IGREJA X VOCACIONADO
CUIDE
BEM DO SEU VOCACIONADO
Se você for um líder de primeiro escalão em sua igreja local (pastor titular,
auxiliar, presbítero, evangelista, diácono, discipulador, professor ou função
correlata), e alguém o procurar dizendo que tem sido orientado por Deus a
servi-lo num tipo específico de ministério, sugiro, em dez itens, algumas linhas
de ação:
1.
Não jogue um balde de água fria. Ouça
o que ele tem a dizer, faça perguntas-chave, ore com ele e pergunte se pode
levar o assunto à liderança numa reunião específica, com vistas a conversarem
sobre a questão;
2.
Se sua igreja tem um programa
ministerial pré-determinado e o segue à risca e, de repente, surge um
vocacionado com uma ideia diferente de ministério, não se desespere, não tente
mudar o pensamento dele. Combine de orarem juntos por algum tempo, pedindo ao
Senhor que mostre a ambos sua perfeita vontade, e marque uma data para retomar
a conversa;
3.
Se um jovem o procurar dizendo que
tem sido incomodado por Deus no sentido de se preparar para ir ao campo
missionário, leve a sério o que ele diz. Não vá pensando que é fogo de palha.
Analise a vida dele na igreja. Verifique se é envolvido em ministérios locais.
Observe se é alguém que mantém uma vida devocional saudável. Procure saber como
é o relacionamento dele com os irmãos da igreja e com a família. Busque saber
como ele reage a orientações da liderança. De posse dessas informações,
confronte-o consigo mesmo, estabeleça algumas metas a curto prazo,
comprometa-se a orar com ele e por ele, e marque uma data para retomarem a
conversa.
4.
Se você tem um vocacionado em sua
igreja, está tranquilo quanto a encaminhá-lo para preparar-se adequadamente, e
não sabe o que fazer, busque informações sobre cursos de Capacitação
Missiológica. No Brasil temos vários! A própria APMT tem o CFM – Centro de
Formação Missiológica. Outras organizações oferecem treinamentos específicos
como, por exemplo, a JUVEP (sertanejos); a MEAB – Missão Evangélica Árabe do
Brasil; o CLM – Curso de Linguística e Missiologia da ALEM; dentre outros.
Todos esses têm ótimos currículos, já formaram dezenas de turmas e possuem um
corpo de professores e coordenadores de primeira linha.
5.
Se sua igreja já se decepcionou com
algum missionário, no passado, por qualquer razão, não tome isso como uma
regra. Não deixe que uma experiência ruim sufoque um futuro promissor.
6.
Se você é pastor, expulse de seu
pensamento a falsa ideia de que o fato de a igreja se envolver com um
missionário, seja em solo brasileiro ou fora dele, torne-se uma ameaça à sua
estabilidade financeira ou da igreja. Já me deparei com pastores que acham que
se a igreja começar a se envolver financeiramente com missões, isso pode
comprometer seus salários. Acha absurdo isso? Pois é. Não foram duas e nem três
vezes que já vi isso acontecer. Creia que o envolvimento com determinado
missionário, segundo a vontade de Deus, não implicará prejuízo para você. Se
foi o Senhor que chamou aquela pessoa para servi-lo, do seio da sua igreja
local, Ele mesmo preparou os recursos para isso.
7.
Um ponto importantíssimo é o preparo
bíblico-teológico. Como é que uma pessoa se propõe a pregar o evangelho, muitas
vezes em outra cultura, sem ao menos conhecer muito bem a Bíblia e ter boa base
teológica?
8.
Não coloque a arrecadação da igreja
como o fator definidor de envio. Se a arrecadação for baixa, mas há certeza
daquele chamado, ore, dê um passo de fé, envolva a comunidade local e envie seu
vocacionado para o preparo.
9.
Se sua igreja já está envolvida com
vários projetos missionários, na Europa, na África, na Ásia, nas Américas ou em
qualquer lugar, e surge um novo vocacionado, não venha com o discurso “nós já
temos muito missionários…”. Quando Deus chama alguém, Ele não quer que você
inviabilize a ida daquela pessoa porque há outras atuando em missões. Como
dizia um tio do meu marido, “Cada indivíduo é uma criatura!” Trate o caso
individualmente e peça a Deus que dê as condições necessárias para que aquele
vocacionado prossiga na jornada que Ele mesmo estabeleceu.
10.
Se o vocacionado, no passado,
frustrou a liderança da igreja com algum proceder inadequado, não o descarte
como lixo! Ouça o que tem a dizer. Orem juntos. Observe sua nova vida. Dê-lhe a
mão e o levante, assim como Barnabé fez com Marcos. Não risque o nome daquela
pessoa do caderninho missionário da igreja! Um ministério extremamente profícuo
e bem sucedido pode estar por vir.
É claro que o
assunto não se esgota nesta página. Não me propus a preparar um compêndio sobre
essas questões. O importante mesmo é que jamais eu ou você sejamos acusados de
sufocar um vocacionado, por desinformação, medo, falta de fé ou desobediência
declarada. Afinal, naquele dia, eu prestarei contas a Jesus do que fiz e do que
não fiz, e você também.
Mônica Mesquita
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