínimo, que o missionário é um que precisa ter o dom de ensino.
Em outras palavras, uma igreja que não leva em conta os dons espirituais de sua
membresia e não exerce a prática de enviar missionários, não tem como cumprir a
Grande Comissão.
Em nossa experiência como casal, no campo
missionário, Gudrun e eu, aprendemos logo quais eram os dons que cada um tinha
e os que não tinha. Gudrun tinha muitos dons que eu não tinha e vice-versa.
Ela não tinha jeito algum para ensinar e discipular, mas ensinou muitas irmãs Xerente a ler e escrever em sua própria língua como também cuidou dos enfermos com sua profissão de enfermeira.
Eu costumava brincar com ela dizendo: Um missionário não precisa saber nada de enfermagem, basta ele se casar com uma enfermeira.
Ela retrucava: Uma missionária não precisa saber nada de Linguística, basta ela se casar com um linguista. Assim, juntamos nossos dons e deu para fazer o trabalho, pela graça de Deus.
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