CHAMADO MISSIONÁRIO
O CHAMADO MISSIONÁRIO É PARA MIM?
"Tem
cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo
isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem."
I Timóteo 4:16
Esta
é, certamente, uma daquelas perguntas merecem atenção, deve ser feita, e
definitivamente, deve ser respondida. Encontramos o texto abaixo e decidimos
por compartilhar aqui neste BLOG, na expectativa de
glorificar o SENHOR e abençoar sua vida!
Ter um chamado
missionário é um grande privilégio, e na vida de muitas pessoas começa como uma
grande paixão. Querem ir e querem ir já, porque há tantos que se perdem.
Estudar muito seria uma perda de tempo.
Eu estou
totalmente convencida do contrário. A tarefa é urgente sim, mas isso não
significa que devemos ser imediatistas, nem que Deus tenha pressa. Deus se
preocupa muito em preparar seu servo da melhor maneira para que se torne
instrumento de bênção na hora própria.
A NECESSIDADE
DE CONFIRMAR A CONVICÇÃO DA VOCAÇÃO.
Não existe
chamado a Cristo para a salvação, nem chamado para o discipulado, para o
serviço, para a renúncia por amor a Cristo, em resposta grata ao Senhor que
sendo rico, santo, glorioso, por amor de nós se fez pobre, vulnerável, pecado.
Nesse sentido, o missionário não é diferente de qualquer outro cristão. O
Espírito Santo foi dado à igreja, e a todo cristão verdadeiro para nos fazer
testemunhas de Jesus Cristo (Atos
1:08). O que há então de especial no chamado missionário? Como posso
saber se eu fui chamado, se a outra pessoa foi chamada?
Até certo
ponto se trata de uma experiência subjetiva, no sentido de ser intensamente
pessoal, e íntima. Por outro lado,
precisa de confirmação objetiva, deve haver outros que reconheçam e apoiem esse
chamado.
Como a Bíblia
nos ajuda para saber se tenho chamado, e para onde ou o quê Deus está me
chamando?
Em primeiro
lugar mostra que não há 2 chamados iguais, cada pessoa foi chamada de uma
maneira especial, mas todos os chamados de Deus eram reconhecíveis e até certo
ponto reconhecidos pelos fiéis e obedientes:
• Abraão foi
chamado a abandonar sua família e terra e a peregrinar em terra desconhecida.
• Moisés
foi chamado quando não mais o desejava, e quando se sentia menos capacitado e
apesar de ter sido rejeitado pelo povo quando tentou ajudar.
• Davi,
quando não pensava em nada além de sua tarefa de cuidar das ovelhas do pai;
• Samuel,
quando era menino pequeno, consagrado pela mãe;
• Jeremias,
como jovem sensível e tímido;
• Isaías,
como pessoa marcada pela visão da glória de Deus;
• Neemias,
porque foi sensibilizado com o sofrimento do seu povo, foi chamado a deixar o
luxo e conforto da corte e a se identificar com um povo que vivia em
circunstâncias simples, difíceis, e muita insegurança;
• Amós
foi tirado de sua labuta no campo para levar a palavra de Deus ao reino do
Norte que vivia em plena rebelião contra o Senhor, adorando falsos deuses e
cometendo todo o tipo de injustiças sociais;
• Jonas,
que não tinha o menor interesse na salvação dos assírios, foi enviado e usado
por Deus para salvar a cidade que quer ver destruída;
• Pedro,
quando reconheceu ser um pecador indigno, e Deus foi quebrando sua inconstância
e seus preconceitos e tornando-o um instrumento para a salvação de muitos;
• Mateus,
trabalhando na desprezada coletoria;
• Paulo,
em plena tarefa de perseguir a igreja… Paulo o judeu extremamente zeloso e
defensor das suas tradições tornou-se o instrumento de Deus para escancarar a
porta da salvação para os gentios.
O que havia em
comum é que uma vez chamados, esses homens de Deus não podiam se calar, e
continuar seus caminhos como se nada tivesse havido. Nem todo o chamado é
para missões transculturais, mas toda igreja deve comprometer-se com essa
tarefa que Jesus lhe transmitiu.
