CONTEXTUALIZAÇÃO...
Contextualização
é a adaptação da mensagem do Evangelho comunicada pelo missionário à cultura
receptora, dentro do contexto e da cosmovisão dessa cultura.
Veja a pregação
de Paulo aos areopagitas (At 17.22-31). A contextualização
das verdades universais do Evangelho numa cultura inclui a definição, seleção, adaptação e aplicação dessas
verdades universais, pois tem estreita ligação com as necessidades das pessoas
na sociedade (veja Atos 2.41-47), bem como na sua relação com Deus.
A
contextualização abrange todas as áreas das estruturas sociais (particularmente
o socorro aos necessitados e a justiça social), jurídicas, econômicas,
políticas e ideológicas da sociedade.
Ela deve começar na vida do próprio missionário, por meio da adoração e da profunda comunhão com Deus, do bom testemunho pessoal, da prática do serviço e da justiça social, do sacrifício próprio, da renúncia aos interesses pessoais e a submissão plena ao senhorio de Cristo. Como discípulo, ele terá de identificar-se com a cultura respondente, tal como o Mestre identificou-se com a humanidade, a ponto de submeter-se à morte de cruz (Fp 2.7-8).
OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS SÃO IMUTÁVEIS, MAS OS COSTUMES MUDAM.
Como podemos observar, no Brasil o abraço é uma forma adequada de saudação, além do cumprimento com as mãos. Entretanto, em países como a Coréia e o Japão o usual é uma ligeira flexão à pequena distância. Um brasileiro mais afoito poderá causar sérios constrangimentos, caso deseje impor o abraço como "modelo bíblico" para coreanos e japoneses e vice-versa.
¨ COMO O SER HUMANO PENSA E SE SENTE
Pessoas de outras
culturas agem e vivem de modo diferente de nós. Às vezes até pensam diferente.
Isto implica uma lógica diferente ou estranha. O que parece normal e lógico
numa certa cultura se torna, numa outra cultura, estranha e ilógica. De repente
percebemos que existem também outras atitudes,
tradições e convicções, outros valores, sentimentos e hábitos.
Esta
problemática, geralmente, não é uma questão de certo ou errado, melhor ou pior;
simplesmente é diferente, um problema que traz vantagens e desvantagens para a
pregação do evangelho.
1. No Japão existem
muitas regras para a vida
2. Na China os
presentes devem ser embrulhados em papel vermelho.
3. Agir com
nervosismo, falar alto ou outras reações emocionais constituem um escândalo,
mas um sorriso chinês é bem visto em qualquer circunstância.
4. Cuidado com
qualquer contato físico com pessoas no Japão, na Tailândia e em Sri-Lanka.
5. Ninguém jamais
poderá tocar os cabelos de uma criança tailandesa porque a cabeça constitui a
parte mais santa do corpo humano.
6. Pior ainda é apontar
o dedo para alguém ou tocar os seus pés.
7. Os filipinos têm
sérios problemas em aceitar crítica sobre seu país. Pessoas convidadas devem
chegar ao local com, pelo menos, 15 minutos de atraso. Se elas chegam antes são
consideradas glutonas.
8. Na China, por
outro lado, a pontualidade os vestidos finos e a decência são de suma
importância.
9. Gorjetas são desprezadas.
Quando você chega
a um novo país é recomendado que comece logo observar e anotar os costumes,
hábitos, tradições, pensamentos predominantes e maneira de pensar, sentir e
comunicar. Desta forma você terá, aos poucos, um retrato fiel das pessoas que
vivem nesta cultura.
Você será
sensibilizado e preparado para, depois, aprender a língua e, finalmente,
comunicar o evangelho de Jesus Cristo. O importante é não criticar as coisas
que você ainda não compreende. Você sempre pode pesquisar ler, observar,
analisar e perguntar.
Deve-se entender
também que atrás de cada costume há uma razão e um por que. Se não entendemos a
razão, observando apenas como alguém fora da cultura, fazemos julgamentos
errôneos, considerando um costume ou outro como "absurdo"- e
assim por diante.
Recusamo-nos a nos adaptar e, pior ainda, tentamos mudar as pessoas daquela cultura, ensinar-lhes e impor-lhes os costumes da nossa própria cultura, que consideramos a única certa. Isto é, na linguagem antropológica, ETNOCENTRISMO - quando a nossa cultura como padrão para julgar qualquer outra cultura.
