FAZEDORES DE TENDAS
Todos nós, pelo menos uma vez na vida, já nos sentimos
desafiados a aceitar um apelo missionário. Seja num congresso, num acampamento,
numa viagem missionária, todos já experimentamos aquela sensação de
“responsabilidade” diante de um mundo perdido sem Cristo.
Alguns — como eu — recebem seu chamado específico para o campo,
mas se sentem totalmente inexperientes e incapazes de assumir tal tarefa.
Afinal, não somos médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
professores nem pastores. O que poderíamos produzir de útil num país distante?
Outros sentem que devem ajudar, mas não entendem que seu chamado
é para o campo. Então, sentem-se inferiorizados, pois os “crentes” de verdade
são aqueles que deixam tudo para trás e vão!
Não sei de onde saíram essas ideias e por que começamos a
separar os cristãos em dois grupos distintos. Os “super-crentes” e os
“crentinhos-mais-ou-menos”.
Por muito tempo me senti no segundo grupo, embora tivesse o
desejo ardente de ir para o campo. Não entendia que minha vida espiritual e meu
relacionamento com Deus eram mais importantes para ele do que ir fisicamente
para um país distante.
Então, o Senhor, cheio de misericórdia, me mostrou que, na
verdade, o campo é o mundo, e isso inclui a minha Jerusalém. Servi-lo onde
estou não seria menos valioso para o reino. Assim, comecei a dedicar minha vida
para o serviço do Senhor.
Hoje, após alguns anos de trabalho, percebo o quanto o Senhor é
capaz de usar qualquer pessoa, independente de sua profissão ou habilidade
específica.
Antes, achava que um folder, um logotipo, um vídeo, não mudariam
em nada a realidade do mundo missionário. Hoje entendo que a missão realmente é
para todos.
Não importa se você é médico, advogado, contador ou
dona-de-casa. Deus quer te usar onde você está. Basta estar à disposição.
Saulo era perseguidor da igreja e se tornou o “apóstolo dos
gentios”. Moisés era gago, mas libertou seu povo da tirania de Faraó. Mateus
era cobrador de impostos, mas se tornou discípulo. Davi era um pastor de
ovelhas e se tornou rei de Israel. Mulheres serviram a Jesus com seus bens. Por
que hoje não podemos fazer o mesmo?
Sinto que nossa geração está cada vez mais secularizada e
distante do propósito maior para o qual Deus nos chamou. Vejo amigos, parentes
e irmãos em Cristo gastando mais tempo com seu crescimento profissional do que
com seu crescimento espiritual.
Vejo que investem horas em suas especializações, mas não cedem
uma hora de sua semana para “devolver” a Deus aquilo que aprenderam…
Não sou contra estudo ou profissionalização. Acredito que
devemos ser os melhores profissionais em nossas áreas de atuação, mas para o
serviço do reino, e não para realização pessoal.
Coloque sua profissão a serviço de Jesus. Deixe-se ser usado
pelas mãos do Senhor.
Você abençoará muitos que cruzarem seu caminho, mas você mesmo
será o maior beneficiado nessa história.
Vamos deixar de lado as coisas mundanas. Vamos nos importar com
o que realmente tem valor nessa vida. Vamos cumprir o ide do nosso Mestre.
Fonte: Ultimato
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