POVOS MINORITÁRIOS NO BRASIL - COMO ALCANÇÁ-LOS?
POVOS MINORITÁRIOS
Uma classificação brasileira de povos não alcançados, hoje o cenário brasileiro em
termos eclesiológicos passa por um delicado momento de afirmação e necessidade
de aprofundamentos e neste sentido, diante deste cenário, há uma clara
necessidade de estabelecimento de foco para ações missionárias voltadas também
para o ambiente interno.
Hoje, caso os conceitos importantes não
forem bem estabelecidos, corre-se o risco de incidir no relativismo e,
portanto, as ações missionárias serem relegadas a outra roupagem de serviço
cristão local.
No Brasil, especialmente nos últimos anos, a Igreja tem voltado seus
olhos para o que chamamos de “povos minoritários”, aqueles que têm sido de
alguma forma negligenciados pela grande maioria dos crentes. Ainda que haja
algum esforço para alcançá-los, o desafio continua grande e exige de nós uma
atenção especial. Paulo, ao escrever aos Romanos, estava preocupado em não
gastar sua energia na evangelização daqueles que já haviam escutado a mensagem
de forma farta, mas colocava seu foco nos que ainda não conheciam a mensagem da
redenção.
Da mesma forma, precisamos nos atentar para o fato de que, mesmo em solo
brasileiro, temos alguns segmentos que, historicamente, têm sido deixados à
margem dos grandes esforços evangelísticos. Veja uma breve lista:
1) Indígenas (cerca de 120 etnias foram pouco/não
foram evangelizadas);
2) Ribeirinhos (aproximadamente 10 mil comunidades ainda não foram
alcançadas na Amazônia);
3) Quilombolas (quase 2.500 comunidades certificadas, a maioria sem
presença evangélica);
4) Ciganos (estima-se em quase 1 milhão no Brasil, ainda com
pouquíssima presença missionária);
5) Sertanejos (a zona rural nordestina chega a ter menos de 2% de
evangélicos);
6) Refugiados e imigrantes (chegando aos milhares no Brasil nestes
últimos anos, mostram-se abertos à ação da Igreja);
7) Surdos (aproximadamente 3 milhões, dentre os quase 10 milhões
com alguma deficiência auditiva, com apenas 1% convertido a Cristo);
8) Os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres (por causa
da condição financeira, são de difícil acesso ou há pouco interesse na sua
evangelização). As últimas pesquisas nacionais demonstram que a presença
evangélica é expressiva nas escalas socioeconômicas que se encontram entre os
dois pontos, porém sensivelmente menor nos extremos. Em alguns Estados
brasileiros há três vezes menos evangélicos entre os mais ricos e os mais
pobres do que nos demais segmentos socioeconômicos.
De acordo com Ronaldo Lidório (2014) a Igreja de Cristo foi chamada para ser sal da terra e luz do mundo onde estiver e por onde passar (Mt 28.19) e foi-lhe entregue também um critério de prioridade nas ações evangelizadoras: onde Cristo não foi anunciado (Rm 15.20). É, portanto, momento de orar pelo mundo sem Cristo, pôr a mão no arado e não olhar para trás.
Partindo então deste ideal, é necessário um esforço para reafirmar a atenção para Povos Não Alcançados no Brasil.
Por fim, em meio a árdua tarefa de alcance destes povos, temos esperança, pois cremos no Deus do impossível, entendendo que a tarefa é sobretudo Dele e confiamos, conforme diz o profeta Habacuque (2.14), que a “terra se encherá do conhecimento da Glória do Senhor assim como as águas cobrem o mar”.
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