POVOS MINORITÁRIOS E NÃO ALCANÇADOS NO BRASIL
CIDADES MENOS ALCANÇADAS DO BRASIL
Luis André Bruneto
RECONHECIMENTO E ESTRATÉGIA
Seja no contexto urbano, seja fora dele, o trabalho
missionário tem a pesquisa como uma aliada. Por meio dessa ferramenta, é
possível apresentar necessidades pontuais que podem ser atendidas no campo
missionário, evitando muitos entraves e o escoamento de preciosos recursos,
como tempo e finanças. Lançando mão de informações valiosas, podemos determinar
quais estratégias seriam eficazes no processo de mobilização e treinamento
missionário.
No decorrer da história da Igreja, é possível notar
que muitas iniciativas missionárias foram despertadas por meio de necessidades
evidenciadas por pesquisas específicas, trazendo à tona a urgência da
evangelização em determinados contextos, considerando o avanço do Evangelho por
regiões em que ainda não havia sido iniciado nenhum trabalho missionário.
É necessário pensar no que figura como prioridade na
agenda da evangelização local e transcultural. O Brasil é considerado um país
“alcançado”, mas o que poucos sabem é que há pelo menos 309 cidades brasileiras
com menos de 5% de cristãos evangélicos.
Os números apontam os alvos e as
prioridades relacionadas à evangelização que devem estar no topo da agenda da
Igreja, incumbida de uma missão muito clara: de ir por todo o mundo e fazer
discípulos de todas as nações (Mt 28.19).
CIDADES COM MENOS DE 2%
Há 24 cidades brasileiras com
menos de 2% de cristãos evangélicos, o que corresponde a cerca de 84 mil
pessoas, e a porcentagem média de crentes nessas cidades é de 1,4%.
Um dado curioso é a localização
desses municípios: um em Santa Catarina, um em Minas Gerais, dois no Piauí, dois
em Alagoas, dois na Paraíba e 15 estão no Rio Grande do Sul. Essas cidades
estão num raio de 300 quilômetros, e 13 delas ficam na Serra Gaúcha.
Essas pequenas cidades, com uma
média de 2,2 mil habitantes, são marcadas pela forte religiosidade católica
romana herdada de imigrantes europeus, especialmente italianos.
Ao cruzar os dados, é possível encontrar outra
particularidade. Nos Censos dos anos 2000 e 2010, entre as 15 cidades
localizadas no Rio Grande do Sul, 11 delas apresentaram um encolhimento urbano,
o que se deve principalmente à busca por uma melhor qualidade de vida. As
metrópoles estão especialmente envolvidas nesse processo por serem as maiores
“receptoras” desses migrantes.
Vale lembrar que a questão urbana não é uma
singularidade da nossa geração. Portanto, há muito o que extrair da atuação do
apóstolo Paulo no quesito de plantação de igrejas nesse contexto. Nos registros
das viagens do apóstolo fica claro que ele não plantou igrejas por todo canto
que passou.
Aparentemente Paulo não queria “perder tempo” com
cidades menores. Ele centralizou suas atividades em importantes centros
urbanos, considerados estratégicos.
Por exemplo: a cidade de
Tessalônica tornou-se a base missionária para a província da Macedônia;
Corinto, a base para a província da Acaia; e Éfeso, para a Ásia proconsular.
A partir desses centros escolhidos, Paulo tinha bases
para evangelizar as regiões que essas cidades compreendiam. Por isso, é de se
pensar que ele tinha um olhar apurado sobre a cidade, destacando elementos
importantes para a realização desse objetivo, sempre visando a evangelização do
mundo em sua geração. Os princípios adotados pelo apóstolo ainda são práticos e
totalmente aplicáveis. Ao retomar o tema das cidades menos evangelizadas do
país e ao cruzar os dados dos números de habitantes com o número de evangélicos
é preciso considerar o quesito imigração. Para formar as bases para a
evangelização das circunvizinhanças, alguns pontos podem ser sugeridos.
PIAUÍ
O Piauí é o estado menos evangelizado da nação, com 9,7% de evangélicos. Ele
tem quase 25% dos seus 224 municípios com menos de 5% de evangélicos. São 52
cidades abaixo desse contingente. Nesses casos estão os municípios de José de
Freitas, Palmeirais e São Miguel do Tapuio. Esses municípios estão crescendo e
formam um triângulo com várias cidades em volta com esse percentual de menos de
5%.
RIO GRANDE DO SUL
Embora o Rio Grande do Sul tenha
18,3% da população declaradamente cristã evangélica, é daqui que temos o maior número de municípios com menos de 5% de
evangélicos: 55. Desses, 48 têm menos de 5 mil habitantes, o que denota uma
característica bastante comum nesse contingente geral: são cidades pequenas.
Os municípios que seriam base
aqui são os de Arvorezinha, Coronel Pilar e Fagundes Varela.
Essas são apenas estratégias para
que possamos levar o Evangelho àqueles que necessitam. O ideal é começarmos por
aqueles que nunca ouviram. Se partirmos desse princípio e olharmos para o nosso
país, aqui estão boas soluções. Que o Senhor da seara nos guie em tudo!
Luis André Bruneto
Missionário e diretor de
pesquisas da Servindo a Pastores e Líderes (Sepal). Membro da equipe de
pesquisas do One Challenge International (OCI) e da Global Planting Church
Network (GPCN
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