DESPERTA, Ó TU QUE DORMES, LEVANTA-TE DE ENTRE OS MORTOS, E CRISTO TE ILUMINARÁ. Ef. 5:14
Isaías 6:1-8
INTRODUÇÃO
Isaías viveu
numa época em que a frieza espiritual predominava na vida da maioria das
pessoas. O capitulo 1 do livro de Isaias nos traz uma visão
geral das condições espirituais do povo de Deus: Muitos viviam em pecado,
outros rejeitavam uma vida comunhão, e eram indiferentes a palavra do Senhor. O
caos moral e a frieza espiritual prevalecia ao ponto de Deus rejeitar os cultos
e sacrifícios que eram oferecidos no templo.
Na Bíblia
encontramos muitas ilustrações sobre a frieza espiritual. Na parábola das dez
virgens, por exemplo, vemos o mau exemplo de cinco que são
imprudentes, pois se acomodam e não colocam o azeite em suas lâmpadas, não se
preparando para o encontro com o noivo. Elas ilustram a condição daqueles
crentes que não se preocupam com consagração e compromisso com Cristo, que é o
noivo da sua igreja.
Na parábola dos talentos temos o mau exemplo do
servo negligente, que enterra seu talento e se acomoda em não produzir frutos.
Por causa da sua negligencia, ele perde honras e privilégios. No livro de
apocalipse capitulo 1, Jesus adverte a igreja de Efeso, por não ama-lo
tanto como antes. Jesus chama aqueles crentes para que se arrependam e voltem a
servi-lo como antes, retornando ao primeiro amor.
Mas não
devemos ficar desiludidos, porque Deus sempre realiza grandes avivamentos em
épocas de crise espiritual. Quando o
mundo esta cheio de pessoas vazias é que devemos começar a buscar um
avivamento. Quando a terra do nosso coração esta seca e sedenta de Deus devemos
buscar por um avivamento. Quando há pouco interesse pela palavra de Deus, pela
oração e por uma vida de consagração, devemos buscar avivamento.
Através do
avivamento, a igreja e os crentes passam a ter mais sede de Deus, passam a
buscar mais a intimidade de Deus, desejam mais o próprio Deus e a sua palavra.
2. FOI NUM CENÁRIO DE VAZIO E CORRUPÇÃO ESPIRITUAL QUE DEUS DESPERTA
ISAIAS.
Isaias foi o
instrumento que Deus queria levantar para confrontar a frieza espiritual do seu
povo e anunciar a sua palavra. É interessante destacar que no capitulo 6, um
serafim toca Isaias com uma brasa. Mas, você notou onde ele toca o profeta: Na
boca. Isto acontece porque Deus estava preparando Isaias para anunciar sua
palavra a uma geração espiritualmente decadente.
Acredito que
algo parecido pode acontecer com muitos nos dias atuais. Deus pode tocar em
você com o objetivo de despertá-lo e prepará-lo para anunciar a sua palavra.
Este
capitulo 6, relata a experiência que Isaías tem com Deus. Por meio desta
experiência Deus começa a despertá-lo para pregar a sua palavra àqueles que
estavam espiritualmente frios e distantes do Senhor.
3. A EXPERIÊNCIA DE DESPERTAMENTO ESPIRITUAL DE ISAIAS PASSA POR QUATRO
ESTÁGIOS:
3.1 O primeiro estagio:
CONTEMPLAÇÃO; ELE VIU O SENHOR. V. 1-4
Isaias ve o
Senhor num alto e sublime trono, numa época em que o rei Uzias havia morrido. A
morte do rei deixou um vazio no poder gerando disputas pelo trono. As
perspectivas eram desanimadoras naquele tempo.
Alguém já
disse que “quando as perspectivas são desanimadoras, devemos olhar para o
alto!” Para o jovem Isaias as circunstancias eram
difíceis. O rei havia falecido, sua nação estava em perigo e havia um grande
vazio moral e espiritual. Mas o que Isaías viu ao olhar para o alto? Ele viu
Deus assentado em seu trono reinando como soberano do universo! Do ponto de
vista humano a terra estava em caos e o trono de rei Uzias estava vazio. Do
ponto de vista celestial, toda a terra e os homens estavam sob o governo de
Deus e o seu trono nunca fica vazio.
Quando as
circunstancias são difíceis para nós ou quando nossos problemas tornam-se
maiores do que nossas forças, é bom ver as coisas do ponto de vista celestial.
A visão de
Deus em seu trono, renova as esperanças de Isaias, e lhe revela que Deus esta
no controle da história de seu povo. Quando
Isaias anunciava a palavra de Deus para aquela geração e enfrentava
perseguições, certamente se lembrava que Deus estava no controle absoluto de
todas as circunstâncias, e esta lembrança lhe renovava.
