SUSTENTO MISSIONÁRIO - PARTE DOIS
MISSIONÁRIO SÓ COME NO CAMPO?
Trabalhar numa Base Missionária tem
vantagens e desvantagens. A gente vê de tudo. Já me deparei com as mais
diversas situações. Algumas enriquecedoras, outras bem inacreditáveis.
Há pessoas e
igrejas que parecem pensar que “missionário só come no campo”. Creio que é hora
de acordar para essa questão.
Missionário faz mercado. Faz feira. Vai ao açougue, à
padaria. Missionário paga aluguel, IPTU e condomínio. Missionário paga conta de
luz, de água, carrega celular. Missionário paga para ter acesso à Internet. Missionário
recolhe INSS, paga Imposto de Renda. Missionário entrega dízimo e faz oferta.
Missionário compra remédio e precisa de médico e de dentista de vez em quando.
Missionário tem que pagar taxas bancárias. Missionário paga colégio de filho,
uniforme e material escolar. Tem que abastecer o carro, pagar passagem de
ônibus e de metrô. Missionário tem uma vida material, além da espiritual.
Missionário é GENTE.
O problema é que há pessoas (e igrejas) que pensam
que toda essa dinâmica NORMAL da vida de qualquer um só vai entrar em ação
quando o missionário estiver “no campo”, ou seja, enquanto ele está em fase de
preparação, de cumprimento dos pré-requisitos exigidos pela organização
missionária, ou quando ele volta do campo para descanso, divulgação, reciclagem
ou tratamento de saúde, ele fica numa espécie de limbo. É como se o
missionário, fora do campo, estivesse acima do bem e do mal. Num êxtase. Num
estado criogênico. Pura lenda.
Na minha coleção de experiências vividas numa base
missionária, já ouvi coisas de arrepiar: “Ah, o missionário fulano está aqui no
Brasil, né?” “Sim, Sim, ele veio inesperadamente porque contraiu uma grave
infecção na arcada dentária, que fez com que todos os seus dentes ficassem
moles e precisa de atendimento e tratamento urgentes.” “Ah coitado… mas é que
eu gostaria de informar que a nossa igreja suspendeu o envio das ofertas
enquanto ele estiver aqui no Brasil, mas quando ele voltar pro campo a gente
vai retornar, certo?” Fiquei com náuseas.
Outra situação recorrente e clássica diz respeito ao
missionário que está em fase de saída para o campo, visita um monte de igrejas,
prega, apresenta o projeto, serve aos irmãos com seus dons e na hora de ir
embora ouve: “OLHA, ASSIM QUE VOCÊ CHEGAR AO CAMPO A GENTE COMEÇA A ENVIAR
OFERTA TÁ?”. Mais náuseas.
Afinal, quando é que a Igreja vai acordar? Seu papel
de ir e fazer discípulos de todas as nações só começa no dia em que o
missionário põe – literalmente – o pé no campo?
Será que até que
ele chegue lá algumas coisas não precisam acontecer? Será que no período em que
ele retorna temporariamente a sua terra natal ele deixa de ser missionário?
Será que você já parou para pensar nisso?
Bom, antes tarde do que nunca. Caso nunca tenha
pensado, agora é a hora. É possível que você consiga mudar a sua postura em
relação a essa questão. De fato, não é tarefa difícil.
É só você se
fazer uma simples pergunta: “Será que o missionário só come no campo?” Espero,
sinceramente, que você encontre a resposta certa.
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Colunista: Mônica Mesquita
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