OFERTA MISSIONÁRIA
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A
IMPORTÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO MISSIONÁRIA
Não
há muita necessidade em se demonstrar biblicamente que a obra missionária
necessita do amor e contribuição dos irmãos cristãos para continuar atuando
neste mundo.
Basta
olharmos para o ministério de Cristo que sempre foi ajudado por diversas
pessoas, principalmente mulheres piedosas que o auxiliavam de diversas
maneiras.
Do
mesmo modo o ministério dos apóstolos seguiu o mesmo caminho, e, principalmente
o apóstolo Paulo que disse ter recebido ofertas para que continuasse seu
ministério.
No
entanto, desde os tempos bíblicos vemos também pessoas que não se dispõem a
contribuir com o sustento daqueles que tudo deixam para levar o evangelho, um
caso bem conhecido é da igreja de Corinto que não se envolveu em ajudar
Paulo.
Há
quem diga que missões não depende de dinheiro, mas da graça e poder de Deus. E
estes não estão totalmente equivocados. A missão, ou missio Dei (corretamente
compreendida), é, antes de ser missão da igreja, missão de Deus e feita pelo
próprio Deus.
A
igreja neste mundo é apenas um canal para que o evangelho seja levado por Deus
aos perdidos. Deus não precisava da igreja para tal, mas ele escolheu e
decretou para que seja assim.
Segundo
Analzira Nascimento (2015, p. 123 – acréscimo nosso), “pensar a missão a partir
da Missio Dei (nos mostra que) o protagonista da missão não é mais a agência
missionária, ou a igreja local ou o missionário, mas o próprio Deus”.
Se
entendermos a igreja como um organismo e canal vivo por meio do qual Deus leva
o evangelho aos demais seres humanos temos que reconhecer que esta estrutura é
frágil e depende constantemente de cuidados humanos, e é aqui que temos de
aceitar o chamado de Deus para a igreja de cuidar dos domésticos da fé, isto é,
dos necessitados entre nós, dos quais podemos destacar facilmente os missionários
em atividade, seja no Brasil ou fora deste.
De
acordo com Engen (1996, p. 111-143) a igreja é a comunidade dos membros de
Cristo, e Ele quem a sustenta por meio do amor comunitário que Ele mesmo
estabelece nela, e por isso os cristãos devem sempre ter em consideração que a
comunidade é mais importante do que a organização e estrutura, de tal modo que
todo os esforços da comunidade devem ser sempre em manter a comunhão e
participarem das dores, alegrias e tristezas uns dos outros, pois apenas desse
modo será possível que a igreja dissemine o conhecimento do Reino de Deus, e
assim cumpra sua missão.
Uma
igreja que não cuida de seus missionários no campo está bem próxima da
realidade daqueles que faziam parte da igreja de Corinto, os quais são chamados
pelo apóstolo de crianças e carnais.
João
Wesley, sobre como o cristão deve se comportar com o dinheiro, deixou claro que
Deus é a fonte de todo o recurso cristão, porém, Deus entregou estes recursos
para que cada um compreendesse a vontade dele e cuidassem dos necessitados,
principalmente e primeiramente aqueles que compõem a família da fé, e como
mordomos é responsabilidade nossa entender isso e não lutarmos contra a vontade
do Pai.
Porém,
mesmo reconhecendo que a igreja é um corpo, a ação de contribuir para o
sustento missionário é uma disposição individual gerada em cada um pela ação do
Espírito Santo e assumida interiormente como importante e indispensável, e, por
fim ser praticada deliberadamente e sem qualquer pretensão de retribuição, pois
não há nada que garanta bênçãos por se ajudar a obra missionária, mas o que o
faz, com certeza, é um abençoador.
Como
disse, se envolver com a contribuição missionária é algo que o Espírito Santo
constrange alguém a fazê-lo, porém, fazer é algo a que o indivíduo se presta, e
se não o faz está a resistir a ação de Deus.
Assim,
antes de negligenciarmos esta maravilhosa maneira de sermos benção na vida de
outrem tomemos conhecimento das necessidades que estes enfrentam:
1. Há missionários impossibilitados de trabalhar Há muitos países em que a perseguição aos cristãos é intensa, ali
os missionários estão constantemente mudando de um lugar para outro, e até
escondidos, falando do evangelho o máximo que conseguem em suas breves
oportunidades, isso deixa estes missionários em um nível especial de
necessitados, visto que é impossível para eles buscarem qualquer meio para
conseguirem sustento a si mesmos.
