ORAÇÃO PELO MUNDO MUÇULMANO


ONDE TUDO COMEÇOU


MECA

Pensar no Islamismo, nos remete à Meca, uma cidade da Arábia Saudita que fica a pouco mais de 60 km do Mar Vermelho. Na época do nascimento de Maomé, no século VI, a cidade era um centro comercial e religioso muito forte.

Antes do surgimento do Islã, a comunidade árabe era politeísta e Meca já era conhecida e muito freqüentada por imigrantes por conta de suas festas religiosas e pelos cultos a inúmeros deuses e a uma pedra negra, até hoje conhecida por este nome.

A KAABA
Muçulmanos visitando e fazendo orações na Kaaba.


Em Meca fica a Kaaba, também conhecida como Caaba ou Cubo e cuja origem significa construção quadrada. Trata-se de um edifício retangular que mede aproximadamente 12 metros de comprimento, 10 metros de largura e 15 de altura, coberto por um pano preto bordado com versos do Corão (também chamado de Alcorão) e que é substituído regularmente. É feita de mármore ou granito e seus quatro cantos correspondem aos pontos cardeais da bússola. Em seu interior, a iluminação é possível por candeeiros de prata e ouro e possui ainda uma mesa para sacrifício de animais. Zeladores perfumam a cobertura de mármore com óleo perfumado, assim como a Pedra Negra.

A Kaaba é o centro das peregrinações dos muçulmanos, chamadas de hajj e é para onde todo devoto do Islamismo volta-se para suas cinco preces diárias (salat). Essa peregrinação (que deve ocorrer pelo menos uma vez na vida de um muçulmano) e as cinco orações diárias são dois dos cinco pilares do Islamismo.  É o lugar mais sagrado do Islã. Para o muçulmano, nada se compara à cidade de Meca. Porém, antes de Maomé, existiam estatuetas de 360 divindades em sua volta e um espaço especial para Al-ilah, chamado posteriormente de Allah.

Existem algumas divergências entre os sábios muçulmanos sobre origem da construção da Kaaba, pois alguns estudiosos acreditam que foi construída pelos anjos. Outros, porém, dizem que Adão a construiu, mas todos convergem que ela teria sido reconstruída por Abraão e seu filho Ismael.  

No lado de fora ao sudeste da Kaaba, a um metro e meio do chão, está a Pedra Negra, o que supostamente é um meteorito que teria caído nas redondezas e virou objeto de culto. Importante ressaltar que alguns geólogos acreditam se tratar de uma pedra da região, mas o material da pedra não é simples de ser definido em razão de nunca ter sido permitido um estudo geológico com a mesma. Uma corrente da tradição muçulmana diz que a Pedra foi dada a Abraão pelo anjo Gabriel. Acreditam que Abraão construiu um santuário com Agar e Ismael e incrustou a Pedra na parede. O sonho de qualquer muçulmano é conseguir tocar a Pedra Negra, o que é proibido para um não muçulmano.

De acordo com a tradição dos seguidores do Islamismo, a pedra inicialmente era branca, mas se tornou negra por absorver os pecados da humanidade. Alguns pesquisadores não muçulmanos creditam a cor escura ao quanto foi tocada e aos óleos com que foi incessantemente ungida. A pedra já foi quebrada e está dividida em várias partes, com estimativas que variam entre sete e quinze pedaços, todos unidos por uma moldura de prata presas à pedra por pregos de prata.

É fato que é a pedra sagrada mais conhecida do mundo e continua ser a peça central da peregrinação islâmica sagrada.

COMO TUDO COMEÇOU


Para explicar o Ramadã, precisamos falar sobre Maomé (ou Muhammad), um mercador nascido no século VI em Meca e inconformado com a idolatria habitual dos habitantes de sua terra natal. Assim, costumava se retirar e se isolar em uma caverna a 5 Km de sua cidade, no monte Hira. Nesses isolamentos, acreditou estar recebendo mensagens do próprio anjo Gabriel. Ao voltar para sua cidade, costumava pregar contra a idolatria e outros princípios, como cobrança de juros e a escravatura, agradando ao povo e obtendo a antipatia da classe dominante. Inclusive Maomé ia à Kaaba e lá fazia seus discursos.

Segundo a tradição muçulmana, Maomé foi obrigado a fugir de Meca, apesar de alguns historiadores explicarem que a sua estratégia, para fazer valer sua pregação, foi se rebelar contra a liderança local e fechar um acordo com uma cidade próxima, Medina, que incluía um contrato de guerra contra sua própria cidade. Dessa forma, teve que fugir com seus seguidores.  Essa fuga para Medina, que ficava a 453 km de Meca, ficou conhecida pelo nome de Hégira, um termo que pode ser traduzido como êxodo ou migração. 

