O GRANDE DESAFIO MISSIONÁRIO DO SÉCULO XXI



UM GRANDE DESAFIO PARA A IGREJA ATUAL



Você já parou para pensar que, mesmo depois de mais de dois mil anos após Jesus ter ordenado aos seus discípulos que pregassem o evangelho em todas as nações (Mateus 28:19; Marcos 16:15; Atos 1:8), ainda existem povos no mundo que jamais ouviram uma única vez do evangelho?

Confesso que quando ouvi essas informações pela primeira vez, um misto de espanto, apreensão e curiosidade tomou conta de mim. Eu olhava para todo o conhecimento teológico expresso ao meu redor e tentava argumentar com a minha própria consciência, que isso não era possível.

Será mesmo que haveriam pessoas em nossos dias que não tinham experimentado qualquer oportunidade de ouvir uma única vez acerca de Jesus e do seu maravilhoso evangelho?

Na ocasião, essas informações causaram um impacto tão grande no meu coração que mudar a realidade desses povos se tornou um grande desafio para mim. Hoje, posso dizer por experiência propria. Por mais incrível que pareça, os Povos Não Alcançados existem e precisam ser focalizados pela igreja de Jesus Cristo, a fim de serem evangelizados.

Eles representam etnias, nações inteiras que ainda não tiveram uma única chance de ouvir o evangelho e estão intocados pela igreja e distantes do verdadeiro conhecimento de Deus.

Eles somam bilhões de pessoas que vivem em ignorância espiritual, mergulhados na idolatria e arraigados nas falsas religiões. São vítimas da fome, da pobreza, das doenças, das guerras e da impossibilidade de conhecerem a graça divina revelada em Cristo Jesus.

Por definição, povo não alcançado é: “Um grupo humano (povo) dentro do qual não existe uma comunidade nativa de crentes em Cristo com números ou recursos adequados para evangelizar seu próprio grupo sem a ajuda de missionários transculturais. Às vezes são chamados de ‘povos escondidos’ porque tradicionalmente tem estado fora da atenção e dos propósitos missionários da igreja.

“Os povos com grupos humanos não alcançados são aproximadamente uns 2,3 bilhões de pessoas com muito poucas possibilidades de escutar e crer no evangelho de Jesus Cristo, hoje”.

Estão situados basicamente em regiões distintas da terra como a da Janela 10/40.´(2) E o contexto diário de alguns desses povos é de total isolamento geográfico, social e espiritual.
  
1. GEOGRÁFICO
Em detrimento a todo avanço tecnológico que nos possibilita dar uma volta ao mundo em algumas horas há ainda hoje populações indígenas que permanecem isoladas geograficamente do mundo e intocadas por outras civilizações.

Por mais surpreendente que seja para alguns, há tanto uma grande diversidade de povos que ainda não foram alcançados, como também de tribos que ainda não foram nem reconhecidas.

No Brasil os povos e povoados não alcançados são representados especialmente pelos indígenas que estão espalhados em toda a extensão do território nacional. E de um total de 251 tribos indígenas, (3)  há cerca de 113 tribos que não têm a presença de missionários evangélicos e cerca de 33 tribos que estão totalmente isoladas e sem contato com a sociedade.
Algumas não têm um contato permanente, outras não têm qualquer tipo de contato, além de uma enorme quantidade de comunidades em todo o país, inclusive sertanejos e ribeirinhos, que vivem em pleno isolamento geográfico. 

2. SOCIAL
Estando numa condição de isolamento geográfico, a conseqüência desses grupos, assumem também a posição de isolamento social, pois permanecem impedidos de se relacionar com outras comunidades. E por mais que procurem algum tipo de envolvimento com outras etnias, encontram sérios obstáculos. Dentre eles o aprendizado de uma nova língua, a assimilação de uma nova cultura e o desafio da integração.

Há também outros fatores que precisam ser considerados, como o preconceito, a marginalização, e outras barreiras como a própria distância que os mantêm em constante condição de isolamento social. 

3. ESPIRITUALMENTE
Há também um isolamento espiritual, pois vivem perdidos nas trevas do pecado e sem a presença de missionários, de uma igreja nativa e crentes dentro de suas próprias culturas que testemunhem do evangelho.

Em contrapartida, as falsas religiões continuam avançando e em muitos casos, gerando oposição e perseguição ao evangelho.

É na África onde o Islamismo cresce com mais velocidade, infiltrando-se na cultura africana e convertendo inúmeros seguidores a Maomé. No Norte africano, há países totalmente fechados para a entrada de missionários e para a pregação do evangelho. Nessa região, os muçulmanos são a maioria em todos os países.

“No Oriente Médio, os muçulmanos são 92,5% da população. Mais de 30% de todos os muçulmanos da terra vivem nessa região. Ali também há países fechados para o evangelho. Na Líbia, Mauritânia, Catar, Arábia Saudita, Tunísia, Kuwait, e Iêmen não há uma única igreja evangélica nativa”.

Não obstante, a existência de povos não alcançados pelo evangelho, ainda hoje, revela a nossa responsabilidade de assumir uma visão global de missões promovendo a obra missionária entre todos os povos da terra.

Uma responsabilidade que precisa ser considerada em todas as suas dimensões e que se torna ainda mais acentuada quando observamos atitudes como a do povo Mouke, na Papua Nova Guiné. Um povo que após ter ouvido sobre o que Deus estava fazendo numa aldeia vizinha, dirigiram-se até a sede da Missão Novas Tribos com 20 kina (moeda local) e fizeram a seguinte pergunta aos missionários da base: Quanto custa um missionário?

Na concepção deles, era tão difícil ter a presença de um missionário entre o seu povo, que pensaram que a única alternativa que restava seria comprar um missionário exclusivamente para eles.

Situações como essa revelam que os perdidos, além de esquecidos, estão também sedentos do evangelho e por essa razão, os seus clamores estão chegando até nós. “Passou a sega findou o verão e nós não estamos salvos”. Jeremias 8:20.

Povos que permanecem com os olhos do entendimento fechados para a verdade, mas surpreendentemente, com seus corações abertos para ouvir acerca de Jesus.

Precisamos corrigir toda negligência, consagrando a nossa vida inteiramente ao Senhor, para que Ele seja proclamado por todos os lugares através da nossa intercessão, das nossas contribuições e da nossa disposição em saciar aqueles que têm fome e sede do conhecimento de Deus.

Não tenho dúvidas de que o maior desafio missionário para a igreja do século XXI e para cada crente individualmente, é exatamente promover a realização da tarefa missionária entre os que ainda não ouviram, focalizando os povos ainda não alcançados. Um desafio que ainda está distante de ser alcançado. É hora de agir!





1 - Fonte de informação: Sepal. Cartões de Oração pelos Povos Não Alcançados, cartão C.
2 - Atualmente é a região de maior concentração de povos ainda não alcançados pelo evangelho. É também conhecida como Cinturão de Resistência ou Fortaleza de Satanás. Essa janela estende-se do oeste da África ao leste da Ásia, estando de 10 a 40 graus ao norte do Equador. Fonte de informação: Missão Horizontes. Revista Janela 10/40, Indo ao Núcleo do Núcleo.
3 - O número de tribos indígenas brasileiras tem variado ao longo dos anos. Dessa forma, os números apresentados no texto estão de acordo com dados mais recentes divulgados pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio).
4 - Nilcilene Figueira. Revista da Campanha, pg. 34.


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