COMO INTERAGIR COM O POVO A SER ALCANÇADO

 



O MISSIONARIO E SEU RELACIONAMENTO COM OS   NACIONAIS

 

Tendo em vista um ministério transcultural, faz-se imprescindível um prévio conhecimento da cultura do povo ao qual o missionário pretende servir. Leituras, quando possível contacto com a nova cultura e preparo transcultural nas áreas de antropologia missionária e comunicação transcultural devem ser realizados antes da chegada ao campo. 

Quando já no campo, um período de busca de conhecimento e compreensão da nova cultura, deve anteceder um engajamento pleno no trabalho missionário. Neste processo, a ajuda e orientação de missionários mais antigos no campo deve ser de imensa valia. Os erros dos últimos podem servir de bússola direcionadora aos novos missionários. 

O novo missionário deve desenvolver a capacidade para distinguir o que é cultural (a sua própria cultura), o evangelho, e a cultura local com seus costumes e tradições. 

A proximidade com os irmãos nacionais, tanto residindo próximo a eles, quanto cultivando amizades sólidas é o caminho correto para conhecer a sua cultura, a riqueza de sua fé, e a maneira certa de se comportar no campo. Tal atitude não exclui a liberdade de ter amigos missionários e outros que Deus poderá enviar ao longo do ministério. Entretanto o missionário precisa desfazer as malas e adotar o máximo possível a cultura e o estilo de vida dos nacionais, o que demonstrará amor e respeito, e propiciará mais e mais abertura para servir a Cristo ao lado deles. 

Ser missionário transcultural implica ouvir e aprender, e isto num processo continuo de serviço abnegado, acertos e erros, correções e a humildade para perdoar e pedir perdão. O missionário deve ter em mente sempre que ele veio para servir e não para dominar e julgar. 

A ordem de fazer discípulos significa que o maior serviço que o missionário poderá prestar no campo será de transmitir aos irmãos nacionais todo o Conselho de Deus e todas as capacidades que ele levar consigo ao campo. Conhecimento e dons não compartilhados não glorificam a Cristo e não transformam vidas nem ministérios. 

No exercício de seu ministério, o missionário deve exercer com toda seriedade o princípio de respeito e submissão às leis do país onde está servindo, bem como se submeter à autoridade eclesiástica sob a qual ele está servindo, bem como se submeter à autoridade  eclesiástica sob a qual ele está servindo, exceto quando obedecer a homens implica em desobedecer a Deus, o missionário deve ser exemplo de civismo, cidadania e ética. 

Finalmente, o m issionário deve procurar agir de forma a não causar tropeço na fé dos nacionais. Quando houver necessidade de estudo e discussão a respeito de temas controversos tanto teológicos quanto éticos, ele deve guiar os irmãos a quem ele está servindo, a refletir à luz da Palavra de Deus acerca dos prós e contras, mediando um estudo e reflexo pacífico e construtivo. As decisões devem ficar a cargo da liderança local e nunca devem ser impostas pelo crivo do missionário. 

O MISSIONÁRIO CASADO E SUAS PARTICULARIDADES 

Um ministério a dois necessita de uma convicção de chamado idêntica em ambos os cônjuges. Os dons e talentos podem ser diversos e complementares, mas uma só escolha e visão de serviço no Reino devem ser abraçadas por ambos.

Tratando-se de um casal recém-casado, a decisão de ir ao campo missionário provavelmente peça um tempo de adaptação no matrimônio previamente antes da partida. Deve-se levar em consideração o estresse particular de certos campos. 

Casais com filhos pequenos devem obter preparação psicológica, espiritual e logísticas especiais. As condições de vida, incluindo transporte, alimentação, educação, saúde e moradia precisam ser bem clarificadas. Faz-se essencial um acordo acerca do preço a pagar em termos de adaptação social e cultural. 

Em determinados campos a posição, papel e lugar de cada cônjuge é bem diferenciado, o que precisa ser visto e compreendido de antemão. Culturas patriarcais exigirão da mulher uma postura bem particular, tanto no relacionamento matrimonial, quanto em público e no ministério. 

Casais devem, antes de partir ao campo, deixar seus bens, deveres e compromissos assumidos no Brasil em perfeito trato e bem gerenciados. Pendências de qualquer sorte podem ser fonte de aflição, causando instabilidade emocional quando do trabalho no campo. Havendo dependentes no Brasil, tais como pais ou filhos, a questão precisa ser bem regrada. 

Necessidades especiais (como de remédios) e certas limitações físicas e similares exigirão recursos e logística especial. É melhor se prevenir e capacitar para as condições de vida e ministério futuros. 

Ex: a aquisição de um veículo pode ser indispensável, sem o qual a vida e o ministério seriam impossíveis em certos campos. 

O casal precisa ter certas áreas bem tratadas antes de sua partida, especialmente, a sua disposição de se relacionar com outras pessoas, numa outra língua e cultura, de viver em meio a recursos limitados e bem diferentes daqueles a que está acostumado e ter bem resolvida toda possível síndrome de privacidade e ciúmes que possam prejudicar sua futura interação com os nacionais. 

Como todos missionários, caso queiram ser realmente efetivos e integrados na cultura local, devem fazer amizade com outros casais, com os quais poderão conhecer discernir, entender e amar a cultura local. De certa forma bem verdadeira, uma nova vida começará para ambos. As malas de dependência emocional, espiritual e material, trazidas ao campo, precisam ser abertas e esvaziadas. 

Ao mesmo tempo em que o casal precisa ter tempo para estar a sós, no campo, com momentos de privacidade e lazer, seus vínculos com os entes queridos deixados no Brasil devem ser mantidos fortes e sob um prisma relacional equilibrado. 