QUALIDADES
BÁSICAS DO MISSIONÁRIO
Aquilo que
somos é mais importante do que aquilo que falamos ou fazemos. Deus procura um
relacionamento mútuo de amor com seus filhos redimidos. E é nossa maneira de
ser, de relacionar-nos com as pessoas que tornará nossa mensagem aceitável ou
não às pessoas. Por isso a qualificação essencial é que sejamos marcados pela
presença de Jesus em nossas vidas, que as pessoas reconheçam em nós o seu amor,
sua graça, sua verdade.
Para que isso
aconteça precisamos andar com Ele, estar como Ele, como foi o caso dos
primeiros discípulos. Permitir que sua vida cresça em nós, que comecemos a ver
o mundo e as pessoas com os olhos compassivos e justos dele.
A Bíblia tem
pouco a dizer sobre métodos missionários e muita ênfase na intimidade com Deus.
Que Deus nos
dê esse coração de procurar desenvolver a intimidade com Ele, muito mais do que
a eficiência ou a quantidade de nossas obras feitas para ele (Marcos
3:13 a 15; João
4:23; Êxodo 33 e 34:01
a 09). Moisés não aceitou a oferta da terra, e de um anjo poderoso
como guia protetor – recusou-se a dar mais um só passo se Deus não estivesse
pessoalmente com eles.
E quanto mais
intimidade alcançou, mais cresceu o seu desejo de uma intimidade mais profunda.
Se não desejamos aprofundar a intimidade com Deus é porque ainda sabemos muito
sobre Deus, mas conhecemos pouco a Ele.
O TREINAMENTO
MISSIONÁRIO
Quando Deus me
convenceu de que eu tinha um chamado para o ministério transcultural, através
de todo um processo, eu pedi: “Senhor, dai-me a oportunidade de receber
uma boa formação”. Naquela época (l979) ainda havia poucas opções no
Brasil, e comecei a fazer pesquisas, e fiquei convencida que o All Nations
Christian College seria o lugar indicado. Quase todos os alunos (de todos os
continentes) são profissionais, e todos os professores tem 5 anos ou mais de
experiência em ministério transcultural.
Realmente foi
uma experiência muito rica, que me deu não apenas uma boa base
bíblico-teológica, mas um excelente preparo para servir e trabalhar num
contexto transcultural. Como isso me valeu no campo, em Angola e Moçambique!
Não vou dizer
que não cometi erros ou enganos, mas eu tinha uma boa base até para superá-los
através do diálogo, e para procurar sempre entender e valorizar uma cultura
diferente da minha.
Em Angola eu
convivi com meus amigos missionários brasileiros, a maioria dos quais tinha uma
boa formação bíblico-teológica, (mas faltava qualquer preparo
transcultural). Sofriam muito, desnecessariamente, porque não tinham
sido preparados para esse confronto e integração a uma cultura diferente.
Alguns cometeram erros graves por essa falta de preparo. Fiquei convencida do
quanto é indispensável um treinamento apropriado, e fiz o meu mestrado com esse
objetivo, de me tornar um instrumento nas mãos de Deus para contribuir com o
preparo de outros missionários brasileiros.
Percebo que
muitos vocacionados tem pressa demais, e sempre procuro mostrar a importância
de um bom preparo, que dá muito mais fruto a médio e longo prazo. Esse preparo
inclui uma boa base bíblico-teológica, matérias missiológica (vida missionária,
contextualização, antropologia cultural, teologia bíblica de missão,
fenomenologia da religião e outras); e uma boa base de experiência prática –
ministério na igreja local, ministério com comunidades carentes, ministério
transcultural (em tribos, grupos étnicos minoritários, ou outros países
latinos): além de um preparo na vida devocional e na batalha espiritual, um bom
conhecimento pelo menos do inglês, e muitas vezes de outra(s) língua(s).
O preparo não
é algo diferente da própria vida missionária, o preparo já é vida missionária.
Se os queridos vocacionados e suas igrejas compreenderem isso, vai ser uma
grande ajuda.
Fonte: Texto escrito por Antonia Leonora Van der Meer, publicado em 2011, no site Sou da Promessa
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário, ele é muito importante para melhorarmos o nosso trabalho.
Obrigado pela visita, compartilhe e
Volte Sempre.