VANTAGENS DO SACRIFÍCIO MISSIONÁRIO
SACRIFÍCIO MISSIONÁRIO
Ao analisarmos as palavras de Paulo na 2 Carta aos corintios, capítulo 4.16 e 5.17, são muitos e imensos os problemas
a que estão sujeitos aquele que se envolve na vida missionária, seria natural que
alguém desanimasse, livrando-se de toda maneira da obrigação de enfrentar desafios
tão difíceis.
Mas quando pensamos no que Paulo
se refere ao versículo (16) do capítulo 4 da sua segunda carta aos Corintios,
quando diz: "Por isso, não desanimamos" entendemos que o Apóstolo pensava
diferente.
Ele estava pensando nos
incentivos alistado nos versos anteriores. Mas logo acrescenta outras
motivações que ele antecipa com ardor.
PRIMEIRO, ele menciona a
perspectiva de um moribundo que está prestes a ser galardoado com tesouros
inefáveis.
O "HOMEM EXTERIOR",
isto é, a pessoa física do obreiro, está se corrompendo. Tem poucas chances de
sobreviver até a velhice. Porém, o “HOMEM INTERIOR" (O
VERDADEIRO "EU" que não morre), se renova todo dia.
Busca nova vitalidade da sua
fonte Jesus Cristo. Em vez do desânimo, busca novas doses de energia e
motivação, através da esperança de um futuro maravilhoso.
SEGUNDO, Paulo propõe uma
comparação entre seus sofrimentos e o "PESO DE GLÓRIA" que
receberá em troca de tudo que sofre. A “TRIBULAÇÃO”, vista deste ângulo,
perde sua importância. É leve e momentânea, enquanto a "GLÓRIA"
é pesada e eterna.
Por que se fala de glória
pesada?
No hebraico, a palavra “kabodh”
significa "peso" e "glória". Existe no cerne do termo o
conceito de tesouro que se media pelo peso.
No sentido figurado, a
riqueza que torna um homem notável, honrado e importante, é semelhante ao
reconhecimento que Deus dará aos Seus servos fiéis. Diante de tal riqueza de
glória, que Paulo aguarda, os sofrimentos desta vida praticamente chegarão a
seu fim. E são leves demais para serem percebidos.
Sua duração é tão curta que
permanecem na memória apenas como episódios que aconteceram rapidamente. A
eternidade neutralizará o sofrimento da aflição e galardoará com as palavras do
Senhor, "MUITO BEM, SERVO BOM E FIEL". Infinita satisfação e
alegria recompensará todo o sacrifício que os missionários tenham passado.
TERCEIRO, ao apontar para o alvo de
sua visão, Paulo não atenta "NAS COUSAS QUE SE VEEM, MAS NAS QUE SE NÃO
VEEM" (v. 18). Ou seja, ele não valoriza os valores do mundo físico
que dão prazer à carne e aos olhos (1Jo 2.16).
As belezas das coisas
temporais só podem ser passageiras. As realidades do céu são eternas,
infinitamente mais prazerosas, e, melhor ainda, nunca terão fim.
Não é de se admirar que Paulo
se anime diante da perspectiva da glória futura (Rm 8.21).
QUARTO, o apóstolo afirma que
é de conhecimento geral entre os cristãos que ao se desfazer "DESTE
TABERNÁCULO", nossa existência no corpo físico, herdado de nossos
pais, não deve ser encarada como uma tragédia. O crente não deve ver a morte
como uma inimiga terrível. Pelo contrário, temos um "edifício da parte de
Deus, casa não feita por mãos, eterna, nos céus". Esta casa substituirá a
casa de carne “nosso corpo físico” que é desde o início condenada à morte. Essa
nova casa celestial tem dois aspectos. Um é o corporativo, tal qual se encontra
na frase familiar, "CASA DO MEU PAI" (Jo 14.1).
Após a morte, não ficaremos
desabrigados e solitários. Seremos inseridos numa casa-templo (cf. Mc 14.58),
onde adorar será o nosso maior prazer (comp 1Pe 2.4, 5).