ILUSTRAÇÃO.
Conta-se a
respeito de uma senhora muito pobre telefonou para um programa evangélico de
rádio pedindo ajuda. Um bruxo que ouvia o programa, resolveu pregar-lhe uma
peça Telefonou para a rádio e obteve seu endereço. Chamou seus
"secretários" ordenou que fizessem uma compra e levassem para a
mulher, com a seguinte orientação: Quando ela perguntar quem mandou as compras,
respondam que foi o diabo que enviou tudo aquilo! Ao chegar a casa, a mulher os
recebeu com alegria e foi logo guardando os alimentos na sua prateleira, mas…
não perguntou quem lhe havia enviando. Os "secretários" do bruxo, sem
saber o que deveriam fazer, provocaram a pergunta: – A senhora não quer saber
quem lhe enviou estas coisas? A mulher, na maior simplicidade da sua fé,
respondeu: – “NÃO, MEU FILHO. NÃO É
PRECISO. QUANDO DEUS MANDA, ATÉ O DIABO OBEDECE!”
Quem faz
missões, quem anuncia a palavra de Deus precisa confiar na soberania de Deus
sobre todas as circunstancias. Deus tem o controle absoluto de tudo.
3.2 O SEGUNDO ESTAGIO DO DESPERTAMENTO DE ISAIAS:
INTROSPECÇÃO; ELE VIU A SI MESMO. V. 5-7
A visão de
um Deus completamente santo e que esta assentado em seu trono, faz com que
Isaias tenha consciência de quem ele é. Ele declara
no verso 5: “Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro
no meio de um povo que também tem lábios impuros. E com os meus próprios olhos
vi o Rei, o SENHOR Todo-Poderoso!”.
Isaías é
profundamente tocado pela visão de Deus e confessa que era um pecador. Ele
reconhece suas fraquezas, seus limites e sua dependência de Deus.
Algo
importante que aprendemos aqui é que antes de ministrarmos aos homens é
importante nos permitir ser ministrados por Deus. Antes de falarmos de salvação
e arrependimento a outros é importante que nos arrependamos dos nossos pecados.
Ao estar
consciente de quem é, Isaias suplica a Deus para ser purificado. No intimo de Isaias estava o mesmo anseio do salmista quando declara:
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito
inabalável”. Salmo 51:10.
Deus atende
ao pedido do profeta e envia um anjo que tem em suas mãos uma brasa. O anjo
toca a boca do profeta com aquela brasa. Esta brasa é vista como o fogo
purificador. Ela simboliza o Espírito Santo purificando a boca do profeta. O
toque desta brasa simboliza Deus capacitando o profeta com seu poder para falar
a sua mensagem.
Quando
Moises diz ao Senhor que era incapaz de falar em Ex.4: 10, Deus lhe diz no
verso 12, que lhe ensinaria o que dizer. Deus nos capacita para realizar a sua
obra. É ele quem nos prepara, por isso não temamos.
Talvez você
esteja diante de uma situação difícil, dizendo: “Eu não posso”. Mas lembre-se
que Deus pode! Talvez diga “Eu não sei”. Mas Deus sabe de todas as coisas. Ou
declare “Eu não sou”. Mas Deus é. Ou diz “Eu não tenho”. Mas Deus tem.
Lembre-se, se fôssemos capazes de tudo, não precisaríamos de Deus.
3.3 O TERCEIRO ESTAGIO DO DESPERTAMENTO DE ISAÍAS:
VISÃO; ELE VIU A NECESSIDADE (V.8)
Após ter a
sua boca purificada pela brasa, Isaías testemunha Deus bradar: “A quem enviarei
e quem há de ir por nós?”. A nação precisava de Deus e o Senhor queria um servo
para ministrar ao povo.
Deus esta a
procura de pessoas para estas sejam os canais de sua mensagem. Em Lucas 10:2,
Jesus nos faz a seguinte advertência: “A seara é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua
seara.” No reino de Deus nunca há desemprego, porque os trabalhadores são
poucos.
Há muitos
perdidos, mas poucos se dispõem para anunciar o reino. Por este motivo, Paulo pergunta em Romanos 10:14: “Como, porém,
invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada
ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”.
ISAIAS TINHA
CONSCIÊNCIA DE SEUS PECADOS, DE SEUS LIMITES E FRAQUEZAS, MAS ELE VIU A
NECESSIDADE E SE DISPÔS.
ELE
RESPONDE: “EIS-ME AQUI ENVIA-ME A MIM…”.
