BIOGRAFIA DE MISSIONÁRIOS
BIOGRAFIA: DURVALINA BEZERRA
Quem conhece Durvalina Barreto
Bezerra se encanta com o tom manso de falar cheio de autoridade espiritual. Ela
não apenas sabe na teoria sobre missões como conhece na pele o que é estar no
campo. O currículo profissional e ministerial de Durvalina Bezerra evidencia
experiência e erudição.
Teóloga pelo Seminário Betel.
Missióloga pelo Centro de Treinamento da WEC-AMEM, na Austrália. Pedagoga
formada pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Educação pela
Universidade Mackenzie. Vice-presidente da AME – Associação Missão Esperança,
integrante da diretoria da Missão Antioquia. Diretora do Seminário Betel
Brasileiro em São Paulo e Coordenadora Geral do Ensino do Instituto Bíblico
Betel Brasileiro. Professora nos Centros de Preparo Missionário da Missão Juvep
– Juventude Evangélica Paraibana, Missão Priscila e Áquila e Jami – Junta
Administrativa de Missões. Conferencista internacional.
Mesmo com tanto título e cargo no
currículo, em uma entrevista Durvalina disse, com os olhos cheios de água,
sobre seu maior desejo: “Eu quero servir a Jesus para sempre”.
Por toda sua trajetória já podemos
ver que ela tem se empenhado mais do que estar nos campos ganhando almas, mas
refletindo sobre o assunto e preparando pessoas para que com excelência para
missões.
A CHAMADA
Duvalina se converteu aos 11 anos de
idade, por influencia de seu pai, um ex-frade franciscano, que lhe mostrou que
a verdade estava na Bíblia. “Quando meu pai saiu do convento, ele continuou
católico, assim como minha mãe, e eu fui criada no catolicismo. Eu era
“mariólatra” até meus 11 anos.
Quando meu pai mostrou-me a verdade
do Evangelho eu entendi que não poderia seguir a Jesus, seguindo Maria. E eu,
na minha ingenuidade, aos 10 anos, olhei para um quadro que tinha em casa, era
Jesus no monte das Oliveiras. E eu disse: ‘Jesus, eu quero te seguir. Mas
permite que seja com Maria?’.
Eu a tinha no coração de uma forma
tão forte que a sentia traindo se a deixasse para seguir Jesus. Isso é uma
questão da Igreja Católica, que infunde no coração a idolatria. A gente não
raciocina, só sente.
Quando me converti, quando meu pai me
mostrou a verdade, eu quis começar a mostrar a verdade. Aí eu comecei a
participar de evangelismo, de visita, de conferência missionária com o grupo da
igreja, ensinava na escola dominical, era bem ativa.
Estava desejosa de servir a Jesus e
decidida a servi-lo. Então, nesse retiro eu atendi ao apelo que fizeram: ‘Quem
quer se consagrar para a obra do Senhor?’. Aí eu fui à frente. E depois desse
apelo eu fui, era uma fazenda, eu fiquei sozinha e disse: ‘Deus, tu me queres
mesmo na obra missionária? Me dedicar só a Ti? Então confirma isso’. Quando eu
abri a Bíblia, foi Elias lançando a capa sobre Elizeu. Aí eu pensei: Deus está
mesmo me vocacionando.
E eu falei para os meus pais: ‘Eu
quero me preparar porque eu quero servir a Jesus integralmente’. Meu pai, que
foi para um convento porque desejava muito pregar o Evangelho, que era muito
escasso no interior da Paraíba, quando se converteu começou a ser um pregador.
E quando eu recebi meu chamado e fui
dizer a ele, ele ficou feliz, chegou a dizer que eu era a pedra preciosa na
coroa dele. Só que minha mãe achou que não precisava, porque eu já era ativa na
igreja, trabalhava, evangelizava todo domingo.
Mas ela cedeu, levou-me para o
Seminário, eu estudei interna e Deus foi confirmando no coração que de fato eu
sou escolhida por Ele. E essa convicção eu carrego até hoje. “Nunca duvidei”.
A vocação para a missão foi em outro
momento. Durvalina conta que recebeu o chamado de Deus em um retiro espiritual
de sua igreja local.
Na época de carnaval a igreja que freqüentava
fazia retiro, e foi lá, aos 15 anos de idade, que percebeu pela primeira vez
seu chamado. “Lembro exatamente do lugar onde estava, e Deus falou. A chamada
para a vocação a gente recebe, mas ela vai sendo confirmada.
Agora eu não sou missionária de
campo, mesmo que eu já tenha visitado vários países. Dei cursos no Peru,
palestras em vários países: Portugal, Inglaterra, outros países, mas a curto
prazo. O máximo que eu fiquei no exterior em missão transcultural foram 45
dias.
Na Austrália eu estive por um ano,
fui como estudante. Então, eu não sou missionária de campo, mas recebi o
chamado para trabalhar no preparo de missionários.
Atuo com o Betel Brasileiro, mas sou
vice-presidente da AME – Associação Missão Esperança, que é uma Missão que
envia missionários para Timor Leste; Indonésia.
Eu sou da diretoria da Antioquia, que
tem mais de 90 missionários ao redor do mundo. Sou professora no centro de
treinamento da Kairós. Também dou módulo na JAMI, que é a Junta de Missões da
Convenção Batista Nacional. Ministro nos Centros de Preparo Missionário da
JUVEP e da Missão Priscila e Áquila.
Eu fui presidente da Associação
de Professores de Missão do Brasil e trabalhei com esse centro de treinamento.
Então, Deus tem me dado a graça de servi-lo, dividindo a minha vida, minhas
atenções, minha energia, o que Deus investiu em mim, podendo contribuir para
outras instituições, não só Betel. Claro que Betel é meu tempo integral. Há 35
anos eu trabalho no Betel, mas também sirvo as igrejas. Nos finais de semana,
estou pregando em Conferências Missionárias”, conta algumas de suas
experiências.
Seu trabalho no campo missionário foi
em João Pessoa, onde fundou uma igreja, evangelizou por nove anos seguidos. Até
hoje está ali uma igreja forte, dinâmica. Durvalina trabalhou com evangelização
durante muitos anos. “Só estou em São Paulo há 18, nesse período Deus mudou meu
ministério, atuo como itinerante”.
Para Durvalina Bezerra missões é:
“Cumprir a tarefa que Cristo nos deixou, é cumprir a grande comissão. A igreja
precisa entender que ela tem uma missão e que sua missão não se restringe à
adoração e à liturgia interna.
Porque há muitas igrejas que
conservam o cristianismo, mantêm a doutrina pura, mas apenas conservam o
ritual. Há outros segmentos da igreja que trabalham com evangelização, outros
dão ênfase ao social, mas a missão da igreja é integral.
Então, a igreja precisa ter sua
liturgia de adoração, deve ter seu trabalho de evangelização, mas também
precisa olhar para o mundo, aí entra a transculturalidade da missão.
Nem sempre é fácil para a igreja
olhar sua missão como um todo. Quando se fala de missão integral, algumas igrejas
pensam apenas na questão social e se esquecem de que a missão integral
constitui-se de todos os aspectos da missão – o ensino, o social, a
evangelização urbana, a expansão do evangelho para todo o mundo. “É preciso
unir as várias tarefas”.
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