POVOS NÃO ALCANÇADOS - DEFINIÇÕES

 


QUEM SÃO OS POVOS NÃO ALCANÇADOS?

Por: Ana Maria Costa e Danilo Duarte Costa e Silva

 


Com o crescimento do acesso a informação em seus mais diversos aspectos e formas (internet, mídias sociais, telefonia celular, televisão a cabo, etc.…), pensar em alguém que nunca ouviu a mensagem do evangelho do Senhor Jesus pode parecer algo muito estranho ou, no mínimo, esquisito para quem vive no século 21 marcado por uma facilidade de comunicação nunca antes vivida na história da humanidade.

Hoje, em apenas alguns segundos, alguém que não tem um mínimo interesse pela pessoa de Jesus pode encontrar quem foi Jesus, bem como detalhes aproximados de sua vida, mensagem, cultura e aspectos geográficos da Sua época, a partir de um simples clique e isto em muitas línguas distintas.

Diante desses fatos, contudo, para além do mundo globalizado e informatizado que vivemos, basta uma simples viagem de curto prazo (Short-term Mission) em uma nação africana para perceber que esta realidade não é bem assim.

Neste sentido, há poucos anos atrás, em um viagem simples que fizemos a um interior de uma nação africana (com um certo desenvolvimento e acesso a tais mídias citadas anteriormente), tivemos algumas surpresas que nos deixaram perplexos, pois  embora conhecessem bem a “Coca-Cola”, conhecessem bem a vida do jogador de futebol português, Cristiano Ronaldo, conhecessem bem como personagens presentes no mundo globalizado vivem, e até os seus discursos, contudo havia uma considerável falta de informação de quem ao certo era Jesus de Nazaré e, neste sentido, o conhecimento de quem foi Jesus era algo impressionantemente aquém do que poderíamos imaginar.

DEFINIÇÕES HISTÓRICAS DE POVOS NÃO ALCANÇADOS

Antes de nos aprofundarmos em relação à questão da realidade, gostaríamos de apresentar o que são os povos não alcançados (conhecidos pela sigla PNAs) e como são suas características.

Para Datema (2016) a conceituação tem sua origem, dentre outros autores, com o trabalho do missiólogo Barrett (em 1968), seguido por uma série de definições (quadro a seguir), cada uma com suas particularidades e visando, por fim, apresentar algo mais adequado para a realidade.



Asconceituações acima apresentadas por Datema (2016) refletem um pouco que a tarefa de definição de um povo não alcançado é incumbência um tanto árdua, uma vez que, dependendo de quem formulou (e do fim) tem sido diferenciada. Dessa forma, é preciso entender melhor as características de como se define um povo não alcançado e diferenciar de outras elaboradas com diversos fins.

CRITÉRIOS PARA DEFINIR UM POVO

Para entender melhor como se processa esta diferenciação do que são povos não alcançados, o passo inicial é entender como classificar “um povo”, ou seja, quais critérios definem o que é um povo, e a partir disto poder elaborar estatísticas de quantos povos existem e quantos destes ainda não foram alcançados. Logo, diante desta realidade é interessante observar com cautela o quadro a seguir desenvolvido para fins missiológicos pelo então renomado missiólogo Ralph Winter (pouco antes do seu falecimento), juntamente com o Bruce Koch (WINTER E KOCH, 2002). Neste quadro os autores colocaram lado a lado um breve resumo de algumas características que devem estar presentes no entendimento do que seja um povo.



Fonte: elaborado pelo autor (2017)

Na tabela acima, portanto, para entender o que é um povo, os autores separaram em quatro tipos básicos:

a) blocos culturais;

b) povos etnolinguísticos;

c) povos unimax; e

d) sociopovos.

A primeira categoria de pessoas conhecido como “blocos culturais” são formados pelas grandes categorias de povos que o mundo é formado, ou seja, pelos 8 maiores blocos culturais (tipo mulçumanos, judeus etc.). E esta classificação serve para quem deseja estabelecer um olhar global sobre o mundo, contudo sem maiores aprofundamentos.

Uma segunda categoria de povos apresentados são os chamados “povos etnolinguísticos” formados a partir de um conglomerado de vários povos menores (e com características distintas).

Aqui suas principais características são ter uma língua distinta de outro povo e diferenças étnicas. É interessante lembrar que para o estabelecimento deste grupo de povos etnolinguísticos, o ponto de partida é identificar se aquele grupo tem uma língua distinta, e uma vez tendo, o passo seguinte serão os aspectos étnicos.

Uma terceira categoria de povos são os “povos unimax” e neste sentido eles têm como característica o que se observa geralmente ao visitar pequenas comunidades, onde a rede de famílias forma a estrutura social local e fornece uma identidade. Não é incomum observar que, o conjunto de povos unimax forma um conglomerado de povos que por sua vez formam os povos etnolinguísticos.

A quarta e última categoria, apresentada aqui como “sociopovos”, são classificações de povos a partir de determinadas culturas, por vezes urbanas, criadas a partir de critérios de afinidade e outros. Aqui podemos destacar a classe de grupos de associados como taxistas, jovens suburbanos formando grupos “underground”, redes de skatistas etc.

Comentários

POSTAGEM MAIS VISITADA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA

ESQUECERAM DE MIM...

ANTROPOLOGIA CULTURAL