A CHAMADA MISSIONÁRIA

 




Pb. Valmir Barbosa 


O Espírito Santo conduz a obra missionária. Ele fala com autoridade à igreja. O Espírito Santo conhece os campos e suas necessidades, os indivíduos e suas carências. Ele conhece os crentes disponíveis para a obra. 

A CHAMADA MISSIONÁRIA

Barnabé e Saulo ensinaram aos cristãos de origem gentílica, durante um ano (11:26). Na época, houve uma seca devastadora na Palestina, o que ocasionou uma grande fome, e os irmãos em Jerusalém enfrentavam dificuldades financeiras, ocasião em que a Igreja gentia levantou uma oferta, para socorrer os necessitados da Judéia (11:27-30).

Lucas abre um parêntese em sua narrativa, para registrar o que aconteceu nessa época em Jerusalém (Atos 12): O martírio de Tiago, irmão de João, a prisão de Pedro e sua libertação miraculosa, em resposta à oração daqueles irmãos, e a morte de Herodes Agripa I, em seguida, retorna à história da igreja em Antioquia da Síria e menciona a primeira viagem missionária de Paulo. 

ANTIOQUIA DA SÍRIA

Também conhecida como Antioquia do Orontes, devido o rio em cujas proximidades ela se situava. Não deve ser confundida com a Antioquia da Pisídia (Atos 13:14). Era uma das dezesseis cidades fundadas por Seleuco I, por volta de 310 a.C., e cujos nomes foram dados em homenagem a seu pai, Antíoco. Era a terceira cidade do Império romano. Só perdia em importância para Roma e Alexandria. Foi conquistada por Pompeu, em 64 a.C., e passou a ser a capital da Síria, que se tornou uma província romana. Distava 500 quilômetros de Jerusalém e gozava de posição estratégica favorável para as missões, pois localizava-se na divisa entre os dois mundos culturais da época: o Grego e Semita. 

A IGREJA EM ANTIOQUIA

Muitos haviam se convertido e o Cristianismo havia conquistado pessoas ilustres da sociedade:

“Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo ” (Atos 13:1).
Dos nomes acima mencionados, dois foram escolhidos para a obra missionária: Barnabé e Saulo. O interessante é que o Espírito Santo escolhe o melhor para as missões.                                

A igreja em Antioquia da Síria certamente sentiu falta dos serviços que eles prestavam, mas, no entanto, os enviou. Certamente, contava com o trabalho deles ainda por muito tempo.


AS VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO.

PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA.

Capítulos de Atos 13:4 a 14:28.

Data: 46 a 48.

Período: + / - 3 anos

Participantes: Barnabé, Saulo, João Marcos.

Itinerário: Antioquia da Síria até a Ásia Menor.

a) A partida (13:4). O ponto de partida da primeira viagem de Paulo foi Antioquia da Síria (Atos 13:1-4). Barnabé e Marcos o acompanharam. Selêucia era uma cidade portuária, onde Paulo e seus companheiros embarcaram.
b) A campanha de Chipre. Chipre era a terra natal de Barnabé (Atos 4:36), região das primeiras atividades missionárias de Paulo. Em Salamina, anunciaram a Palavra de Deus nas sinagogas (Atos 13:4,5). Depois, atravessaram a ilha até o outro extremo dela, chegando a Pafos (13:6-12), onde o apóstolo dos gentios pregou para o procôsul sérgio Paulo e enfrentou Elimas, o mágico, que se opôs à pregação do evangelho. Mas a mensagem divina triunfou e o encantador ficou cego por um determinado tempo.

c) Galácia do Sul (Pisídia e Licaônia). Depois, Paulo deixou a ilha e seguiu para o continente, passando por Perge, cidade da Panfília. Marcos se assombrou com a hostilidade daquela sociedade pagã e voltou para a casa de sua mãe, em Jerusalém (13:13, 14; 12:12).na sinagoga da Antioquia da Pisídia, o apóstolo dos gentios pregou aos judeus.
Expulso de Antioquia da Pisídia, Paulo foi para Icônio (13:50; 14:1-5). Como as hostilidades eram as mesmas da cidade anterior, havendo motim tanto dos judeus como dos gentios, foram para a região da Licaônia, e fundaram igrejas em Listra e Derbe.