Muitos estão
esperando que um anjo desça do céu para lhes ordenar que “vá evangelizar”. Mas,
basta ver a necessidade, basta contemplar os campos e searas que estão brancos
para a ceifa. Em Apocalipse 14:15, João vê na visão um anjo
que sai do santuário, gritando em grande voz. Este anjo ordena: “Toma a tua
foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já
amadureceu!”. A seara já esta madura e há muito trabalho, basta vermos as
necessidades que existem ao nosso redor.
Um certo
escritor disse que "há crentes que na vida secular são leões que rugem,
mas, na obra de Deus, são gatos velhos e cansados". Precisamos da coragem e força dos leões para realizar a obra de Deus
nestes dias. Certamente Ele nos capacitará, se nos dispormos.
4. CONCLUSÃO
Isaías se
dispôs. E havendo disposição, Deus nos usa para realizar coisas grandiosas. A
história missionária é a história de homens e mulheres que se colocaram à
disposição para levar o Evangelho aos mais remotos lugares do planeta.
Estudando as biografias destes heróis que ao mesmo tempo são humanos e falhos,
podemos entender que o segredo de cada um deles é que se dispuseram nas mãos do
Senhor.
William
Carey (1761 a 1834), Inglês, chamado o “pai das missões modernas”. Foi
sapateiro dos 16 aos 28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia
a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o
primeiro pastorado em 1785. Demonstrava uma forte preocupação missionária e um
profundo desejo de se envolver diretamente. Numa pregação em Nottingham
proferiu as palavras: “espere grandes coisas de Deus; porem tente grandes
coisas para Deus”. Ele organizou a Sociedade Missionária Batista e no ano
seguinte Carey rumava para a Índia. A estratégia empregada por Carey se baseava
nos seguintes pontos: ele investiu sua vida na Conversão dos indianos, na
formação de uma igreja nacional, no treinamento de pastores e na tradução da
Bíblia.
Apesar de
muito sucesso, Carey também enfrentou enormes dificuldades familiares e uma
situação econômica difícil. Sua determinação e disposição para servir, fez
superar as adversidades e Carey marcou uma era, deixando uma ínspiração
missionária para as gerações posteriores e influências positivas no seu país de
trabalho.
Hudson
Taylor (1832 a 1905), inglês, filho de um farmacêutico e pregador
metodista leigo. Converteu-se aos 17 anos, mas desde criança queria ser
missionário. Em 1853 viajou para a China onde mais tarde fundou a “Missão para
o interior da China”. Em sua estratégia de trabalho, destaca-se seu desejo de
identificação com o povo chinês. Vestiu-se como os chineses igualando-se a eles
o máximo possível, inclusive quanto ao cabelo e às unhas. Recebeu, por isto,
muitas críticas de seus colegas missionários, mas mesmo assim prosseguiu e
muitos se converteram.
David
Livingstone (1813 a 1873), Escocês,
estudou medicina e teologia, finalizando os estudos em 1840, e se dispôs para
ser enviado no mesmo ano para a África, pela Sociedade Missionária Londrina.
Foi um grande desbravador do interior africano, contribuindo, tanto para a
divulgação do Evangelho, como para a exploração do continente. Muitos foram
conduzidos a Cristo através de seu testemunho.
Estes e
tantos outros perceberam a necessidade, viram que os campos estavam maduros
para a ceifa, e se dispuseram para anunciar o evangelho do reino.
Em Lucas
13:7 Jesus conta a história de um agricultor que cuidava de uma figueira há
três anos. Ele procurava frutos nesta figueira, mas não os achava. Então ele
ordena que ela seja cortada, pois estava ocupando inutilmente espaço na terra.
Em isaias 5,
Deus compara o seu povo a uma vinha. Ele planta
esta vinha num lugar de muita prosperidade. Ele a cerca, o que simboliza sua
proteção. Ele a limpa, o que simboliza a santidade sendo gerada em nós. Ele
edifica uma torre, o que simboliza que Ele nos protege. Ele constrói um lagar.
O lagar era um tanque onde as uvas eram esmagadas para que o suco fosse
produzido. Este lagar simboliza que Deus nos trata. No verso 4 deste
Capitulo Deus diz que fez tudo o que podia pela sua vinha, mas sua vinha
produziu uvas azedas em vez de uvas doces. Sua vinha, que simboliza o seu
povo, não estava produzindo bons frutos, e isto deixa Deus indignado, e o
Senhor resolve castigar os israelitas por não produzirem bons frutos.
Meu desejo a
cada pessoa que leia esta mensagem, é que nós não sejamos encontrados por Deus
na condição de uma figueira ou de uma vinha que está sem frutos, ocupando
inutilmente o espaço. Que Deus encontre em cada um de nós os frutos de uma vida
comprometida, com a evangelização, com o amor e dedicação a sua obra.
Que Deus nos
abençoe, em nome de Jesus, amém!
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