O QUE É FAZER DISCÍPULOS?

 


"DISCIPULADO CRISTÃO: UMA VISÃO ATUAL"

 

 

Neste texto estaremos fazendo uma abordagem ampla sobre o tema, enfocando quatro tópicos principais: 

·       O que significa ser um discípulo de Jesus,

·       Distintivos do discípulo de Jesus,

·       Quem Deus escolhe para discípulo,

·       Algumas implicações hoje. 

E mais adiante estaremos observando algo acerca do discipulado e do discipulador. 

Para iniciarmos vamos primeiramente conceituar DISCÍPULO. Os dicionários são unânimes em afirmar que “DISCÍPULO é aquele que recebe ensino de alguém; o mesmo que aluno; aquele que aprende; o que segue as idéias ou doutrinas de outrem”. Seguindo este raciocínio, DISCIPULADO  “é o aprendizado por que passa um discípulo”. 

Segundo estes conceitos, passemos a analisar... 

O QUE É SER DISCÍPULO DE JESUS?

Durante o seu ministério aqui na terra, sabemos que o ministério mais importante que Ele realizou, foi o trabalho redentivo. Mas depois disso, o que ele fez de mais importante? 

Será que escreveu algum livro? Estabeleceu alguma organização? Verifica-se, como resposta a essas perguntas, que a segunda coisa mais importante que Jesus realizou foi o estabelecimento de um processo de discipulado entre àqueles que o seguiam. 

Através de seus discípulos Jesus conseguiu que sua mensagem fosse espalhada pelo mundo conhecido, e chegasse até nós nos dias atuais. Mas pela história sabemos que Discipulado não era coisa inédita naquele tempo e nem era exclusividade de Jesus. 

João Batista, por exemplo, possuía discípulos e vários dos mestres judeus, também, o que nos leva a concluir que era provável que haviam tipos diferentes de discípulos e de discipuladores.  

Mais a frente veremos o que os discípulos de Jesus tinham de diferentes em relação aos demais. Um ponto interessante é que o texto do Novo Testamento usa mais de um termo para designar discípulo: (João 6.60 e 66), entendemos “discípulos” como aqueles que seguiam Jesus sem muitos compromissos, ou seja, eram curiosos e não comprometidos. 

Já João 8:30, 31 designa discípulos como aqueles que creram em Jesus como o Messias. Mateus 10:1 designa discípulos como aqueles 12 que conviveram com Jesus durante os 3 anos de seu ministério. Atos 6:1 identifica discípulos como aqueles que criam em Jesus e, finalmente, Marcos 3:13-15 apresenta uma definição de discípulo que nos parece bastante completa e atual. Deste último texto de Marcos concluímos que discípulo é aquele que é comprometido com Jesus pela fé, que manifesta o poder e autoridade do Senhor e que expande seu trabalho (seu Reino). 

DISTINTIVOS DO DISCÍPULO DE JESUS 

Foi Jesus quem escolheu seus discípulos (João 15:15) e não o contrário, como era comum na época. O relacionamento de Jesus com seus discípulos era mais do que pedagógico, isto é, mais do que o relacionamento entre aluno e professor. Ali havia uma profunda amizade e amor fraternal. 

Os planos dos discípulos de Jesus era buscar o serviço e o auto-sacrifício, ao contrário dos discípulos de muitos dos demais mestres, que almejavam ser  grandes líderes maiores até do que seus professores e mestres. 

QUEM DEUS ESCOLHE PARA DISCÍPULO?

Algumas vezes temos a tendência de imaginarmos pessoas famosas e importantes como discípulos de Jesus. Dizemos: 

"Imagine se fulano fosse crente... como Deus poderia usá-lo com todos aqueles talentos, habilidades, contas bancárias. Ninguém o seguraria", diríamos nós! 

O interessante é que Deus nem sempre escolhe esse tipo de pessoa. (Ele não escolheu o jovem rico, conforme nos relata Mateus 19:22). 

Por que? Será que Deus não gosta de pessoas bem sucedidas? O ponto aqui é que Deus não escolhe pessoas por causa do potencial delas ou pelo que elas podem fazer por Ele, mas pelo que Ele (Deus) pode fazer através das pessoas. 

Ou seja, Deus não escolhe você como discípulo pelo que você é ou pelo que você pode fazer por Deus, mas pelo que Deus pode fazer através de você. 

