CYNTHIA FARRAR E BETSY STOCKTON


As missionárias que abriram caminho para missionárias solteiras

A primeira mulher solteira americana (não era viúva) a servir como issionária no estrangeiro foi Betsy Stockton, mulher negra e ex-escrava, que foi para o Havaí, em 1823. Certa de que Deus a chamara para o servir como missionária no exterior, ela candidatou-se ao cargo na Junta Americana e os diretores concordaram em enviá-la para o estrangeiro – mas apenas como empregada doméstica de um casal missionário.

Apesar de sua posição inferior, ela foi considerada "apta para ensinar" e lhe permitiram dirgir uma escola.

Mais tarde, pouco depois de 1820, em resposta a uma solicitação para uma professora solteira, Cynthia Farrar, nativa de New Hampshire, viajou para Bombaim, onde serviu fielmente durante 34 anos na Missão Marathi.

Embora algumas mulheres solteiras obtivessem o patrocínio de juntas missionárias estabelecidas nas primeiras décadas do século XIX, a discriminação enfrentada por elas criou um novo conceito de apoio missionário no estrangeiro: a "agência feminina".

Mas por que tantas mulheres solteiras? O que as motivaria a deixar a segurança de suas famílias e suas pátrias para uma vida de solidão, dificuldades e sacrifícios?

As missões no estrangeiro atraíam as mulheres por uma variedade de razões, mas uma das mais óbvias era o fato de haver poucas oportunidades para o seu envolvimento num ministério de tempo integral em seu país.

Uma vez no campo, as missionárias solteiras tinham oportunidades únicas para o ministério, vedadas aos homens. Em algumas áreas do mundo, foi só através do trabalho feminino que o evangelho superou as barreiras culturais e religiosas estabelecidas (embora deva ser ressaltado que em outras regiões o trabalho feminino teve pouco impacto até que os homens foram conquistados).

As solteiras estavam também livres das responsabilidades domésticas que pertubavam tanto o ministério de seus colegas casados dos sexos masculino e feminino.

Ao referir-se a essa liberdade, H. A. Tupper, secretário da Junta Batista do Sul para Missões no Estrangeiro escreveu a Lottie Moon em 1879: "Acredito que uma mulher solteira na China vale por dois homens casados".

Mas juntamente com essa liberdade sempre havia solidão e depressão, enfermidades das quais poucas missionárias solteiras escaparam.

As mulheres se distinguiram em quase todos os aspectos do trabalho missionário, mas os campos da medicina, educação e tradução foram particularmente afetatados pela sua perícia.

Outra peculiaridade das mulheres nas missões relaciona-se mais com a sua apreciação do ministério do que o ministério em si.

As mulheres de maneira geral, achavam mais fácil adimitir suas fraquezas e vulnerabilidades e apresentar um quadro mais verdadeiro da vida de um missionário "super-santo". Sua honesta pesquisa de alma e admissão de faltas e fracassos lançou luz sobre uma profissão que ficou muitas vezes envolta em mistério.

São assim as Lottie Moon, as Maude Cary e as Helen Roseveare que fornecem ao estudioso alguns dos melhores esclarecimentos sobre as realidades das missões modernas.


Cynthia Farrar foi a primeira missionária americana solteira a fazer missões fora do país. Apesar da resistência das agencias americanas em enviar mulheres sozinhas para a missão, Farrar foi escolhida e enviada para a India por causa de sua excelência em ensinar.
Ela deixou os Estados Unidos em 1827 e passou 34 anos em Bombay fundando e consolidando uma escola para meninas que acolheu 400 alunas já em seus primeiros 2 anos.
Naquela época, a maioria dos pais indianos não queria que suas filhas estudassem, mas mesmo assim Farrar conseguiu criar novas escolas e lotá-las com meninas que tinham o desejo de estudar.
Farrar era filha de Finéias Farrar, um fazendeiro, e Abigail Stone. Aos 15 anos, ingressou na Igreja Congregacional em Marborough, New Hampshire. 
Ensinou em Marlborough e Boston, Massachusetts.

Farrar é frequentemente citada como a primeira mulher solteira americana a ser enviada para o exterior como missionária. [4] Na verdade, ela foi precedida por Charlotte White na Índia e Betsey Stockton no Havaí, mas Farrar foi a primeira mulher americana solteira a ser recrutada como missionária por suas habilidades e qualificações e a primeira a passar a maior parte de sua vida como missionária.
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Fonte: Tucker, Ruth. "…Até aos confins da Terra.": uma história biográfica das missões cristãs. 2ª ed, São Paulo: Vida Nova, 1996.




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