REGRESSANDO DO CAMPO MISSIONÁRIO
REGRESSO DO
CAMPO
Algumas igrejas chamam este período de recesso. De
qualquer maneira, trata-se do tempo em que o missionário volta para sua terra
natal, após um período de trabalho no campo. Quando se trata de um período em
todo o seu ministério, ou seja, não voltou para ficar, o regresso é necessário
e acontece para:
1.
DESCANSO
O missionário precisa descansar junto ao seu povo,
sua cultura, sua língua. Se bem que terá, evidentemente, o que se chama de
“choque cultural reverso”, ou seja, ele já não conhece seu país, sua economia,
e história recente. Sua família mudou, ele mudou, seus filhos não têm
amiguinhos aqui etc. No entanto, o descanso é merecido e importante,m pois
prioriza o servo de Deus.
2.
RECICLAGEM
O obreiro poderá fazer um curso complementar,
estudar algum assunto em que sentiu necessidade, ou mesmo iniciar um curso de
pós-graduação. De qualquer forma, a reciclagem é necessária.
3.
DIVULGAÇÃO
Também é este tempo no país uma excelente
oportunidade para o missionário compartilhar necessidades do campo: novos
obreiros, projetos especiais (veículo, aparelhos, etc.), e da própria missão
para a qual trabalha.
Aqui se estabelece um momento muito importante para
todo o trabalho, quando as pessoas respondem aos desafios porque é um
missionário que está compartilhando.
4.
TRATAMENTO
DE SAÚDE
Será que não temos, por alguns instantes, a
impressão de que os missionários são “sobre-humanos?”. Na verdade esta
“impressão” tem gerado sérios problemas na obra de Deus. Estes obreiros são
nada mais, nada menos, que pessoas! Precisam de tratamento médico-dentário e,
muitas vezes, com urgência.
No entanto, se o regresso é definitivo, tudo isto
acontecerá, ou não, dependendo do envolvimento futuro do obreiro com a obra
missionária.
Para que tudo isto ocorra com diligência e tenha o
melhor aproveitamento, tanto para o obreiro e família, como para o trabalho que
realiza, a igreja local deverá cooperar eficazmente, lançando-se no dever de
assumir um trabalho consistente e sério.’
A IGREJA LOCAL COOPERANDO NO REGRESSO DO
MISSIONÁRIO
1) Providenciando moradia e condução
O missionário, ao retornar, não tem casa em seu
país de origem. Deixou tudo para ir e se tornar um cidadão naquela nova
cultura. E agora? Quando retorna com sua família, irá morar onde? Alguns têm
família para ajudá-los, mas não é a realidade da grande maioria. A igreja
precisa ser sensível e atender a este período, com sabedoria. A condução também
é importante. Há sempre alguém que pode ajudar emprestando um carro, por certo
tempo.
2. Providenciando atendimento médico-odontológico
A partir do momento em que há necessidades nesta
área, cumpre a igreja a amabilidade de providenciar tudo. Muitas igrejas têm em
seu seio, médicos e dentistas. Estes profissionais podem ser desafiados a
participarem de tal empreendimento.
3. Providenciando descanso
Aqui quero fazer uma crítica construtiva
importante. A condição humana do missionário tem sido esquecida! Ele e sua
família precisam de momentos de lazer, momentos de recuperação física e
emocional. Imagine que um missionário tenha vindo de um país onde há guerra
civil. Na melhor das hipóteses as Agências enviadoras e as igrejas, irão querer
ouvir todas as experiências que teve ali. No entanto, a pessoa do missionário
precisa de restauração. Não podemos permitir que haja esta lacuna em sua vida.
Se perguntarmos a este batalhão de obreiros sobre como desejariam ser
recebidos, após um período de trabalho no campo, creio que muitos diriam: Como
gente! O grande grito têm sido: “Quero ser gente?”.
5.
Providenciando
a Agenda de Divulgação do Trabalho
A igreja enviadora tem por obrigação providenciar
uma agenda para o missionário, de maneira a fazer um trabalho sério e
estratégico. Onde falar, com quem conversar, que tipo de ministério deverá ser
priorizado? Isto a igreja enviadora deve responder.
6.
Reciclagem
Emocional e Espiritual
Talvez um psicólogo cristão poderá ser acionado,
para atender ao missionário, o atendimento pastoral deverá ser sistemático, e
reuniões de amigos verdadeiros poderão acontecer (nestas reuniões os corações
são abertos, as necessidades são explicitadas e as feridas saradas).
Os pastores e missionários são, via de regra,
pessoas solitárias. Não conseguem se abrir, porque não confiam ou não querem
expor se a pessoas que podem entender mal. Amizade verdadeira, desinteressada,
amorosa precisa ser desenvolvida.
7.
Personalização
diante da Igreja
Fazer o missionário conhecido, não só através do
púlpito e de suas histórias contadas na igreja, mas no dia-a-dia. Membros da
igreja poderão receber o missionário e sua família para um lanche, outros para
almoços, outros para jantares. A igreja viverá um pouco a vida do obreiro, e
sentir-se-á mais perto dele. Lembro-me de momentos em nossa igreja que, ao ler
a carta do missionário no culto, muitos choraram de saudade e amor. O
missionário não é uma mercadoria. O missionário é uma pessoa com todas as suas
características.
8.
Providenciar
para que o Missionário tenha oportunidades de falar à igreja.
A igreja tem muito o que aprender dos missionários. Paulo, o apóstolo,
escreveu a epístola aos Filipenses sob o impacto de missões. Ele explicou o
efeito de uma oferta, sua atitude em relação à mesma, e sua visão de cooperação
(veja Fp 4). A igreja deve ouvir não apenas as tristezas ou casos engraçados,
mas também estudos e pregações.
O missionário tem muito a
dizer de suas experiências com Deus e de uma teologia experimentada.
Não raras vezes temos
missionários que ficaram 3 ou 4 anos num campo missionário e recebem, num
determinado evento, 5 a 10 minutos para falar. Onde está nosso entendimento da
importância de missões? O missionário pode falar com pessoas de outra cultura,
mas não tem cultura para falar as nossas igrejas?
Lembro-me de uma Conferência Missionária que realizamos em nossa igreja. Resolveu-se trazer, como preletores apenas missionários. Foi um sucesso! Deus nos falou poderosamente, através de cada um deles. A igreja sentiu-se alimentada e desafiada. Houve demonstrações de amor da igreja para com eles, dádivas amorosas, maior entrosamento.
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