EM RELAÇÃO À MISSÕES. O QUE A IGREJA NÃO DEVE FAZER?
A Grande Comissão é um
mandamento claro de Jesus para a sua igreja. De modo geral, parte do que
significa ser uma igreja evangélica é apoiar a propagação do evangelho para
aqueles que nunca o ouviram.
Na maior parte da história da
igreja, isso significou o envio a longo prazo de missionários, oferta de
dinheiro para apoiá-los e oração por eles. Sem viagens aéreas e internet,
simplesmente não havia muito mais que uma igreja local no Ocidente pudesse
fazer.
Agora,
no entanto, as oportunidades para o engajamento direto em missões no exterior
são muitas. Diante de tantas possibilidades, como uma igreja decide o que deve
fazer?
1. NÃO IGNORE O
IMPERATIVO MISSIONÁRIO.
Muitas
desculpas podem ser dadas para não fazer nada a respeito da obra missionária,
exceto, talvez, ofertas ocasionais para missões.
Levar o evangelho aos
não-alcançados é caro, desconfortável, inconveniente e, às vezes, até insalubre
ou perigoso. Há tantas pessoas perdidas à sua volta onde você mora. Você tem
tantas necessidades dentro da sua própria igreja.
Todas
essas coisas são verdadeiras — e nenhuma delas é uma desculpa válida. Jesus não
chamou você para a segurança, conforto ou conveniência. Ele chamou você para
tomar a sua cruz e morrer. De fato, existem muitas pessoas perdidas em torno da
sua igreja, mas você está ali para compartilhar o evangelho com elas.
Mais de
dois e meio bilhões de pessoas no mundo
não têm igrejas, nem crentes, nem acesso ao evangelho em qualquer lugar perto
delas, e elas nunca ouvirão se ninguém for.
De
fato, você deve atender às necessidades das pessoas em sua igreja, mas há uma
diferença entre necessidades reais e desejos ou preferências, e a maioria das
igrejas no Ocidente tem mais do que o suficiente de ambos para atender as
necessidades reais dentro dos seus termos e levar o
evangelho para os não alcançados.
Claro,
fazê-lo pode envolver algum nível de sacrifício da nossa abundância, mas
devemos fazer isso de qualquer forma. Não ignore o imperativo missionário, e
faça mais do que apenas verbalmente. Considere seriamente a perdição do mundo.
2. NÃO VÁ SOZINHO.
Embora
seja verdade que a evangelização do mundo é responsabilidade da igreja local,
as agências missionárias e os parceiros de campo podem ser maravilhosamente
úteis para você enquanto cumpre essa responsabilidade.
As
agências missionárias têm experiência em enviar e apoiar missionários, tanto a
longo quanto a curto prazo, e também têm perspectivas sobre o que precisa ser
feito e como fazê-lo.
Semelhantemente, os
trabalhadores de campo no exterior têm experiência, vínculos e perícia que
podem ser inestimáveis para uma igreja local em busca de um maior envolvimento.
Tanto com as agências missionárias quanto com os parceiros de
campo, a igreja local deve fazer o seu dever de casa e certificar-se de que
existe uma compatibilidade real tanto na teologia como na filosofia missionária
entre a igreja e aqueles com quem ela trabalhará. Contudo, uma vez que isso
seja estabelecido, a igreja verá que bons parceiros tornam o envolvimento missionário
tanto mais viável quanto mais frutífero.
3. NÃO TENTE ESTAR NO COMANDO DO CAMPO.
Se você
está em uma parceria com trabalhadores ou com uma agência no campo missionário,
sua igreja local no Ocidente não deve tentar ser responsável pelo que ocorre
lá.
Culturas, povos e situações
variam grandemente ao redor do mundo. As pessoas no campo compreendem essas
variáveis de maneiras que você não entende.
Se você quiser enviar uma equipe missionária de
curto prazo, envie-os para fazer o que os trabalhadores de campo precisam
fazer, não o que faz com que os temporários curtam a viagem ou se sintam bem
consigo mesmos. Vá com um espírito de humilde servidão, não com um espírito de
direitos. Siga os costumes e práticas que seus anfitriões no campo pedem que você
siga, mesmo se não fizerem muito sentido para você. Certifique-se de que suas
contribuições se encaixam na estratégia de longo prazo da equipe de campo.
