O CHAMAMENTO MISSIONÁRIO

 


FUI CHAMADO, E AGORA?

 

Recebi um chamado de Deus, me senti honrado e responsabilizado! “E agora? Vou ter que pedir dinheiro? Como vou conseguir recursos para o meu preparo e até para ir? Para completar, minha igreja não tem visão missionária! O que fazer?” 

Esses são questionamentos – e até obstáculos – de jovens ou de famílias, ao serem chamados pelo Senhor para uma missão especial. Muitos não entendem o processo de atender o chamado e convivem com uma angústia interna por anos que vão passando, na esperança de que sua igreja seja tocada e os procure  para enviá-los. Algumas vezes isso não acontece! 

Em primeiro lugar, é bom entender que o seu chamado acontece no meio da igreja onde você já está envolvido e frutificando e servindo, juntos no Senhor. Ele mesmo separa você para algo mais específico. A igreja está envolvida e crê que está respondendo à missão e, de repente, ouve que você vai partir – é o que logo pensam! A igreja começa a lidar com vários sentimentos e até pensamentos! “Se ele/ela está sendo útil aqui, porque tem que ir? Não será da cabeça dele/dela?”  

Nem sempre a igreja tem clara a ideia de enviar você e vai ser sua responsabilidade trabalhar isso junto com eles! Vai depender da sua convicção de chamado e de perseverança até que, juntos, possam entender a vontade de Deus. 

A Bíblia nos traz várias situações elucidativas, mostrando que parte da sua missão é levar sua igreja ou o corpo de Cristo a entender e concordar com o seu chamado, de tal maneira que só lhe reste cumprir a missão de enviá-lo! É um processo! 

O seu chamado para tal povo, tal missão, é também para ela, para sua igreja, para o povo de Deus! Você, como vocacionado, vai lidar com a ansiedade e a ideia de que, já que recebeu o chamado, é urgente! É para o dia seguinte! Mas devemos nos atentar para os tempos e os planos de Deus.

Algumas vezes podemos esquecer que os propósitos de Deus são maiores que o nosso. Que sempre que Ele chama alguém, esse chamado envolve outros, que também são alcançados pela sua vocação – seja para ir com você, fisicamente, ou apoiar de inúmeras formas como, por exemplo:oração, logística, saúde, sustento, mobilização, capacitação, execução, treinamento, aprendizado de idiomas. Vejamos o que fez um profissional bem colocado na sociedade de sua época.

Ele estava fora de sua cidade, exercendo com esmero sua profissão, quando amigos o visitaram e ele resolveu perguntar como estava a sua cidade e o seu povo, que ficara depois da invasão. Ele, então, ouve um relato comovedor: os que lá estão, estão em grande miséria e desprezo; os muros da cidade estão derrubados, suas portas queimadas!

O relato aponta degradação, tanto do povo, quanto do seu lugar! E o profissional, ao ouvir essas palavras, se senta, chora, lamenta por um tempo; depois jejua e ora perante o Deus dos céus! Este jovem se despede de seus amigos e segue servindo fielmente na sua profissão, mas sua alma já não era a mesma de antes! E na sua rotina, o chefe percebe sua tristeza e pergunta o que causara essa tristeza de coração. O jovem profissional somente descreve o que ouvira de seus conterrâneos.

O chefe, ao ouvir, se sente envolvido e pergunta: “Como posso te ajudar?” Esse jovem, ligado com Deus e com temor, lhe responde: “Peço que me envies a Jerusalém, à cidade dos sepulcros dos meus pais, para que a reedifique”. O chefe entende e faz perguntas pontuais: “Quanto tempo durará sua missão?” E ele marcou um prazo.

Mas o jovem entendeu que ir, apenas, não era suficiente – o que ele faria lá, sem recursos? Então ele pede ao chefe cartas para os governadores (papéis para vistos?) de  além do Eufrates, que lhe permitissem passar e entrar na cidade. Pediu também cartas para o guarda das matas do rei, para que dessem a ele madeiras para as vigas das portas, para os muros e – veja! – para construir a casa em que deveria alojar-se para cumprir sua missão! E o chefe deu tudo que pediu, porque a mão de Deus era com esse jovem. O chefe ainda enviou oficiais e cavaleiros para acompanhá-lo. Tudo isto incomodou a muitos, que alguém viesse procurar o bem daquela cidade, dos filhos dela! Mas a missão não era só desse jovem profissional!

Ele chega na cidade, passeia pelos lugares destruídos, queimados, assolados, sem declarar nada. Observa e, na hora certa, se aproxima do povo e os chama: “Vinde, pois, reedifiquemos os muros da cidade e deixemos de ser envergonhados”, e os animou contando como Deus o moveu até ali, tocando até seu chefe. “E fortaleceram-se as mãos para as boas obras!”

O vocacionado precisa entender que, na missão a ser realizada, ELE/ELA é responsável pela visão recebida e seu papel é ser instrumento de Deus para que a missão aconteça! Você tem as instruções, as informações de que o projeto é de Deus, mas não sabe quem são os demais que o Senhor precisa para a realização do Seu plano!

Você é uma estratégia de Deus! O jovem da história trabalhava com um chefe que tinha poder, conhecimento, reputação para dar condições a esse profissional atender à necessidade! O que seria desse profissional sem as notícias trazidas pelos conterrâneos? Sem a ajuda do seu chefe? Sem os oficiais e cavaleiros? Sem os braços para a construção dos muros? Sem as cartas? Sem a presença de Deus, juntando tudo isso – e muito mais! –para livrar o povo da vergonha, do desprezo e da miséria?

O vocacionado é chamado à humildade e à visão do seu claro papel de dependência de Deus – e de outros tantos – para sua atuação/missão! E como diz R. Lídório:

Não vá, seja enviado!”


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