AIBA MAIS SOBRE A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS
Perseguição:
qualquer hostilidade experimentada como resultado da identificação de uma
pessoa com Cristo. Isso pode incluir atitudes hostis, palavras e ações contra
cristãos
A cada ano, a
perseguição aos cristãos se intensifica no âmbito global. O número de
cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igreja aonde ir tem
aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre permanecer fiel a Deus
ou manter seus filhos seguros.
Ou das vítimas
da violência extrema que perdem familiares, casa, bens e liberdade por
compartilhar a mesma crença de muitos aqui no Brasil: a fé em Jesus Cristo.
Em sua
compreensão clássica, a perseguição religiosa é realizada ou respaldada pelo
Estado. A realidade, porém, mostra que isso não é geralmente o que acontece.
Nos dias de
hoje, o papel de agentes não estatais é cada vez mais visível– um
exemplo disso são os grupos extremistas, tais como Estado Islâmico, Boko Haram
e Al-Shabaab.
Outros atores
sociais também podem ser mencionados: agentes da sociedade civil, líderes de
grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, líderes eclesiásticos,
movimentos radicais, cidadãos comuns formando motins, os próprios familiares,
partidos políticos, revolucionários, grupos paramilitares, cartéis ou redes de
crime organizado ou organizações multilaterais.
Não há uma
definição universalmente aceita acerca da perseguição. Cortes, legisladores e estudiosos abordaram o
conceito sob diferentes perspectivas.
A Lista
Mundial da Perseguição , relatório anual que respalda o
trabalho da Portas Abertas, no entanto, define perseguição religiosa como
“qualquer hostilidade experimentada como resultado da identificação de uma
pessoa com Cristo. Isso pode incluir atitudes hostis, palavras e ações contra
cristãos”.
O motivo de a
jurisdição internacional colocar um padrão tão elevado é claro: se o nível não
for alto, isso pode levar a uma situação em que a comunidade internacional tem
de enfrentar sérios desafios em prover proteção a muitas pessoas que
reivindicam a condição de “perseguição”.
Esse medo da
comunidade internacional tem o lado negativo de subestimar a variada dimensão da
perseguição, especialmente a contínua pressão que cristãos (e outras minorias)
enfrentam em suas diferentes esferas da vida.
A metodologia da
Lista Mundial da Perseguição tem a intenção de rastrear, documentar, analisar e
divulgar esses desafios que cristãos enfrentam em suas vidas diárias.
Essa
perseguição, segundo Finke e Grim¹, segue um ciclo de evolução, em que
grupos sociais e governo estão continuamente fortalecendo um ao outro contra as
minorias religiosas. O ciclo em geral se origina com um grupo social específico
em um país que representa uma religião ou ideologia na tentativa de manipular o
governo. A partir daí, a perseguição começa a se enraizar e desenvolver.
Segundo a Lista Mundial da Perseguição, os seis estágios da maior parte das fontes de perseguição são:
1. Um grupo
social pequeno que representa uma religião ou ideologia específicas espalha
suas ideias às custas de outro(s) grupo(s). Muitas vezes, um vácuo social ou
político apresenta um excelente terreno fértil para tais ideias.
2. Movimentos
fanáticos crescem a partir desse grupo inicial ou se reúnem em torno dele para
exercer pressão sobre a sociedade e o governo por meio de estratégias de mídia e/ou
de ataques físicos a membros de outros grupos.
3. A violência
perturba a sociedade, mas os governos e as forças de segurança deixam
movimentos fanáticos impunes enquanto culpa outros grupos por serem a causa da
agitação social simplesmente por existir.
4. Ação de
movimentos radicais é reforçada e atrai mais e mais adeptos. Isso resulta em
uma maior pressão sobre o governo para que colabore com sua agenda e também a
mais pressão e/ou violência contra outros grupos. Por vezes, cidadãos se unirão
por medo, em vez de por convicção.
5. Por fim,
sociedade e governo pressionam membros de outros grupos até o ponto de quase
sufocá-los. Isso se estende a todas as esferas da vida e da sociedade.
6. O ambiente
cultural todo é tomado pela agenda do grupo social altamente “encarregado” que
representa uma religião ou ideologia específica (ponto 1), e a visão de mundo
que está intrisecamente ligada a essa agenda torna-se a principal fonte
cultural.
O intervalo de
tempo em que as fontesde perseguição levam a se desenvolver dos estágios 1 a 6
pode variar dependendo do contexto do país e do tipo de perseguição. Esse
processo também pode ser contínuo ou descontínuo, claramente visível ou menos
visível, como mostra a história da perseguição.
¹GRIM, Brian J.;
FINKE, Roger. The Price of Freedom Denied: Religious Persecution and Conflict
in the Twenty-First Century. Cambridge University Press, 2010, p. 68. O preço
da liberdade negada: perseguição religiosa e conflito no século 21, em tradução
livre.
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