ALGUMAS IMPLICAÇÕES HOJE

É importante assinalarmos que Deus não deixa de escolher pessoas inteligentes, especiais, nobres, prósperas, mas raramente o faz. Ele escolhe mais freqüentemente os simples, os comuns e fracos. Por que? Examinando o texto sagrado, verificamos que: 

A glória é de Deus e não da pessoa.

Quando você se coloca nas mãos de Deus, independentemente de suas capacitações ou posição social, Deus realiza alguma coisa através de você. 

Os fracos tendem a depender mais de Deus (2 Cor 12:9b); 

1Pedro 5:6,7 exorta-nos a nos humilharmos diante de Deus para que ele possa nos utilizar em seus propósitos. Quando isso ocorre, tornamo-nos seus discípulos de verdade, com grande satisfação e alegria para nós. 

Há crentes que passam uma boa parte de suas vidas recebendo alguma coisa mas,  pouco ou nenhuma coisa dão para os outros. São como o Mar Morto, lá em Israel. O Mar Morto recebe água do Rio Jordão, mas não escoa água para nenhum outro lugar. Esse é um dos motivos pelos quais suas águas são extremamente salgadas a ponto de não haver um peixe sequer.

Da mesma forma, há os "Crentes Mar Morto". São aqueles que não se desenvolvem como discípulos, ficam fechados em si mesmos, não contribuem financeiramente com suas igrejas, não ajudam, não se engajam. São crentes, estão salvos, mas têm uma vida cristã opaca, nublada, sem brilho e sem frutos. São os crentes tipo "Mar Morto". 

PARA CONCLUIR, É IMPORTANTE RECORDAR QUE: 

Para ser discípulo de Jesus é fundamental freqüentar uma igreja. A salvação é individual, mas a vida cristã é comunitária. Como se desenvolver como discípulos de Jesus sem estar também com outros crentes? 

Será que discipulado é coisa opcional? 1João 2:3-6 nos diz claramente que "Nisto sabemos que estamos Nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve andar como ele andou". Quem se diz crente de verdade não tem como não ser discípulo de Jesus. Como mencionado anteriormente, é compromisso para toda a vida. O interessante é que, quem mais se beneficia num processo de discipulado é, ninguém mais, do que o discípulo. Por que, então, não sê-lo ? 

Que Deus nos ajude a sermos a cada dia, discípulos mais fiéis ao Mestre Jesus e que possamos influenciar o ambiente onde vivemos, trabalhamos ou estudamos, sendo discípulos ou discipulando outros para honra e glória de Deus e para o crescimento do seu Reino aqui na terra. 

DISCIPULADO CRISTÃO 

"Características do Discipulado Cristão" (2ª Timóteo 2, 2ª João 1-13 e 3ª João 1-15)”.

 

O tema que estamos estudando nesta apostila, nos leva imediatamente à várias perguntas,  tais como:

·       Quais são as características do Discipulado Cristão?

·       Será que Discipulado é um programa, com aulas, textos didáticos, projetos, eventos etc?

·       Será que é algo somente para crentes novos? Ou somente para crentes maduros?

·       Por que se fala tanto em discipulado? Que benefícios ele nos traz?

Um outro ponto a ressaltar é que discipulado, ao contrário do que alguns dizem ou pensam, não é um programa especial da igreja, mas é um processo que faz parte da vida cristã. É algo para toda a vida.

Os discípulos de Jesus não ganham diploma de discipulado. Eles estarão sempre vivenciando discipulado à vida toda. Verificamos também, que discipulado não é um programa, mas um processo, que está intimamente ligado às relações interpessoais. A igreja é essencialmente um lugar de encontro, de pessoas com Deus e de pessoas com outras pessoas e consigo mesmas.

Ou seja, discipulado não é meramente um programa, mas um processo. Discipulado é aprender de Jesus e passar o que se aprende para os outros, não só em palavras mas em experiência de vida e atitudes.

