A IGREJA ENVIADORA x AGÊNCIA MISSIONÁRIA

 



Pb. Valmir Barbosa Cordeiro

  

Texto base: 3 João 1:6-8

 

Há quatro décadas envolvido com a obra missionária, exercendo diferentes atividades nas igrejas onde servíamos ao Senhor, como Secretário de missões, Professor e Promotor de missões, sempre tive uma visão clara de como a igreja deveria estar envolvida com o trabalho missionário, não apenas na tarefa de enviar seus missionários, mas também ir com ele e acompanhá-lo na realização da tarefa enquanto estiver no campo missionário.

Com base nestas experiências e outras adquiridas em rápidas passagens, visitas ou trabalhos de curto ou médio prazo realizados no campo missionário transcultural, aprendi que uma igreja não apenas deve enviar missionários, mas também deve ir com eles como parceiros ou sócios de ministério (Filipenses 4.14-15).

É muito importante que a igreja que envia trabalhe junto com seus missionários, atuando como parte ativa para ajudar a alcançar o seu alvo com o evangelho. Agir desta maneira é uma demonstração clara e consciente da importância e da responsabilidade da adoção de um povo inalcançado.

Quando a igreja adota um  PNA (Povo Não Alcançado), fato que acontece como respostas às suas orações e intercessões, logo ela percebe a necessidade não só de enviar, mas também de ir com o missionário ao alcance do povo adotado, entre os quais muitas vezes não existe crentes conhecidos.

Isto não significa que não teremos desafios nem cometeremos erros, estamos conscientes dos desafios que enfrentaremos e dos erros a que estaremos sujeitos a cometer. Mas através de nossos erros, aprenderemos o que é preciso para sermos uma igreja que não só envia mas que também se envolve, mantendo o rumo até alcançar o alvo estabelecido. A igreja tem a responsabilidade de alcançar as nações e não pode conseguir isso a menos que vá com aqueles que por ela são enviados.

COMPROMISSO ESTRATÉGICO DA IGREJA

A igreja deve estar consciente da responsabilidade não só de enviar, mas também de estar envolvida assumindo um compromisso estratégico ainda que a longo prazo.

Estamos comprometidos com aqueles que enviamos, tanto quanto com as pessoas a quem enviamos, até que se plante entre eles uma igreja autóctone.

A Bíblia coloca a tarefa de alcançar os povos não alcançados sob a responsabilidade da igreja, e entendo que não podemos nem devemos delegar esta tarefa a uma agência missionária, embora essa agência seja parte importante da equipe e como tal deve estar integrada na realização da tarefa para as quais os missionários foram enviados.

Ao assumir um compromisso de longo prazo com o missionário e o povo a ser alcançado, estamos nos posicionando para estar entre eles, por tempo indeterminado logo após os missionários serem enviados. Nada impede que a igreja continue trabalhando entre o povo que foi adotado, mesmo que muitas vezes os missionários que outrora enviamos não estejam mais trabalhando entre o povo adotado.

A igreja pode e deve continuar atuando com outros missionários que responderam ao chamado para trabalhar entre eles.  Afinal estamos totalmente comprometidos com o povo a longo prazo.

EQUIPES DE APOIO

Antes dos missionários partirem para o campo, é importante que a igreja assessorada pela Secretaria de missões forme uma equipe de apoio missionário, que será composta por membros da igreja. Esta equipe vai atuar como apoio para os missionários em seus ministérios. Esta equipe também pode e deve atuar como um canal de comunicação entre os membros da igreja local enviadora.

Outra atividade desta equipe é o planejamento de viagens missionárias de curto prazo. Estas  viagens, ajudarão a desenvolver ideias estratégicas para o campo, e fornecerá amor, oração e apoio emocional e espiritual.        Quando houver outras necessidade, a equipe de apoio deve ser a primeira a saber.

A equipe de Apoio é importante e por isso devemos oferecer a elas treinamento em estratégias missionárias para que estejam em sintonia com os missionários. A equipe de Apoio é responsável pela conexão entre igreja local e os missionários no campo.

A RESPONSABILIDADE DA IGREJA NA CAPACITAÇÃO DOS FUTUROS MISSIONÁRIOS

Entre tantas responsabilidades que muitas vezes sobrecarregam a igreja, pesa sobre ela o treinamento e preparação dos futuros missionários desde a idade precoce.

Uma das formas pelas quais temos conseguido isso é treinando nossos jovens e adolescentes, ensinando-lhes base bíblica de missões e as mesmas estratégias que nossos missionários executam. Desde o início, a ideia de que a igreja é a agência de envio é enraizada neles.

Ao final da formação, devemos levar todo o grupo para trabalhar entre os povos não alcançados  e grupos minoritários inalcançados em alguma região onde eles estão localizados, durante este tempo eles poderão colocar em prática o que aprenderam durante o treinamento.

É necessário exigir deles que façam tudo por si mesmos durante a viagem e no estágio.Estando no campo é responsabilidade dos estagiários comprar os alimentos, preparar as refeições, limpar e planejar todas as atividades.

A experiência prática permite aos estudantes vislumbrar como é viver em um ambiente intercultural. Mesmo que nunca se tornem missionários tradicionais a longo prazo, eles serão bem treinados e compreenderão claramente o que é preciso para ser uma igreja enviadora.

COMPROMISSO DE TODOS NA IGREJA

Ao longo dos anos, descobrimos que quando o pastor e sua equipe compreendem e comunicam que Deus deu à igreja a responsabilidade principal de realizar a grande comissão, ocorrem coisas impressionantes. Todos no corpo de Cristo têm um papel a desempenhar para ver pessoas de cada tribo e nação ao redor do trono, adorando o rei como se vê em Apocalipse 5:9.

A visão de preparar e enviar missionários, deve ser uma responsabilidade a ser assumida tanto pelo ministério infantil, no ministério de louvor ou qualquer outro departamento existente na igreja, todos desempenham um papel vital para ajudar uma igreja na execução da tarefa missionária.

Os líderes da igreja desempenham um papel chave na execução destas tarefas missionárias. Se os líderes da igreja não se comprometem, tampouco o farão as pessoas a quem dirigem. Devemos guiar nossas igrejas para enviarem e irem também.

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Pb. Valmir Barbosa Cordeiro

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