PREPARANDO AQUELE QUE VAI PARA O CAMPO
POR QUE O PREPARO FAZ DIFERENÇA NA OBRA
MISSIONÁRIA
Por: Timóteo Bachmann e Anita Ribeiro
O missionário Timóteo Bachmann
fala sobre sua experiência com o preparo missionário, bem como a importância de
capacitar o obreiro para o trabalho que vai desenvolver, além dos riscos de
pular essa etapa indispensável à obra missionária. Confira o texto:
Pensando em viajar? Você toparia
tomar um voo com alguém que estudou pilotagem no YouTube, e não completou as
horas de voo?
Precisando fazer uma cirurgia?
Que tal submeter-se a uma cirurgia com alguém que fez apenas metade do curso de
medicina?
Mas, pensando bem, se não
aceitamos embarcar num voo com alguém não capacitado, será que deveríamos
apoiar alguém que deseja servir a Deus sem o preparo necessário?
Da mesma forma que ninguém com
juízo aceitaria ser operado por alguém despreparado, assim também nenhum pastor
ou líder de agência missionária deveria incentivar o envio de alguém ao campo
sem o devido preparo.
Isso porque essa pessoa estaria sendo autorizada a exercer um
trabalho que só pode ser feito por quem tem capacitação e reconhecimento por
parte da liderança da igreja. Na prática, isso muitas vezes se torna uma
autorização para fazer estragos, porque é a coisa mais provável de acontecer.
O apóstolo Paulo escrevendo sua primeira carta a Timóteo
(3:10) chega a instruí-lo a certificar-se que os diáconos sejam
avaliados. E que sejam encomendados à obra somente se forem aprovados. Assim
também as outras recomendações de Paulo quanto a obreiros, como em Tito 1,
transbordam de cuidados em aprovar obreiros, e a observar vários fatores que
fazem parte da sua capacitação para exercer o ministério.
Será que por alguma razão os
obreiros da idade moderna estão isentos dos critérios sagrados estabelecidos
por nosso Deus para exercer o ministério? Será que os missionários
transculturais de hoje estariam isentos da necessidade de preparo completo e
adequado só porque “os povos estão morrendo sem Cristo”?
Será que pode existir algum fator ou princípio que seja superior
ao padrão deixado por Deus para os Seus obreiros em Sua Palavra, que dispense o
devido preparo de obreiros para a Sua Seara?
Agora, se concordamos que estes
obreiros obtenham o preparo adequado e necessário para o ministério específico
que vão exercer, será que vamos concordar que não necessitam renovar e atualizar
seus conhecimentos e capacitação com o passar do tempo? Se dissermos que não,
deveríamos aceitar a oportunidade de embarcar num voo com um piloto veterano,
experiente, mas que nunca fez nenhum treinamento de atualização. Seria como
aceitar fazer uma cirurgia com um médico que nunca participou de congressos de
medicina e ficou por décadas sem ler informativo algum de sua área.
Quando fui agraciado com a bolsa
para o mestrado e comecei a ter aulas e tarefas escolares depois de tantos
anos, senti-me como um papagaio velho, que já não consegue aprender palavras
novas! Mas Deus me deu graça e coragem de persistir! Várias vezes lutei
contra o desânimo devido à intensidade dos estudos e às altas exigências
nas monografias, mas persisti porque sabia da necessidade de termos ferramentas
para o trabalho e da importância de estarmos sempre abertos para aprender mais.
Fui ensinado que um servo de Deus precisa ser ensinável e consciente da
necessidade de crescer sempre no conhecimento dÊle, em Sua Palavra, e nas
habilidades que Ele mesmo requer de nós – 2
Timóteo 3.16,17 – ser apto e preparado para toda boa obra!
Que experiência maravilhosa foi,
agora em junho do corrente ano, esse papagaio velho, depois de formado, ter
mais uma oportunidade de aprender outras palavras novas! E ainda mais sendo
através de uma missionária inglesa, Dra. Katy Barnwell, que começou a trabalhar
na Nigéria em 1950 e que, até hoje, fala com tanta humildade da necessidade
dela mesmo aprender mais! É mais um software de tradução bíblica, é mais grego
e hebraico! Imagina! Ela com essa idade e experiência toda, diante dos nossos
olhos lutando no laptop para aprender mais! Que inspiração! Que exemplo! Que
modelo de vida!
Dra. Katy Barnwell, que Deus nos
dê muitos anos de vida e ministério como Ele te deu, sempre aprendendo mais e
sendo-lhe cada vez mais útil!
Claro que o missionário Timóteo e
nós não estamos defendendo um academicismo frio, ou
um intelectualismo vaidoso. A ênfase é no preparo bíblico, espiritual e prático
para servir bem no ministério e cooperar com o avanço da obra missionária. Esse
preparo deve ser continuado para produzir crescimento ministerial, para
fomentar corações ensináveis e para expandir o trabalho. Outro benefício do
preparo continuado é que ele gera conhecimento para capacitar a nova geração a
ir mais além no cumprimento da Grande Comissão.
Preparar-se bem e continuadamente
para o campo missionário é uma forma de viver o seu chamado, e zelar da obra
que Deus lhe confiou.
“dedique-se à leitura pública das Escrituras, à exortação, ao ensino. Não seja negligente para com o dom que você recebeu, o qual lhe foi dado mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medite estas coisas e dedique-se a elas, para que o seu progresso seja visto por todos. Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem.” 1 Timóteo 4.13–16
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