IGREJA LOCAL E MISSÕES
O COMPROMISSO DA IGREJA COM A OBRA MISSIONÁRIA
Por: Durvalina B. Bezerra
Quem nunca ouviu falar sobre missões na igreja? Quem nunca
participou ou contribuiu para uma campanha missionária? Desde as crianças de
nossas igrejas até os mais velhos, de novos convertidos a membros fundadores,
todos já ouvimos, ou deveríamos ter ouvido, sobre missões no local onde
congregamos.
Mas, será que mesmo com tanta informação nós, cristãos,
estamos comprometidos como deveríamos estar com assunto? Nossas igrejas estão
comprometidas com missões seja indo, orando ou contribuindo?
Muitos jovens dizem que tem um chamado missionário, mas que
possuem muitas dúvidas, entres elas, como funciona o sustento missionário. É
uma dúvida relevante e que necessita de respostas, pois afinal o
sustento do missionário no campo é necessário para que o trabalho
tenha continuidade.
O despreparo econômico ou emocional pode afetar e muito o
trabalho a ser desenvolvido.
Então, neste artigo nós vamos tentar falar um pouco sobre o que
temos visto e aprendido através de nossas experiências e de amigos de
missão sobre o sustento do missionário no campo.
POR QUEM EU FUI ENVIADO?
Creio que a primeira questão que devemos responder
para entrar neste tema é sobre que tipo de missionário nós somos ou quem
nos enviou ao campo.
Missionário significa alguém que foi enviado. Um missionário não
deve enviar-se ao campo, mas ter o respaldo de uma ou mais
instituições missionárias ou igrejas. Está certo que Deus é quem nos chama para
o ministério, mas caminhar debaixo de uma cobertura espiritual é uma benção.
Ser enviado ou abençoado para um ministério específico funciona como um
primeiro reconhecimento do nosso chamado.
Então, podemos dizer que é bom e que é uma proteção para o
missionário o fato dele ser abençoado ou respaldado por uma ou mais
instituições que o enviam e também por aquelas que irão recebê-lo no
campo.
AGÊNCIA MISSIONÁRIA
Existem missionários que são enviados por uma organização
missionária e algumas delas até mantém o missionário de maneira integral no
campo, garantindo assim todo o seu sustento missionário, gastos necessários com
documentação e deslocamentos, assim como os gastos necessários para o
projeto em desenvolvimento.
Neste caso, o missionário é um funcionário desta
agência missionária e está no campo para desempenhar um projeto
que pertence a tal agência. Em casos de desastre, acidente ou perseguição
é a agência que também toma as medidas necessárias para o cuidado e
deslocamento do missionário, se necessário.
IGREJAS LOCAIS ENVIADORAS
Há também missionários que são enviados e sustentados por sua
igreja local. Neste caso, a igreja funciona como uma agência missionária.
Ela envia o missionário e se responsabiliza por mantê-lo no campo.
São igrejas com um coração missionário, onde a sua prioridade
está não só em alcançar a região onde está plantada, mas também em estender
seus “braços” para alcançar outros povos com a mesma intensidade.
Conhecemos pouquíssimos missionários que foram enviados e são
sustentados por uma única igreja e, pouquíssimas igrejas que apóiam um
missionário em campo com a totalidade de seu sustento.
MISSIONÁRIOS INDEPENDENTES
Não chamamos missionários independentes os que se auto enviaram
ou os que não prestam contas a ninguém. Mas chamamos assim os missionários que
não são funcionários de uma agência missionária e nem são mantidos de
maneira integral apenas pela igreja que o enviou.
Este missionário possui seus líderes, pastores e sua
igreja, mas seu sustento vem de partes diferentes, tendo que, ele mesmo, fazer
o seu próprio “agenciamento”, para levantar recursos e completar seu
sustento no campo, assim como também o sustento de seus projetos.
A IGREJA LOCAL E A ADOÇÃO MISSIONÁRIA
Entendeu? Então você deve estar se perguntando qual seria a
melhor opção?
Creio que a resposta correta seria que a melhor maneira de estar
no campo será aquela que Deus irá te direcionar e que te dará a oportunidade de
estar fazendo o que Deus te chamou no lugar que ele te chamou.
Claro que, em algum momento, você verá no campo missionários
enviados por uma agência missionária e que estarão trabalhando com mais tranqüilidade
já que a agência missionária nasceu pra cumprir o objetivo de informar e
sustentar missões, enquanto igrejas locais terão que se dividir entre suas
prioridades locais.
Mas a grande verdade é que seja o missionário sustentado
por uma agência missionária, pela igreja local ou de forma independente, tudo
passa pela educação missionária na igreja.
No fim das contas é a igreja, o corpo, que irá contribuir em sua
igreja local ou diretamente em uma agência missionária ou ao missionário para a
missão de expansão do evangelho continue avançando.
Missões deve ser um assunto que nunca deveria sair de nossos
púlpitos e de nossas orações.
MAS SERÁ QUE É ASSIM?
Um ministério de evangelismo urbano divulgou que menos de 1% das
igrejas evangélicas brasileiras estão envolvidas em missões.
O resultado disso são missionários tendo que retornar para suas
cidades por falta de recursos, ainda que nossos templos estejam cheios, nossos
eventos lotados.
Estou falando de missionários relevantes que estavam
plantando igrejas, construindo fundações, escolas, hospitais.
Precisamos ou não rever nossas
prioridades como igreja?
(Extraído do Livro “A
missão de interceder – Oração na Obra Missionária”, de Durvalina B. Bezerra.
Editora Descoberta Ltda. Londrina, 1ª. Edição – 2001).
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