A atividade missionária de Paulo em Listra resultou na cura de um coxo (14:8-10). Isso chamou a atenção das multidões, onde o apóstolo dos gentios aproveitou para anunciar a Palavra de Deus. Os judeus de Antioquia da Pisídia e de Icônio o atacaram, e ele foi arrastado da cidade, quase morto (14:19).

d) Fim da primeira viagem. Depois disso, Paulo e Barnabé foram para Derbe (14:20). De lá, retornaram ao ponto de partida, confirmando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (14:22) e estabelecendo pastores nativos em cada uma delas (14:23). Essa primeira viagem começou em 46 e terminou em 48 d.C. e ocupa os capítulos 13 e 14 de Atos.

 

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA.

Capítulos de Atos 15:36 a 18:22.

Data: 51 a 53.

Período: + / - 3 anos

Participantes: Paulo, Sílas, Timóteo em Listra e Lucas em Troas.

Itinerário: Antioquia da Síria, Ásia Menor e Europa.

a) Paulo e Barnabé se separam. Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo resolveu empreender outra viagem. Era a Segunda, com dois objetivos: visitar as igrejas que ele fundara durante a sua primeira missão e abrir novos campos de trabalho. Barnabé queria levar seu sobrinho Marcos, mas o apóstolo dos gentios não concordou com a idéia, pois aquele jovem havia voltado do meio do caminho, na vez de anterior. Isso foi motivo para se separarem, apesar de terem continuado amigos.

b) Visitando as igrejas. Paulo e Silas partiram de Antioquia da Síria, de onde havia uma estrada que ia até Tarso e Ásia Menor. Portanto, nessa Segunda viagem, o apóstolo dos gentios viajou por terra, atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal, (não há registro de que ele tenha realizado trabalhos missionários em sua cidade) , e seguiu direto para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, afim de fortalecer as igrejas.

Em Listra, encontrou Timóteo e levou-o também. Os três atravessam a região frígio-gálacia (região norte da Galácia) onde são “impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia” (Atos 16:6). Seguiram para Mísia e tentaram ir a Bitínia, “mas o Espírito de Jesus não permitiu” (Atos 16:7). Então, partiram para Trôade (16:8).

c) Trôade e Neápolis. Antiga Trôia da Ilíada de Homero. Nessa cidade, Paulo teve uma visão em que alguém lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” (16:9). Nessa localidade, Lucas se juntou à comitiva (16:10).navegaram para Neápolis, durante dois dias de viagem, e chegaram a Filipos.

d) Filipos. Colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Com essa visita, Paulo fundou a primeira igreja européia. Ao entrar, assim, neste continente, ele se deparou com outra realidade. Os romanos seriam uma nova experiência para o seu apostolado.

Nessa cidade, ele organizou uma igreja na casa de Lídia, vendedora de púrpura (16:14, 15). Nessa ocasião, libertou uma adivinha da opressão maligna e foi, por isso, para a cadeia, juntamente com Silas. O resultado foi a conversão do carcereiro (16:33, 34). Os direitos dos dois, como cidadão romanos, foram desrespeitados de lá, partiram para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia (17:1).

e) Tessalônica e Beréia. Tessalônica era a principal cidade de Macedônia. Sua população era constituída de gregos, romanos e judeus. Como de costume, o apóstolo procurou uma sinagoga, para iniciar seu trabalho. Paulo só ficou três semanas nessa localidade, por causa da perseguição (17:2, 5). De lá, partiu para Beréia (v. 10).

Os berianos foram mais receptivos que os tessalonicenses e Paulo, na sinagoga, anunciou o Evangelho do Senhor Jesus. Como Beréia estava próxima de Tessalônica, não demorou muito, para que os mesmos judeus, os quais perseguiram o apóstolo, viessem também para aquela cidade. Assim, ele saiu às pressas e sozinho, indo para Atenas, deixando Silas e Timóteo naquela localidade (17:13 - 15).

f) Atenas. Paulo navegou para Atenas, o centro cultural do mundo grego. Lá, pregou para os filósofos estóicos e epicureus (duas escolas filosóficas muito em voga nos dias do apóstolo), e fundou uma igreja, como resultado dessa pregação, mas com um grupo muito pequeno.
De Atenas, partiu para Corinto (18:1). A maneira como Paulo descreveu o estado psicológico em que se encontrava, ao chegar naquela cidade (1 Co 2:1-5), mostra que a sua emoção ia além das palavras de Lucas, em Atos 17:32, 33.

g) Corinto. Era a capital da Grécia, naqueles dias, com uma população de, aproximadamente, 500 mil habitantes. Paulo permaneceu ali durante um ano e meio, onde ensinou a Palavra de Deus (18:11). Morou na casa de Áquila (judeu do Ponto e expulso de Roma, por determinação de Cláudio) e Priscila, sua mulher.
De Corinto, em 52 d.C., ele escreveu 1 Tessalonicenses (1 Ts 3:6). Em menos de um ano, ele enviou a Segunda carta para a mesma igreja.
De lá, foi para Cencréia, cidade portuária, de onde partiu para sua base (Atos 18:18), com breve parada em Éfeso, navegando, em seguida, rumo a Cesaréia, de onde seguiu para Jerusalém e depois Antioquia da Síria (18:22). É o fim da sua Segunda viagem.