Porém,
há missionários que não fazem parte das áreas de grande perseguição aos
cristãos, no entanto, estes se afadigam em diversos trabalhos no campo
missionário, seja por meio do trabalho da própria missão ou mesmo por estarem
em algum lugar em que a pobreza é elevada.
Temos
que levar em consideração que o missionário se preparou e foi para determinado
lugar, mesmo no país, não com o intuito de trabalhar “secularmente”, mas em
fazer a obra de Deus.
Mesmo
missionários que tenham algum trabalho que lhe traga alguma renda, é importante
que a igreja esteja sempre ciente de que eventuais problemas econômicos podem
ocorrer, e a prioridade é manter o missionário no campo para que continue a
obra proposta.
2. Há missionários sem qualificações profissionais Aqui é importante termos em mente que não se trata de alguém que
por não ter mais o que fazer na vida e por não conseguir algo mais importante
acabou se tornando missionário.
Existem
pessoas que dedicaram a vida toda à obra missionária, e muitas destas até
deixaram grandes oportunidades de serem bem sucedidas financeiramente a fim de
cumprirem a missio Dei.
A
igreja precisa olhar para essas pessoas como verdadeiras abnegadas e se
responsabilizar por elas, pois estas dedicaram a vida à mensagem do evangelho,
e por isso não sabem fazer outra coisa senão IR e INDO cumprir a vontade de
Deus. Elas são verdadeiros exemplos.
3. Há missionários doentes ou deficientes Se
cumprir a missão não é fácil para alguém que tenha uma boa saúde, imaginemos
para aqueles que possuem alguma deficiência física (ou mental) ou mesmo algum
problema sério de saúde.
É
possível até que algumas pessoas tenham aproveitado a condição deficiente para
irem ao campo missionário e cumprirem a vontade de Deus. Eles podem ser
deficientes para as atribuições mundanas, mas são eficientes para o Reino de
Deus, e a igreja tem a responsabilidade de cuidar destes irmãos e irmãs que não
se resignaram atrás de seus problemas.
4. Missionários são pobres, geralmente em meio a pessoas pobres Não vou desconsiderar que haja verdadeiros missionários em países
ricos, e estes são necessários.
Porém,
a maioria dos missionários honestos estão em lugares de extrema pobreza, e eles
mesmos são pobres, e ainda deixaram o pouco que tinham para trás. Em muitos
casos eles são os únicos cristãos da família, por isso não recebem ajuda alguma
destes.
Desse
modo é importante como igreja prestarmos auxílio e cuidado para com estes, para
que eles tenham o sustento mínimo para poderem ajudar os necessitados dali onde
estão e os conduzirem à fé, sem que tenham que se preocupar que seus filhos
estejam passando fome, por exemplo.
Depois
vermos algumas necessidades que os missionários enfrentam, precisamos pensar os
motivos de termos como principal importância o sustento dos missionários:
- Cumprir a Missio Dei;
- amar o próximo e cuidar dos domésticos da fé;
- sustentar aqueles que se afadigam no ministério;
- sermos representantes da igreja neste mundo por meio daqueles que
se dispõem a ir;
- não permitirmos que o evangelho seja envergonhado por não cuidarmos
nem dos nossos;
- sermos luz e exemplo de fé e amor para os não cristãos;
- entendermos que somos um corpo e co-responsáveis uns pelos outros;
- termos o evangelho como prioridade para todo o mundo e o mundo
todo.
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REFERÊNCIAS
ENGEN, Charles van. Povo missionário, povo de Deus: por
uma redefinição do papel da igreja local. São Paulo: Vida Nova, 1996.
NASCIMENTO, Analzira. Evangelização ou colonização: o risco
de fazer missão sem se importar com o outro.Viçosa, MG: Ultimato,
2015.
WESLEY, João. Sobre o dinheiro. in: O exemplo de João Wesley acerca do uso do dinheiro. Disponível
em: https://goo.gl/wHE4LS Soli Deo Gloria .
Paulo Freitas pensarteologia@gmail.com parenteses.net
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