CHOQUE CULTURAL
CURIOSIDADES SOBRE A TRIBO MASSAI
DA TANZANIA E QUENIA
DA TANZANIA E QUENIA
Os massai são um grupo étnico africano
de seminômades, localizado no Quênia e no norte da Tanzânia. É um povo
orgulhoso e indomável, composto por pastores e guerreiros, que tem muito
orgulho de suas tradições. Seus ancestrais vieram do Egito. Essa gente já
chegou a ser extremamente temida. Sua beleza negra é conhecida, assim como as
roupas tingidas em tons de vermelho e o andar majestoso. A classe social de um
massai é determinada pelo número de vacas e cabras pertencentes à família.
Os homens massai não beijam suas
companheiras. A boca é feita apenas para comer e o ato de usá-la além dessa
finalidade é tido como algo terrível. Também não comem junto ou à vista de
mulheres. Nenhum guerreiro poderá comer qualquer coisa, que tenha sido tocada
por uma mulher. Na presença delas só se pode tomar chá (chai). Tampouco suas
mulheres podem lhes perguntar aonde vão, pois isso é problema deles. Elas devem
ficar junto aos filhos, enquanto eles se agregam à companhia de outros homens
de igual posição.
Quando se mata um animal, certas partes
do corpo não podem ser comidas pelos homens, mas destinadas às mulheres. O
animal é morto por sufocamento, pois o sangue não pode correr antes de sua
morte. Fazem um corte no pescoço do bichinho, puxam o couro e sorvem o sangue
em grandes goles, ainda no matadouro.
Leite e carne são o principal alimento
do povo massai, que acredita que, se os dois forem ingeridos juntos, a rês que
deu o leite poderá adoecer ou até morrer. Mas misturar leite com sangue não faz
mal. O sangue bebido só pode ser do próprio gado. Para sua obtenção diária,
eles colocam uma fina corda ao redor do pescoço do animal, que é torcida até
que a veia jugular fique bem elevada. Uma flecha é atirada para perfurá-la.
Coleta-se o sangue num recipiente de madeira. A seguir o local é tratado com
esterco.
Os guerreiros massai usam os cabelos
pintados de ocra vermelha e gordura de carneiro, cheios de trancinhas. As
mulheres raspam a cabeça e pintam-nas com a mesma mistura, mas só em época de
festa. Os guerreiros são avessos ao trabalho, principalmente os que são feitos
por mulheres, tais como pegar água, apanhar lenha ou lavar roupa. Acham que é
uma função desprezível.
Enquanto não são casados os homens
massai vivem de um lugar para outro, não possuindo morada fixa. Só as mães
sabem onde eles se encontram. Um massai pode se casar com quantas mulheres
quiser desde que consiga alimentá-las, não importando a idade. As mulheres só
podem se casar uma vez. Eles desejam muitos filhos, pois sem eles “um homem não
tem valor”.
Todos os guerreiros massai possuem uma
namorada, que é presenteada com enfeites, para que fique o mais bonita
possível, para quando se casar. Porém, um guerreiro não poderá se casar com a
namorada de tantos anos. Podem praticar o amor livre até um dia antes de ela se
casar com outro, quando é vendida pelos pais. Ela só fica conhecendo o marido
no dia do casamento. Se o guerreiro massai conviver com outra mulher, antes do
casamento da namorada, será terrível para ela, pois perde o seu valor de venda.
Os massai mascam mirra. Assentam-se no
chão, descascam os talos de tal planta que, depois de mastigados, são cuspidos
fora. Não podem fazer uso de bebida alcoólica, proibição que nem sempre é
cumprida. Laibon é o líder espiritual que atua como intermediário entre seu
povo e o deus "Enkai/Engai". É também a fonte de conhecimento sobre
as ervas e poder decisório da tribo.
Uma festa de casamento começa com a
circuncisão da noiva, que consiste na extirpação do clitóris. A justificativa é
de que, se não fizer a circuncisão, a noiva não será uma mulher de verdade e
não dará a seu homem filhos saudáveis. Durante a festa, todos dançam, mas em
grupos separados de meninos, mulheres e guerreiros.
Depois do casamento, o guerreiro não
mais poderá morar na casa da mãe. É preciso construir sua própria maniata.
Primeiro seu contorno é marcado com troncos grossos, entrelaçados com galhos de
salgueiro-chorão. O reboco é feito com esterco de vaca e barro, que seca
rapidamente, devido o calor, ficando inodoro e duro como pedra. As mulheres
usam as mãos para a construção. As maniatas são dispostas em círculos, de modo
que, à noite, os rebanhos ficam no centro, protegidos dos animais selvagens.
Em volta da maniata é permitido fazer
xixi, pois a areia suga o líquido, mas o restante das necessidades fisiológicas
não deve ser feito ali. As mulheres urinam de pé, enquanto os homens
acocoram-se. Quem desobedecer às regras da comunidade deverá oferecer uma cabra
ao vizinho e mudar do local, fato que redundaria numa grande desonra.
Entre os massai o choro só é permitido,
quando alguém morre. Quando a primeira neta, rebento do filho mais velho nasce
e completa certa idade, ela passa a pertencer à avó e tem o compromisso de
ajudá-la na terceira idade, buscando lenha, água, etc.
Os massai não conhecem calendário. Tudo
gira em torno da lua. São muito supersticiosos. Acreditam que se uma mulher
grávida tiver relações com um homem, o filho nascerá com o nariz entupido. Se
um pai tiver dúvidas quanto à origem de um bebê, a criança é colocada no centro
do portão, por onde o gado passa durante a noite. Se for pisoteado até a morte,
será considerada como um filho bastardo. A doença é vista como uma maldição,
usada por alguém para matar o outro. Ser tocado ou cuspido por um idoso, muitas
vezes, pode significar que esse está passando uma maldição para a pessoa. Outro
mal é ver uma língua preta. Cuspir na palma da mão, antes de dar a mão, num
cumprimento, é sinal de uma amizade especial. A avó abençoa o recém-nascido
enchendo-lhe as solas dos pés, as palmas das mãos e a testa de cuspe, enquanto
reza para Enkai. Nas primeiras semanas o bebê não pode ser visto, a não ser por
pessoas autorizadas. E não se deve dizer que é bonito, para não ser vítima de
azar. Quando os bebês sujam as cangas, eles são retirados delas e limpos a
seco. A seguir a mãe cospe na bunda desse e esfrega com a mão. Por sua vez, as
cangas são esvaziadas e esfregadas na areia até que fiquem secas.
Fonte de Pesquisa:
O livro A Massai Branca (já há o
filme com o mesmo nome)
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