Para os muçulmanos, a Hégira é muito mais do que uma peregrinação, pois foi o ponto de partida para o crescimento do Islã como religião. Essa peregrinação representa tanto para o Islamismo que é o ano zero do calendário lunar muçulmano.

Em Medina, Maomé atraiu milhares de seguidores que professavam que Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta. Este momento de conversão ao Islamismo é chamado de Shahada e é mais um dos cinco pilares do Islamismo. 

Após alguns anos em Medina e já fortalecido, Maomé marchou para Meca com um exército de 10 mil homens e a conquistou. Entre as mudanças que fez na cidade, derrubou todas as estatuetas dos deuses da Kaaba, deixando somente a imagem de Jesus, de Maria e a Pedra Negra.  

O RAMADÃ


Mais de 1,5 bilhão de muçulmanos iniciam o Ramadã.


PERÍODO
Ramadã é o nono mês do calendário muçulmano. Como esse calendário é lunar, se baseando pelas fases da lua, seus meses não correspondem ao mesmo período no calendário gregoriano, utilizado no nosso dia a dia. Por isso, todos os anos o Ramadã cai em datas diferentes, não tendo uma data específica no calendário ocidental e dura 29 ou 30 dias, dependendo do ano. É considerado o mês mais sagrado para um muçulmano e se inicia somente quando se avista a lua crescente. Segundo a tradição, foi no Ramadã que o anjo Gabriel apareceu a primeira vez a Maomé enquanto ele meditava.

O Ramadã é caracterizado como um período de jejum e oração por parte dos muçulmanos de todo o mundo com condições de saúde para tal. Dessa forma, estão isentos da obrigatoriedade do jejum as gestantes, mulheres menstruadas, idosos, crianças e outros públicos com a imunidade vulnerável. Se constitui em um dos cinco pilares do Islamismo e, por tal importância, é levado muito a sério por seus seguidores.  Outro pilar que completa os cinco fundamentos do Islamismo é fazer caridade aos pobres (Zakat).

O jejum, que dura todo o mês do Ramadã, compreende uma parte significativa dos dias de um muçulmano: inicia-se antes do nascer do sol e dura até o pôr do sol. Logo após, as famílias visitam e convidam umas às outras em seus banquetes de quebra de jejum. É comum que casas e ruas fiquem iluminadas com luzes de cores variadas.

Para um muçulmano, é um tempo de festa e comunhão. Durante o dia, é proibido comer, beber, fumar, participar de jogos de azar ou ter relações sexuais. Mas após o sol se por, passam a noite comendo e bebendo. Os detalhes para realizar o jejum com sucesso estão todos registrados em uma legislação específica para este período, o Fiqh Ramadã. O muçulmano considera este mês tão especial que acredita que durante o Ramadã, as portas do céu se abrem e as do inferno se fecham.

O ISLAMISMO




O Islamismo experimenta bastante crescimento de novos fiéis e possui cada vez mais adeptos, chegando a quase 2 bilhões de pessoas. Isso ocorre em função de dois fatores: a taxa de natalidade do muçulmano é maior que o das outras religiões e ao fato de seus seguidores estarem em faixas etárias mais jovens. A América Latina é a região onde o Islamismo tem crescimento mais lento. Talvez pelo fato de ser uma região que recebe menos imigrantes de países onde a população é muçulmana em sua maioria. Isso pode levar o brasileiro e os demais povos latino americanos a não perceber a forte presença dele nas demais regiões do mundo, como na Europa, África e Ásia.  Semelhante ao Cristianismo e Judaísmo, o Islamismo tem sua origem em Abraão, sendo que os dois primeiros são oriundos de Isaque e o Islã provém de Ismael.

30 DIAS DE ORAÇÃO PELO MUNDO MUÇULMANO



A Igreja de Cristo ao redor do mundo tem se mobilizado ano após ano para períodos de oração no mesmo período do Ramadã. Porém com outro objetivo: clamar a Deus para que o Evangelho de Jesus alcance os queridos muçulmanos, pois orar é uma demonstração de amor ao próximo.

A cada ano surgem novos movimentos de oração com este objetivo, sendo o mais conhecido  o “30 dias de oração pelo mundo muçulmano”. Com início em 1992, reúne milhões de cristãos ao redor do mundo e cujo manual é produzido em mais de 40 idiomas. Outras associações também elaboram projetos para incentivar os cristãos a orarem pelo povo do Islã.

Para conhecer mais sobre o projeto “30 dias de oração”, que agora também conta com uma versão infantil, clique aqui ou acesse o site 30-dias.org.






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