O QUE É CULTURA?

 






 

Para muitas pessoas, a palavra "cultura" significa o grau de estudos de uma pessoa. Por isso, é comum ouvirmos alguém falar: "Fulano de Tal tem muita cultura". Quase todas as pessoas fazem esta associação da cultura com o desenvolvimento intelectual ou o nível de estudo de alguém. Por esta razão, uma pessoa que tem um linguajar rude, um modo de vida simples, logo é taxada de uma pessoa sem cultura.

O mesmo acontece com as tribos indígenas. Pelo fato de terem uma vida bem simples são taxadas de povo "sem cultura". Mas esta não é uma definição correta e muito menos a definição que vamos falar aqui.

Definimos cultura como o conjunto de comportamentos e idéias característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história.

O termo "cultura" designa os modos de agir, e o termo "sociedade" designa o grupo de indivíduos que compartilham de um mesmo modo de agir.

"Cultura civilizada" e "cultura primitiva"

São expressões comuns que designam os dois principais tipos de cultura humana, não em termos negativos, mas simplesmente em função do grau de desenvolvimento para industrialização de cada grupo. Geralmente a cultura chamada civilizada tem uma maior variedade de escolhas, todas aceitáveis dentro de uma sociedade. 

ENTENDENDO O QUE É CULTURA

Uma compreensão adequada do significado de cultura é um pré-requisito para qualquer comunicação eficaz das boas novas do evangelho a um grupo distinto de pessoas.

O primeiro passo num estudo de cultura é dominar a sua própria cultura. Todo mundo tem uma cultura. Ninguém jamais conseguirá se divorciar de sua própria cultura. Embora seja verdadeiro que qualquer um pode vir a apreciar várias diferentes culturas, e até mesmo a se comunicar efetivamente em mais de uma, o fato é que ninguém consegue se elevar acima de sua própria cultura ou de outras culturas de modo a ter uma perspectiva verdadeiramente supracultural. Por esta razão, mesmo o estudo da própria cultura e uma tarefa difícil. É quase impossível olhar de modo objetivo e completo para algo que é parte de si mesmo.

Um método útil é olhar para uma cultura, é visualizando as sucessivas “cascas” (de uma cebola), ou níveis de entendimento, à medida que se aproxima do miolo da cebola, estamos conhecendo o verdadeiro cerne da cultura.

DIFERENÇA ENTRE CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA

A principal diferença entre a cultura popular e a cultura erudita é que a primeira se baseia nos costumes e tradições do povo, enquanto que a última está relacionada com um pensamento mais crítico, elaborado e elitizado da sociedade.

A cultura popular é direcionada e consumida principalmente pelas chamadas “grandes massas”.

No entanto, é normal que cada região apresente as suas particularidades, que caracterizam diferentes personalidades da cultura popular brasileira.

O QUE É ETNOCENTRISMO:

Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano mais importante que as outras culturas e sociedades.

O termo é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro.

Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias preconceituosas.

Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas.

Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia) pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas. 

ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO CULTURAL

O relativismo cultural é uma corrente de pensamento ou doutrina que tem como objetivo entender as diferenças culturais e estudar o porquê das diferenças entre culturas distintas. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as diferenças de uma forma apaziguadora.

É importante destacar que o relativismo cultural é uma ideologia que defende que os valores, princípios morais, o certo e o errado, o bem e o mal, são convenções sociais intrínsecas a cada cultura. Um ato considerado errado em uma cultura não significa que o seja também quando praticado por povos de diferente cultura.

Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o investigador tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e comportamentos que a princípio lhe parecem estranhos, que resultam em choque cultural.

Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais.

Digamos que em uma tribo da Oceania, as relações de parentesco sejam pela linha matriarcal, e o irmão da mãe, ou seja, o tio faça o papel que o pai executa nas sociedades ocidentais.