Ao usar o dinheiro, deixe-se
ser guiado pela sabedoria e experiência dos trabalhadores de campo ao decidir o
que deve ou não ser financiado. Se você não pode confiar nos seus parceiros de
campo dessa forma, você tem os parceiros de campo errados. É suficiente lembrar
que eles precisam viver com as consequências das suas ações muito depois que
você sair.
4. NÃO TENTE FAZER TUDO EM TODOS OS LUGARES AO MESMO TEMPO.
As
igrejas que recentemente têm tido uma paixão por atingir os não-alcançados
muitas vezes se envolvem em uma abordagem aleatória para a missão global.
Eles querem ir a todos os
lugares, e às vezes eles tentam. Eles podem enviar uma equipe de curto prazo
para um lugar e um trabalhador de longo prazo a outro lugar, tudo isso enquanto
financiam um projeto em um terceiro local e se comprometem a orar por um
quarto. Esse zelo é louvável, mas não muito útil. É bem melhor começar com um
foco claro na parceria com um trabalhador ou equipe no exterior, ou com um
grupo ou lugar específico de pessoas. Com o tempo, a capacidade da igreja pode
crescer de modo a incluir outros povos ou lugares, mas você fará muito mais
bem, tanto para a igreja quanto para o campo, se desde o início se concentrar
em um ou poucos compromissos de longo prazo.
5. NÃO ESQUEÇA OS SEUS TRABALHADORES
QUANDO ESTIVEREM EM PAÍS ESTRANGEIRO.
Com
muita frequência, os trabalhadores estrangeiros sentem que estão “fora da
vista, fora da mente”. Dadas as possibilidades da tecnologia de comunicação
moderna, não há razão alguma para isso acontecer na maioria dos lugares no
exterior.
Como
uma igreja que envia, permaneça em contato com seus trabalhadores que estão no
estrangeiro. Certifique-se de que sua congregação ouça sobre eles, saiba deles,
e ore por eles regularmente.
Faça questão de orar pelas
iniciativas estratégicas especiais que eles tomam, e também ore por aspectos
materiais em suas vidas.
Envie-lhes cartões e pacotes de
cuidados, tanto quanto possível.
Faça-lhes uma visita pastoral
pelo menos uma vez por temporada, se possível.
Mantenha comunicação profunda o
suficiente para que você saiba sobre suas lutas, bem como sobre suas vitórias.
Dê-lhes as boas-vindas, ame-os
e escute-os quando retornarem do campo em breves intervalos.
Não deixe que os trabalhadores
estrangeiros sintam como se estivessem abandonados.
6. NÃO DEIXE AS MISSÕES AO ACASO.
Muitas
vezes, as igrejas locais são mais reativas do que proativas, aprovando
candidatos missionários que chegam a um senso de chamado por conta própria e
apoiando as causas missionárias que interessam a alguém na congregação.
Em vez disso, a igreja deve
proporcionar oportunidades para o ministério intercultural, identificando
aqueles que demonstram dons nessa área, encorajando-os a buscarem missões e
treinando-os para serem discípulos e fazerem discípulos a nível global.
A igreja também deve ser
cuidadosa e estratégica no seu próprio envolvimento missionário, priorizando
aqueles que ainda precisam ouvir o evangelho e com ênfase nos seus parceiros de
longo prazo no exterior. As igrejas locais devem orar, priorizar e planejar com
cautela o seu envolvimento em missões.
7. NÃO DEIXE AS MISSÕES SE TORNAREM APENAS UM INTERESSE ESPECIAL DENTRE
MUITOS OUTROS NA IGREJA.
As
missões precisam ser integradas em todos os componentes normais da vida da
igreja. Para esse fim, o pastor titular deve estar totalmente comprometido e
deve liderar o caminho.
A
oração por missões e testemunhos sobre missões devem ser incorporados ao culto
principal, às reuniões de pequenos grupos e a qualquer outra prática regular da
igreja.
O
pastor deve pregar sobre missões e sobre o desejo de Deus para as nações sempre
que estes aparecerem no texto das Escrituras, não apenas durante um culto
especial de missões a cada mês.
A
educação missionária deve ser ministrada a todos na igreja, não apenas a um
pequeno grupo com esse interesse.
As
ofertas para missões devem ser priorizadas no orçamento da igreja e enfatizadas
como um componente normal do discipulado.
O avanço global do evangelho não é apenas uma área de interesse de uma pequena elite dentro da igreja. Todo crente compartilha essa responsabilidade, e toda a igreja precisa ser motivada a levar a Boa Notícia a todos aqueles que ainda não a ouviram.
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