VEJAMOS ALGUNS
EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS INERENTES À
CULTURA:
Nas culturas
orientais, é proibido entregar ou receber algo com a mão esquerda. Deve-se usar
sempre a mão direita ao se relacionar com alguém ou para comer.
A razão é que a
mão esquerda tem função de papel higiênico nesses países; portanto é imunda, e
como tal não pode ser estendida a outras pessoas.
Outro exemplo:
não se pode acariciar pessoas na cabeça, nem mesmo crianças.
Há alguns anos,
nos cartões de desembarque para estrangeiros entrar na Indonésia foram
incluídos dois avisos: "Portar droga é passível de pena de
morte", e: "Não se deve acariciar nem mesmo crianças na
cabeça".
O próprio povo
não sabe o por que; só sabe que é muito má educação e insulto ser tocado na
cabeça.
Estudando-se sua cultura, provavelmente a razão disso foi porque aquele país já foi p um país hindu, há alguns séculos. Pelo conceito hindu, a alma da pessoa encontra-se na cabeça. Portanto, tocar alguém na cabeça insultaria ou faria mal à alma. Com o passar do tempo, o povo não sabia mais a razão disso, embora o costume tenha se tornado um tabu, uma tradição.
NEM TUDO PORÉM É
EXPLÍCITO; NEM TUDO O POVO SABE EXPLICAR.
O significado e a
razão podem estar imersos e implícitos no conhecimento do povo. O missionário
deve estudar e pesquisar para descobrir as razões e significados de cada
costume e comportamento.
Ao entendê-los, essas coisas não parecem mais absurdas. Indo além, saberá como adaptar-se ao costume quando este é neutro, apenas uma cultura humana de socialização. Ou saberá julgar sob a luz da Palavra de Deus, se trata de costume pecaminoso, devido à pecaminosa tendência da queda do homem, ou então de algum costume com influência diabólica - devido à influência do inimigo, o "príncipe deste mundo". A este último que chamamos FATOR SUPRACULTURAL, isto é, que não tem origem humana.
O missionário
deve discipular os convertidos daquele povo para que sejam transformados,
mudados nos aspectos culturais contrários aos princípios bíblicos para costumes
de acordo com a cultura do Reino de Deus.
No entanto,
deve-se tomar muito cuidado em não misturar-se aí a cultura do próprio
missionário, ao considerar os costumes de sua cultura como se fossem costumes
bíblicos.
Deve-se ainda conseguir distinguir os FATORES SUPRA
CULTURAIS que tenham origem em Deus, os quais são
positivos para a cultura do povo. O homem foi criado à imagem e semelhança de
Deus; portanto, há aspectos bons em cada cultura.
Nenhuma cultura é
totalmente perfeita - devido à mancha da Queda e à influência de Satanás - nem
é totalmente errada - visto que ainda há atributos da imagem de Deus no homem e
também na cultura como um produto humano. Observando as diretrizes da Antropologia
Missionária, podemos estudar todos esses aspectos.
Há ainda o fator
determinante da função de cada costume numa cultura. Além do comportamento
visível, há o significado por trás
dele. Como uma somatória do comportamento e do significado está a função do
costume na sociedade. Um missionário que não esteja consciente da função de um
costume pode aboli-lo ao discípular os novos convertidos e provocar nesse
momento um vácuo cultural.
Um caso desse
tipo foi a abolição de um costume funerário em meio aos chineses, segundo o
qual passam-se dezenas de dias em "velório" antes do funeral,
realizando cerimônias idólatras. Como povo budista, eles não devem demonstrar
muita emoção, nem mesmo tristeza no sofrimento de perda de alguém amado. O
velório de longos dias dá oportunidade para extravasarem a emoção. Ao cabo de
tantos dias recebendo condolências de todos os parentes e amigos, atendendo-os
com comida e bebida, a família em luto fica cansada e aliviada quando tudo
passa, e já teve tempo oportuno para adaptar-se à nova etapa da vida sem a
presença da pessoa morta. Ao abolir o costume, diminuindo para os cristãos o
tempo de luto para apenas três dias, forma-se o vácuo: não há tempo para
adaptar-se nem para extravasar a tristeza.
Vale a pena
reiterar, para efeito didático, que coreanos e japoneses, entre outros
povos orientais, como citado anteriormente, têm também o costume de tirar os
sapatos como sinal de respeito antes de entrarem em qualquer casa.
Em outros países, como o Marrocos, Madagascar, Índia e outros países é comum os homens andarem de mãos dadas, isto não significa em hipótese alguma qualquer desvio de conduta moral. É apenas uma forma de companheirismo.