O casal de missionários deve tomar cuidado para não tornar o ministério uma fonte de estresse e ansiedade permanente, não levando em consideração as necessidades próprias da intimidade da vida de casado. Havendo muito trabalho e crianças pequenas, o potencial para deixar de lado esta área pode ser desastroso. O quadrado, amar a Deus/amar a esposa (o) amar os filhos, e ser uma benção no ministério precisa ser bem dosado. 

Casais com filhos devem pesar bem a educação e cuidados destes. Havendo escolas internas (em geral distantes do campo, e mesmo em outro país), as condições e especialmente o caráter espiritual e postura ética daqueles postos na direção das mesmas precisam ser muito bem avaliados. Certas crianças não conseguirão viver longe dos pais, e em certos casos abusos de toda sorte podem ocorrer. Um canal de comunicação sincero, amoroso e vigilante deve estar constantemente em funcionamento. 

Finalmente, um relacionamento de submissão sadia à liderança no campo (ou na equipe ou à liderança nacional) é dever indispensável. Havendo filhos, a educação desses e seu comportamento em público terá muito a revelar sob a vida familiar do casal. Por outro lado deve haver uma atitude de amor, compreensão e apoio dos outros colegas aos pais que educam os filhos num contexto estranho e difícil. Um bom testemunho em todas as áreas aumentará as chances de uma aceitação cultural mais profunda por parte dos irmãos nacionais e dos colegas de equipe. Acima de tudo, amor, humildade e espírito de servo devem ser a tônica no campo. 

O MISSIONÁRIO SOLTEIRO E SUAS PARTICULARIDADES 

Certamente, vários itens mencionados anteriormente serão válidos igualmente para o missionário (a) solteiro (a). Entretanto, podemos alistar alguns aspectos mais pertinentes aos solteiros. 

A história de Missões tem demonstrado que muitos possuem o dom do celibato ou uma disposição nata para um ministério solo. Entretanto, faz-se de suma importância uma reflexão madura sobre esta área tão sensível. Apaixonar-se no campo por um colega de campo, não raro acontece e os resultados são muito positivos. Mas dissabores podem ocorrer quando um relacionamento sentimental não resolvido foi deixado para trás, uma carência afetiva profunda se viu à mercê de uma paixão inadequada (ex: por um estrangeiro não crente), e mesmo se for por um colega, este tiver um chamado bem diferente, e neste caso, um dos dois terá que abdicar de sua missão particular. 

 O missionário solteiro (a) deve ter no coração uma convicção forte do sentido de sua vida e existência. Deixar tudo para trás sem uma forte reflexão e compreensão do porque e para que da decisão de investir seu futuro na obra missionária pode redundar em muito sofrimento e fracasso, tanto espiritual quanto ministerial. 

Missionários solteiros (as) que não possuem família crente precisam de maior respaldo em todos os sentidos: emocional, espiritual, relacional e Igualmente cabe ao missionário estar ciente e deixar os familiares   cientes dos possíveis custos inclusos na missão que irá abraçar. Em  alguns campos missionários, a probabilidade de enfermidades graves e mesmo de perseguição e morte, é bem elevada. 

Em certas situações os progenitores do missionário, já velhinhos/    enfermos e dependentes, precisarão de apoio constante  e cabe ao    mesmo organizar, com a igreja e mantenedores, uma rede de ajuda e    auxílio aos pais. 

O futuro missionário deve levar em conta desde cedo a probabilidade de   vir de previdência (INSS/seguro, etc.), que lhe permita ter meios de    subsistência no futuro. Neste âmbito, luma moradia própria deve ser    levada em consideração. 

Devido a imprevisibilidade da vida, por causa das fraquezas e limitações mantenedores, quando, após um tempo no campo, ele concluir que não se enquadra naquele habitat e ministério. A salvação e o chamado para servir antecedem a ida para o campo e não são invalidados por uma experiência frustrante no mesmo. Ademais, a não adaptação num determinado campo pode abrir espaço para um serviço missionário mais efetivo e prazeroso em outro. A história de missões revela que alguns missionários não acertaram na primeira tentativa, mas foi bênção mais tarde. 

O missionário solteiro precisará sempre de alguns amigos mais próximos pessoas maduras, com as quais poderá se descontrair, se divertir e desabafar nos momentos necessários. Fica evidente que, com os amigos nacionais, haverá certas precauções a serem tomadas no que tange a hábitos e costumes isso para evitar mal entendidos e fofocas desnecessárias. 

As mesmo tempo, quando possível, um mentor espiritual confiável ajudará o deve estar na categoria acima, para possibilitar, a plena neutralidade emocional e espiritual ao mentor, a fim de exercer sua função eficazmente. 

O missionário solteiro com mais tempo para se dedicar ao trabalho, uma carga mais pesada, em particular, quando têm filhos. Em paralelo, o solteiro deve tomar cuidado com a síndrome messiânica (trabalhar sem descanso e lazer algum), pois assim ele entrará em stress e abatimento desnecessários e causará bastante dissabor e mal estar tanto aos seus colegas quanto aos irmãos nacionais. Ele deve também entender que cada um tem seu ritmo e jeito particular de servir a Cristo. Ativismo e esgotamento, quando feitos obsessivamente, não glorificam a Deus, e fazem mal à saúde e aos outros. 

Por fim, o missionário solteiro deve amar e aceitar seus colegas tanto particularidades. De certa maneira, uma equipe missionária compõe um casamento entre seis ou dez pessoas. A convivência precisa de um compromisso e aliança de amor, graça, humildade e misericórdia, onde haja espaço para perdão e reconciliação. As diferenças são naturais e devem ser tratadas através do amor de Cristo, para sua glória.

 

 

 

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