De forma etnocêntrica, o antropólogo poderia interpretar estes laços como disformes e criticar em seu trabalho as possíveis consequências sociais e familiares desta ação.

Mas ao relativizar durante seu trabalho de campo, o pesquisador percebe que estas relações são apenas diferentes, pois possuem outros sistemas e processos anteriores que precisam ser levados em consideração.

A fim de fazer uma investigação científica, é indispensável que o pesquisador livre-se de preconceitos e julgamentos, por isso a prática do relativismo cultural na Antropologia. Porém o exercício de relativização também pode ser utilizado pela sociedade como um todo, no dia-a-dia, para entender melhor a posição e comportamentos dos outros, e estabelecer melhores relações sociais, mais compreensivas.

A antropologia define cultura como o “conjunto de comportamentos e ideias características de um povo, transmitidos de uma geração a outra, resultantes da socialização e aculturações acontecidas em todo período da história desse povo”. 

CARACTERÍSTICAS DE UMA CULTURA: 

·                    A cultura é  diversificada, constituída dos hábitos, mitos, religiões, folclores, costumes, língua, estruturas sociais e realizações. 

·        A cultura é  mutável,  sofre a influência de outras culturas, em decorrência de inúmeros e variados fatores, resultantes da evolução do mundo, de novos conhecimentos da humanidade, das novas informações, da massificação, da globalização e das influências transculturais, da absorção de costumes, ideologias, valores e crenças de outras culturas. 

·        A cultura é adquirida, Não é determinada por fatores biológicos ou genéticos, nem é restrita segundo a raça, porém é transmitida de uma geração a outra. Ou seja, cada geração recebe a cultura da geração ascendente, modifica-a e  transmite-a à geração seguinte. 

·        A cultura é dinâmica, porque cada geração recebe a cultura da geração anterior, modifica-a e transmite-a à geração posterior. 

·        A cultura é um sistema compartilhado e é preservada concordemente por uma sociedade. 

·        A cultura é um todo integrado, cujas partes agem de maneira tal que influenciam umas às outras, contribuindo para o perfeito funcionamento do todo.

Os missionários evangélicos têm sido acusados pelos antropólogos de estarem destruindo a cultura do índio, com a introdução de hábitos e costumes do homem branco.

Mas isto não é verdade absoluta pode ser uma meia verdade. Não são apenas os missionários que destroem as culturas, o comércio destrói culturas, o governo tem destruído culturas, educação tem destruído culturas, Coca-cola tem destruído culturas, Mercedes Benz tem destruído culturas. As culturas estão sempre mudando. Não existe cultura estática.

O comércio e o governo têm destruído as culturas muito mais que os missionários. A questão sobre mudança é: a mudança é boa ou ruim. Não queremos  olhar para aquelas pessoas que estão morrendo de fome e dizer que isso faz parte da cultura e deixá-las morrerem de fome. Não queremos que elas morram de pragas ou doenças se nós temos remédios e podemos ajudar. Nós como missionários, devemos ajudar as pessoas a manter suas culturas, mas transformá-las fazendo com que elas sejam melhores.

Muitos antropólogos acusam os missionários falsamente de destruírem culturas, mas o sistema educacional moderno destrói mais culturas do que os missionários. Cientistas, sociólogos...

Todos estão tentando fazer mudanças culturais. Programas de desenvolvimento e outros mais. Agora, os antropólogos não querem que elas mudem. Nesse caso, o antropólogo é colonialista, porque o antropólogo decide:

Então os antropólogos devem ter muito cuidado porque às vezes eles não mudam culturas, mas eles se transformam em colonialistas, tão maus quanto aqueles que mudam as culturas.  

Ele deve contextualizar a mensagem do Evangelho dentro de cada cultura, sem corrompê-lo com o sincretismo religioso dessa cultura. A cosmovisão de uma cultura pode e deve ser modificada pelos valores universais do Evangelho, sem destruir os seus valores culturais.

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