Missionários brasileiros que trabalharam em Madagascar tiveram que adaptar-se às circunstâncias, como mostra o testemunho de um deles:
Quando viajávamos pela Ásia observamos
que um costume entre os homens era cumprimentarem-se dando três beijos na face,
meu desejo era o de afastá-los quando se aproximávamos. Se o fizesse, eu
obviamente lhe comunicaria rejeição.
Outras
vezes, quando caminhávamos com amigos, metia as mãos nos bolsos com medo
de que alguém me tomasse pela mão enquanto caminhávamos.
Para os homens daqueles lugares, andar de
mãos dadas é uma expressão de amizade totalmente normal - o que para mim, um
latino, significa algo muito diferente. Novamente, sem dizer uma palavra, eu
estava comunicando coisas que dificultavam a comunicação do Evangelho.
Muitas vezes
nosso etnocentrismo cria barreiras
para a comunicação transcultural.
O missionário "precisa aprender os
costumes do povo, comer sua comida e vestir suas roupas. Caso contrário, o
obreiro é tratado com desprezo".
Outra questão séria é a das vestimentas. O quadro muda de região para região, cabendo, portanto, ao missionário uma atitude de equilíbrio, de modo que ele não transplante situações próprias do Brasil para a realidade na qual vai viver, nem trabalhar, ao retornar, costumes incompatíveis com o nosso "modus vivendi". Leia o texto de Deuteronômio 22.5.
As roupas
dos tempos bíblicos eram bem diferentes
das que se usam hoje, principalmente no mundo ocidental, mas sem dúvida havia
um padrão para o homem e outro padrão para a mulher.
O princípio
bíblico da distinção entre o sexo masculino e o sexo feminino, embutido no
texto acima, permanece inalterado em qualquer cultura, ainda que a forma da
vestimenta seja diferente, pois em cada circunstância há um padrão que
distingue um sexo do outro.
Numa pesquisa
entre uma turma de novos missionários transculturais indianos, deveriam
listar-se as dez coisas mais ofensivas que as pessoas fora de sua cultura
poderiam fazer. Em resposta, mais da metade listou em primeiro lugar que seria
se elas desprezassem sua comida.
Nós, às vezes,
achamos que podemos e devemos ser francos, ou até temos o direito de recusar certa comida,
principalmente quando essa comida é muito diferente daquela que costumamos
comer - como, por exemplo:
ovos chocos, cérebros
de macaco, ratos, cobras ou caramujos!
Nossa tendência é
de rejeitar o que desconhecemos, querendo o conforto daquilo que conhecemos e
gostamos. Como ocorreu com aquele obreiro que no seu décimo dia na Europa ligou
para sua mãe, dizendo que não agüentava mais comer só pão e batata: queria feijão!
A lição não comporta outros exemplos, em razão do espaço, mas fica a sugestão para que você aprofunde o assunto, tomando como base, principalmente, o mundo muçulmano.
A TÍTULO DE CURIOSIDADE SEGUE ALGUNS EXEMPLOS
São mais de sete bilhões de habitantes no
mundo, países. Seria absurdo pensar, então, que todos teriam os mesmos costumes
e regras, não é? Cada local tem suas regras de etiqueta,
convivência, gorjeta e gestos, e é sobre isso que falaremos
neste post. Veja alguns exemplos da diversidade desse mundão!
ALEMANHA
Seja
pontual, use o guardanapo no colo e não deixe comida no prato. Não se esqueça
da gorjeta, 10% do valor da conta. Corte os alimentos com o garfo, isso é
considerado elogio ao cozinheiro.
BULGÁRIA
Flores
amarelas significam ódio.
CHILE
Sempre
use talheres, para tudo. Comer com a mão é visto como falta de educação.
Também, não é educado falar com os talheres na mão.
CHINA
Limite
seu cumprimento a um aceno de cabeça, o contato físico não é intenso por lá,
nem o contato visual. Gorjetas são consideradas ofensa.
Não
morda o macarrão quando estiver comendo, dê aquela puxadinha. Não tem problema
se fizer bagunça ou barulho, já que a massa simboliza “vida longa”. Inclusive,
arrotar significa que você gostou da comida. Não aponte os hashis (“pauzinhos”)
para ninguém quando estiver comendo.
CORÉIA DO SUL
Caso
queira ser servido (a), ofereça seu copo com as duas mãos. Espere a pessoa mais
velha da mesa começar a comer para, então, você começar. Deixe um pouquinho de
comida no prato, isso significa que você está bem alimentado (a).