Vemos assim que o Discipulado Cristão é algo que permeia a vida diária dos crentes e desse modo traz benefícios para todos que se envolvem, ou seja: tanto para o discipulador, quanto para o discipulando (a pessoa que é alvo do discipulador) e para a própria igreja. . Vejamos como isso ocorre, no que se refere ao DISCIPULANDO e ao DISCIPULADOR:

BENEFÍCIOS PARA O DISCIPULANDO

Quando trazemos um recém nascido do hospital para casa, nós simplesmente não sentamos em frente ao bebê e dizemos:

“Bem-vindo a esta casa, Júnior! Fique à vontade, a casa é sua. É aqui, nesse berço, que você vai dormir. O banheiro é ali, onde você encontrará a sua toalha. Suas fraldas estão ali no armário. É só apanhá-las, quando precisar. Nossas refeições são as 7 e 12h. Não se atrase. À noite, a janta é às 19h. Nada de choro após as 22h. Se você tiver dúvidas, há várias pessoas na família que poderão ajudá-lo. Portanto, não tenha medo em perguntar”.

Ao imaginar esta situação você, provavelmente, vai achá-la sem sentido. Mas é isso o que usualmente acontece com os crentes novos em muitas igrejas. Nós devotamos 18 anos para educar nossos filhos, mas, muitas vezes, não gastamos nem seis meses com um recém convertido, para ajudá-lo em sua vida cristã. Como resultado, vamos encontrar muitos crentes que ainda não alcançaram um mínimo de maturidade em suas vidas espirituais ou outros, que nem sequer permanecem na igreja.

Portanto, crentes novos necessitam de alguém que os ajude a crescer. Como o recém nascido, eles precisam de atenção especial. O processo de discipulado, portanto, é de grande valor para o crente recém convertido.

BENEFÍCIO PARA O DISCIPULADOR

Muitos crentes sentam-se em suas igrejas toda sua vida apenas ouvindo a Palavra ser pregada. Eles aprendem sobre a bíblia, aprendem algumas experiências, mas nunca passam seu conhecimento e experiências para outros. Eles se beneficiam do conhecimento e da experiência, mas nunca permitem que outros se beneficiem disso também. É como o Mar Morto lá em Israel. Ele recebe água do rio Jordão, mas não cede água para ninguém. Conseqüentemente, possui tanto sal, que nenhum peixe consegue viver em suas águas. Por isso é que o nome é “Mar Morto”.

O crente que mencionamos é do tipo “Crente-Mar-Morto”. Não dá nada. Só recebe. Por outro lado, o crente que busca ter uma visão e um envolvimento no processo de discipulado, e procura dar-se, consegue ter uma vida cristã muito mais abundante e feliz.

Nesta oportunidade, gostaria de destacar dois pontos, a partir de nosso texto básico de hoje, que nos auxilia no entendimento das características do Discipulado Cristão: o PREPARO E A COERÊNCIA.

·       A  questão do PREPARO (2a Timóteo 2:15). O texto nos fala sobre o crente se apresentar para o trabalho cristão “... aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Alguém pode ver este texto como apenas uma exigência. Outros o vêem também como mais um benefício para o crente discipulador. Sabe por que? A prática do discipulado nos remete para dentro da Palavra de Deus porque, ao assumirmos algum compromisso de ensinar em uma classe, ou apresentar algum comentário em um culto, momento devocional ou encontro com novos convertidos, nós teremos que nos preparar. E a prática tem mostrado que quem mais aprende nessas situações, é a própria pessoa que teve que se preparar para ensinar ou falar.

Pergunte a qualquer professor da Escola Bíblica Dominical quando ele aprende mais: quando fica apenas ouvindo alguém dar uma aula ou quando ele se mete a estudar com afinco a sua lição? São essas oportunidades de preparo, que além de serem um requisito para um discipulado profícuo, trazem grande benefício para o discipulador.

·       A questão da COERÊNCIA (1a João 2:3-6). Aqui encontramos uma chamada muito forte à coerência da vida cristã: “Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (v4). E mais, “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos nele” (v5). Este texto nos faz verificar que a vida cristã e o assunto “discipulado” como conseqüência, é algo que deve permear nosso dia-a-dia. E isso, quer dizer conhecer a Palavra e praticá-la. E praticá-la, significa também relacionamentos interpessoais: entender as necessidades do outro e estar disposto a se dar um pouco.

Como mencionado discipular não é um programa. É um processo. É compartilhar a vida, é envolver-se num relacionamento pessoal, à luz da Palavra de Deus, para que o Espírito Santo possa ter o espaço necessário para transformar vidas e fazer-nos mais que vencedores. Se você é um crente novo, isso vale para você também. E se você não é crente em Jesus como seu Salvador, porque não sê-lo agora, e deixar que ele transforme sua vida em um autêntico discípulo vencedor?

 

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