Mas não deve se restringir
esta menção de casa eterna ao corporativo, ou igreja celestial. Jesus
interpretou:
"A CASA NÃO FEITA POR
MÃOS" como o corpo
glorioso que ressurgiu do túmulo de José (Jo 2.21).
O corpo glorioso da
ressurreição não terá nenhuma das características deprimentes deste corpo de
humilhação (Fp 3.21).
Esta "HABITAÇÃO
CELESTIAL" nos atrai (2Co 5.2). É um revestimento (2Co 5.4) e não uma
anulação da personalidade que portamos nesta vida.
A verdade é que gememos neste
"TABERNÁCULO", isto é, o corpo que sofre as aflições que os
obreiros têm que suportar.
Paulo não almeja ser despido
(v. 4), mas aguarda o momento em que o mortal será absorvido pela vida (v. 5).
A existência sem o corpo não
é a bendita esperança do cristão. Um estado "intermediário", não
atrai o apóstolo. Sua escatologia culmina na ressurreição.
O recebimento do Espírito
Santo marca a garantia que Deus realizará tudo que Ele nos prometeu. "PENHOR"
trata de uma espécie de sinal pago em antecipação do pleno recebimento do que
foi contratado. O "bom ânimo" (v. 6) é consequência desta confirmação
da futura alegria perfeita com o Senhor (1Co 13.12). Ficar vivos na terra,
"NO CORPO" (v. 6), significa "AUSÊNCIA DO SENHOR",
somente no sentido que nossa comunhão agora é parcial e imperfeita. Quando o
Senhor voltar essa parcialidade passará para perfeição total (1Co 13.10-12).
Experimentaremos uma nova
dimensão da realidade, quando todo pecado e empecilho que nos separam do Senhor
serão retirados.
Todas as glórias do futuro
podem ser vistas apenas pela fé (v. 7). Por isso, Paulo desvia sua atenção das
cousas visíveis, andando e vivendo em plena confiança nas promessas de Deus (v.
8, cf. 4.18).
"DEIXAR O CORPO"
na morte é o meio pelo qual o crente chega a "HABITAR COM O SENHOR".
Quem tem medo disso? Porque
nós nos apavoramos diante do sinistro anjo da morte? O aguilhão da morte foi
retirado pela cruz e pela ressurreição de Cristo (cf. 1Co 15.55).
As vantagens desta atitude
são incalculáveis para os que se dedicam ao serviço do Senhor em terras hostis
e perigosas. Consideremos as palavras de John Paton, quando respondeu à objeção
de um cristão velho que disse, "você será comido por antropófagos!"
"Senhor Dickson, o senhor já está avançado em idade, e
sua perspectiva é de logo ser deitado num túmulo e ser comido por vermes. Eu
confesso ao senhor que, se eu puder viver e morrer servindo e honrando o Senhor
Jesus, não fará diferença para mim se eu for comido por antropófagos ou vermes,
e no grande dia meu corpo ressurreto levantará tão belo como o seu, na
semelhança de nosso Redentor ressuscitado".
Duas vezes Paulo emprega o
vocábulo, "plena confiança" (grego, tharrouomen, vv. 6, 8).
Comunica uma
idéia de alegria e bom ânimo, a atitude predominante em todo este trecho.
Subjaz sua gratidão e ações de graça perenes (cf. 2.14).
Vemos aqui
justamente a percepção que os apóstolos têm da vantagem de ser cristão e servir
a um mestre que recompensa muito melhor do que se ousa esperar (cf. Mt 20.15).
Paulo não determina que estar
morto é melhor do que estar vivo. Não especula acerca do estado desencarnado.
Mas uma ambição central
domina sua mente: a de ser agradável ao Senhor, seja no corpo ou desencarnado,
isto é, "ausente".
Aos Filipenses, Paulo também deixa transparecer a sua ambivalência sobre um futuro não revelado. "Morrer é lucro" no sentido que Paulo estará com Cristo, mas fruto para o seu trabalho exige viver na terra (Fp 1.20-24). Assim, vemos novamente que a vantagem de ser servo do Senhor engloba a existência na carne e a ausência dela, porque Paulo afirma a possibilidade de agradar a Deus em ambos estados.
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