ESPANHA
A
gorjeta recomendada é de 10%. O aperto de mão deve ser forte. Coma sempre com
talheres.
ESTADOS UNIDOS
Dê
gorjeta! O valor mínimo é de 15% da conta total. O aperto de mão deve ser firme
e decidido. Só comece a comer depois que o anfitrião começar, e não sopre os
alimentos.
FRANÇA
O
cotovelo nunca vai em cima da mesa, e chupar os dedos é abominável para os
franceses. Dividir a conta é falta de etiqueta. Ou você paga tudo, ou espera
que alguém pague para você.
ÍNDIA
Não coma
muito rápido, mas também não se demore muito, e não deixe comida no prato.
INGLATERRA
Pontualidade
britânica não é apenas uma expressão. Se marcar um compromisso com uma pessoa
britânica, esteja lá na hora, ou antes do horário marcado – isso será cobrado.
Fale baixo, e não fique encarando ninguém. Nas refeições, garfo vai na mão
esquerda e faca vai na mão direita, e nunca fale de boca cheia.
ITÁLIA
Katchup
na pizza é praticamente um crime para os italianos, e pedir aquele parmesão
para colocar na massa pode ser considerado ofensa – só coloque se te
oferecerem. Só saia da mesa quando todos terminarem de comer. O cappuccino é
uma bebida para antes do almoço, nem pense em pedi-lo num café da tarde. A
gorjeta deve ser entre 5% e 10%.
JAPÃO
Não se
oferece gorjetas no Japão, isso é considerado ofensa. Nunca espete o hashi na
comida, isso significa morte! Ao tomar sopa, faça barulho, pois isso quer dizer
que você gostou da refeição. Quando for entrar na casa de alguém, tire os
sapatos. Mascar chiclete não é bem visto por lá.
MÉXICO
Flores
amarelas significam morte, não as ofereça de presente. Comer com a mão não é
falta de educação.
ORIENTE MÉDIO
Não
pegue ou ofereça nada com a mão esquerda – é considerada a “mão suja” naquela
cultura. Os mais velhos têm sempre prioridade em tudo, principalmente ao entrar
em locais e ao começarem a refeição. Cruzar as pernas e apontar o pé para
alguém é falta de educação. As mulheres precisam estar com roupas discretas e,
na maioria dos casos, com a cabeça coberta – isso simboliza respeito à cultura
local.
PORTUGAL
Não
coloque sal ou pimenta na comida de um restaurante, porque isso é interpretado
como se você tivesse achado a comida ruim. A gorjeta deve ser de 10% do valor
da conta.
RÚSSIA
A
gorjeta em restaurantes e hotéis é incentivada. Caso vá visitar algum russo,
tire os sapatos ao entrar na casa, aperte as mãos dos anfitriões e leve um
presente – são costumes locais. Não deixe garrafas vazias em cima de mesas. Na
tradição russa, quando uma garrafa estiver vazia, deve ser colocada no chão. A
vodca nunca deve ser misturada ou ter gelo, sempre deve ser consumida pura. Ao
comer, o garfo fica na mão esquerda e a faca fica na mão direita.
SUÍÇA
Pontualidade
é sinal de educação, e conversar com as mãos no bolso é rude. A regra se sal e
pimenta mencionada para Portugal também funciona para a Suíça.
TAILÂNDIA
O garfo
é um acessório que serve para empurrar a comida para a colher. Ou seja, é a
colher que deve ser levada à boca.
SINAIS E GESTOS
Tocar alguém na cabeça |
Não deve ser feito em países budistas,
a cabeça é um local sagrado na cultura |
Joinha |
É ofensivo na Rússia, Grécia, Nigéria,
Austrália, Bangladesh e países islâmicos. No Japão, significa homem. Já na
França, significa apenas o número 1. |
V da vitória |
Se isso for feito com a palma da mão
virada para o rosto da pessoa que faz o gesto, é insulto no Reino Unido,
Austrália, Nova Zelândia e Irlanda. |
Cruzar os dedos |
É ofensivo no Vietnã. |
Sinal de pare com as mãos |
Significa “vá para o Inferno” na Grécia |
Chamar uma pessoa com o
dedo |
Pode dar até cadeia nas Filipinas. É um
insulto em países asiáticos, pois só é utilizado para chamar cachorros. |
Fazer não com a cabeça |
Significa “sim” na Bulgária, Grécia,
Irã e Turquia. |
Figa |
Ofensa na China, Grécia, Indonésia,
Rússia, Turquia e Vietnã. |
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