 

 TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA.

Capítulos de Atos 18:23 a 21:17.

Data: 54 a 58.

Período: + / - 4 anos

Participantes: Paulo, Lucas, Timóteo e Erasto.

Itinerário: Antioquia da Síria, Ásia Menor e Europa.

a) Éfeso. Paulo começou a terceira viagem a partir de Antioquia da Síria, como fez nas duas primeiras (At 13:2-4; 15:35-40; 18:23). Lucas omitiu detalhes dessa trajetória, até chegar a Éfeso.

1. Localização. Capital da Ásia Menor, era a cidade mais importante da região, pois localizava-se no cruzamento das rotas comerciais. Nela, encontrava-se o templo da deusa Diana, chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo.

2. Primeiros discípulos em Éfeso. Por essa cidade havia passado Apolo (18:24) que foi instruído por Áquila (18:26). Paulo encontrou nela um grupo de 12 novos convertidos, que conheciam apenas o batismo de João (19:1-7).

a) Regresso de Paulo. Novamente, Paulo viaja para Corinto, onde passou três meses (20:3). Aos coríntios ele escreveu duas cartas. De Éfesio, a primeira; e a Macedônia, asegunda.
Nessa a carta aos Romanos, em 58 d.C., e a irmã Febe, de Cencréia, foi a portadora (Rm 16:1).
Na volta para Antioquia da Síria, por terra, visitou as igrejas da Macedônia (20:1,2), até chegar a Mileto, depois de passar cinco dias em Filipos.
De Mileto, mandou chamar os anciãos da igreja em Éfeso, pois tinha pressa, e queria chegar o mais rápido possível a Jerusalém, para a festa de Pentecoste (20:16). Na praia local, fez o célebre discurso de despedida (20:17-38). Depois, segue para Cesaréia, passando pela Fenícia, e, em seguida, chega à Cidade Santa, onde é preso pelos judeus (Atos 21:1-8, 27-36).
 

QUARTA VIAGEM MISSIONÁRIA.

a) Paulo é preso em Jerusalém. Isso aconteceu no templo (21:27). Ele se defendeu diante do povo (21:40 - 22:21) e do Sinédrio (22:30 - 23:10). É enviado para Cesáreia, onde se apresentou diante de Félix (23:23 – 24:1-27), Festo e Agripa II (25:22-26-32).

b) Viagem para Roma. Como Paulo apelou para César (25:11; 26:32), na condição de prisioneiro romano, partiu de Cesaréia com destino a Roma (27:1-2). Foi uma viagem muito difícil. Era inverno, e o navio naufragou em Malta, onde esteve três meses (28:1-11). Até que chegou à capital do Império em 62 d.C.

c) Epístolas de Roma. Da capital do Império, escreveu as seguintes cartas: Efésio, Colossenses e Filemom, em 62 d.C.; Filipenses, em 63 d.C. Entre 67 e 68, 2 Timóteo, após o incêndio de Roma, quando estava preso pela Segunda vez, durante a sua vida condicional. Em 64 d.C., escreveu da Macedônia: 1 Timóteo e a epístola a Tito. 

Jesus disse que “o campo é o mundo” (Mt 13:38); “ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6). O apóstolo Paulo declara que a raça humana está condenada (Rm 3:23). Diante disso, concluímos que a evangelização não é uma alternativa, mas uma questão de vida ou morte.

O campo não é a minha cidade e nem a sua, nem o meu Estado e muito menos o seu, e nem o nosso Brasil, mas sim o mundo.

O ministério de Paulo entre os gentios, suas viagens missionárias e as epístolas escritas, o tornam o maior herói do Cristianismo. Seus exemplos devem ser seguidos pelos obreiros (1 Co 11:1) e seus ensinos obedecidos por todos os cristãos. Suas idéias continuam vivas e atuais, porque foram inspiradas pelo Espírito Santo para sua igreja em todos os tempos e épocas.


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